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BICICLETAS ESPECULATIVAS

A humanidade já vinha há algum tempo perdendo o rumo, dando espaço às tiranias. Após séculos de predomínio da Igreja e seus reis, foi surgindo a ideia do dinheiro que, tomando corpo, deu origem ao Estado Democrático Republicano, garantidor da moeda – essa desconhecida misteriosa que desafia os mais experts economistas e complica a vida dos governantes. Surgiram os Bancos Centrais.

Há um desarranjo global. O dólar se tornou a moeda que movimenta as engrenagens da economia, mas acabou sendo um elemento de conflitos e o grande alvo da humanidade. A busca por acúmulo de dólares permitiu todo tipo de manobras para favorecer uns em prejuízo de outros. A China almeja privilégios semelhantes com sua moeda, mas estamos diante de um balaio de gatos sem saber quem manda mais?

Os políticos foram exorbitando, deixando de cumprir seus deveres junto à população. Os Estados se endividaram. As novas gerações não receberam o preparo adequado. A insatisfação cresceu. Diante da decadência, o que está em risco é a própria humanidade, a individualidade, a clareza no pensar, a fixação de alvos nobres. Como resolver a questão dos fluxos financeiros, rios de dinheiro para lá e para cá em livre trânsito agitando a flutuação cambial?

A difícil paz e progresso humano em regiões dotadas de abundantes recursos naturais e com poucos estadistas voltados para o bem geral da população, prevalecendo interesses econômicos e financeiros em meio a lutas pelo poder e radicalismo religioso. Felizmente o Brasil se constituiu em nação em 1822. Outras regiões colonizadas só alcançaram a autonomia no século 20, mas ainda permanecem como arena de conflitos.

Desde a época de sua independência, o Brasil recebe ataques. A imperatriz Leopoldina foi vítima de vários atentados, mas conseguiu levar avante o projeto de criar uma nação autônoma e do bem que deveria se voltar para a Luz. De lá para cá foram inúmeros os ataques para jogar o Brasil na mão das trevas. Uma nova cartada está em andamento. Urge manter a serenidade e a força de vontade, confiando na Luz Divina para se abrir aos canais do auxílio. Quem reconhece a força do espírito e a utiliza para o bem, torna-se um benfeitor da Criação.

A mudança climática e outras alterações da natureza em andamento são grandes ameaças para a espécie humana. Mas há uma outra grave ameaça pouco reconhecida e estudada que são as mudanças de comportamento das novas gerações que estão perdendo a individualidade e a criatividade. Das inspirações mais elevadas decaímos no sentimentalismo, e agora nem isso; só fantasias embrutecidas geradas por cérebros mecanizados sem calor humano.

A indústria foi severamente golpeada com o dólar barato. A dívida pública subiu tanto chegando ao gargalo através da irresponsabilidade dos gestores e da acumulação de juros compostos elevados. A previdência é uma questão complicada. As mais custosas aposentadorias estão nos altos cargos do setor público. Vamos supor que o grande capital financeiro reinvente as vantagens de se aplicar no Brasil. Se houver uma volumosa entrada de dólares, então qual será o efeito para a economia real?

Vai aumentar a produção de bens e empregos? A população terá melhores condições de vida e de desenvolvimento da qualidade humana? Ou continuarão as bicicletas especulativas de entrada de dólares na desvalorização do real para saírem mais gordos na valorização? Basta ver a questão das balanças comerciais, da deslocação de empresas e empregos. Como ter consenso para restabelecer o equilíbrio geral? Na ausência disso, as pessoas se tornam contrárias à globalização.

O enrijecimento vai crescendo. A vida vai apertando. O tempo vai encurtando. Mas é preciso lutar e ir em frente com coragem e confiança. Se todos agirem com respeito e consideração na família, no trabalho, no trânsito, na vida em geral, as pessoas terão a percepção de que não somos inimigos, que não estamos em luta e que cada um de nós é um peregrino que precisa alcançar a evolução pessoal e espiritual.

O Brasil precisa de produção, emprego, renda consumo, equilíbrio nas contas, tudo para melhorar a arrecadação. Estamos entregando as riquezas da natureza e regredindo, precarizando, nivelando por baixo na educação, no salário, na aposentadoria. Esperemos que o bom querer da população do Brasil impulsione os ventos da renovação.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O QUE PENSAM OS CANDIDATOS

A inflação tem causado danos e é explicada como sendo o aumento contínuo dos preços. Alguns economistas (como os da Escola Austríaca) preferem defini-la como sendo a consequência de um aumento no suprimento de dinheiro (expansão monetária) e isso acontece quando o governo emite dinheiro para atender a seus compromissos sempre crescentes. Ou o governo toma dinheiro no mercado financeiro para pagar seus compromissos e constitui dívida soberana, ou os bancos criam dinheiro através do crédito fracionado, isto é, os depósitos dos clientes são multiplicados para conceder empréstimos. Com frequência, as pessoas têm a percepção de que o dinheiro está perdendo valor e os preços subindo.

Analisando os números das contas públicas do Brasil, o economista Clovis Panzarini já afirmava em 2016 que “Por longo período, a voracidade da despesa foi alimentada por sucessivos aumentos da carga tributária e pela contratação de novos empréstimos. Como resultado, a carga tributária equivale a 35% do PIB e a trajetória da relação dívida/PIB aponta para uma situação insustentável, já alcançando 67,5%.”

A classe política acha que o Estado são eles e jamais se perguntam o que têm feito de bom para o país e sua população. Se perguntassem, teriam de ver o horror de sua atuação. Em 2018, a dívida bruta está se aproximando dos R$5 trilhões, correspondendo a 75% do PIB. Não dá para elevar mais a carga tributária, mas a classe política continua fantasiando enquanto o país foi sofrendo perdas na indústria e no preparo das novas gerações e se encontra em rota visivelmente decadente.

Há muita discussão e pouca compreensão do que se passa no Brasil e no mundo. Expandir o consumo com o aumento de importados e crédito sempre cria problemas, pois, com isso, se transfere para fora a produção e empregos com consequências sobre a capacitação da mão de obra. O PIB tende a estagnar. Com a automação em andamento, a situação dos empregos tende a piorar. Para que haja consumo é preciso ter renda. Isso está se passando no Brasil e também nos EUA com déficit comercial de longa data, apesar de terem o dólar. O Brasil tem permanecido atrasado na educação e na melhora da renda.

Os acordos comerciais são essenciais, mas têm de produzir melhoras no nível técnico e produtividade, sem acarretar déficits e endividamento. As redes de varejão, oferecendo produtos de segunda linha, demonstram que elas vêm ao encontro de consumidores que estão perdendo poder aquisitivo. O que os candidatos propõem para corrigir as distorções que atrasam o Brasil?

O crescimento do PIB da China continua atingindo as previsões, ensejando a melhoras nas condições gerais de vida, mas surgirão incertezas caso haja recrudescimento da guerra comercial. Em vista disso, surgem diversas comparações entre o imobilismo econômico do Ocidente e as arrojadas transformações postas em prática na Ásia, visando uma ordem econômica calcada no aumento de produção e redução de custos para atender o mercado externo, e oferecendo melhoras ao vasto contingente de trabalhadores empregados.

A economia mundial vive um momento de inquietude. Após o término da guerra fria, o livre mercado seguiu a tendência de maximizar os ganhos enquanto surgia o capitalismo de estado visando grandes quantidades para baixar os preços. No embate, a produção industrial do livre mercado perdeu terreno reduzindo as oportunidades e a qualidade dos empregos. É preciso resolver essa dramática questão dando oportunidades aos talentos das novas gerações de forma produtiva e enobrecedora. Então, o que poderia fazer o Ocidente? Alguns teóricos chegam a sugerir o caminho extremo de unificar o comando como meio para obter melhores resultados na economia e na preservação do meio ambiente.

Frequentemente ouve-se falar em governo mundial. Como ele seria? O que se dizia a boca pequena começa a se alargar. Com quase oito bilhões de habitantes, tendendo a crescer 30%, as dificuldades de controle geral aumentam. Muitos estudiosos julgam que terá de ser imposta uma disciplina rígida sobre o comportamento das pessoas, o que significaria a perda da liberdade de decidir sobre a própria vida. Mas, sob o uso da força física e psicológica, a sociedade humana sempre será como estopim aceso prestes a explodir. Sem o desenvolvimento da verdadeira consciência humana, a decadência é inevitável.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O GRANDE DESAFIO

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

O grande atraso do Brasil decorre da falta de preparo da população que tem permanecido apartada dos reais problemas da vida, sendo condicionada a um viver de quimeras e ilusões, esquecendo que o progresso pessoal e do país é fruto do trabalho dedicado na autoeducação e na concretização dos propósitos enobrecedores. Futebol, carnaval e telenovela são importantes como lazer, não como finalidade de vida.

Há um confuso embate político e uma forte tentação dos políticos de esquerda para abraçar o capitalismo de Estado, centralizando o poder, interferindo em tudo, assustando, ameaçando a já precária liberdade. Os de mercado estão tensos, dado o aumento da insatisfação da população induzida a acreditar que o Estado pode tudo, mas ao crer nisso podem estar entrando num caminho tormentoso para a liberdade. Poucos querem ver a razão. Sem autenticidade e busca de equilíbrio, a solução fica muito difícil.

O grande desafio para quem assumir a presidência está em transformar o Brasil num país com progresso ordenado. Como o país poderá planejar suas contas internas e externas com equilíbrio, sustentabilidade, empregos e bom preparo da população? Reduzir tamanho do Estado, cortar despesas supérfluas, ajuste da carga tributária poderia dar fôlego ao orçamento, mas ainda fica a grande questão de como dar equilíbrio e sustentabilidade à conta corrente do país com o exterior, sem ter de ficar eternamente dependente de financiamento externo.

A ascensão do dinheiro e sua crescente influência vêm ocorrendo há alguns séculos, mas parece que ainda não foi encontrada a maneira certa de manter o equilíbrio entre os países e entre produção, comércio, emprego e consumo. Com a ausência do equilíbrio, surgiram as perturbações constrangedoras como crises, estagnação, desemprego, progressão das desigualdades, tudo retendo o avanço da humanidade chegando mesmo a promover retrocessos.

A análise das contas da previdência divulgada pelo economista Delfim Netto mostra que os números de 2007 (R$ 306 bilhões e R$ 338 bilhões para receita e despesa) atingiram em 2016, respectivamente, R$ 635 e R$ 875 bilhões. O déficit cresceu de R$ 32 bilhões para R$ 240 bilhões, à taxa exponencial de 25% ao ano! Uma questão de demografia, mas também de incompetência e displicência gerencial do Estado com a ausência da busca do progresso equitativo e bom preparo da população. No fundo há também a não menos complicada questão global da mudança na estruturação dos empregos.

Como desenvolver e fortalecer as competências emocionais das novas gerações num mundo tão acelerado em que nada se consolida, onde tudo se vai automatizando e robotizando? A forma de viver se tornou muito estressante. Precisamos de formas mais sábias de viver que preservem a humanidade e a sensibilidade das novas gerações. Elas têm de ser orientadas para a compreensão da natureza, suas belezas, suas leis, sua lógica, pois é na natureza que vamos encontrar as bases da ciência.

O impulso primário do homem para a busca de sua origem transcendental aos poucos foi cedendo a prioridade para a procura de realização exclusivamente no perecível mundo material. Isso foi conveniente para aqueles que cobiçam poder terreno conduzindo as massas à indolência máxima. Os homens da Religião, do Estado, e do Capitalismo de Mercado e também tinham em mira o poder. Agora as coisas estão confusas. Com o surgimento do Capitalismo de Estado, a indolência e a robotização do ser humano tende a ser total.

Para não cair nisso os seres humanos devem buscar viver autenticamente, sempre visando o bem. Em seu entorpecimento, as pessoas vão se acomodando na vida rotineira como sonâmbulos, perdem o estímulo para definir propósitos e ir atrás, e também perdem a iniciativa que deveria buscar a realização de sua vontade intuitiva ora bem adormecida. No entanto, de todos os lados a mente recebe, principalmente da mídia, lembretes que impulsionam os indivíduos a agirem: alguém fumando ou bebendo, brigando, xingando, comprando algo, e tantas coisas mais que não levam a lugar nenhum. Enquanto a vida vai transcorrendo na mediocridade paralisante, faltam lembretes positivos, tais como: ajudar alguém, ler um bom livro, falar uma palavra amiga, procurar o bem geral e o real sentido da vida.
* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

TEMPOS DIFÍCEIS

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Precisamos cultivar a serenidade. Você vai ao Banco, cai o sistema. Procura a clínica para marcar hora e recebe a informação que saiu do Convênio. Vai à concessionária e é informado que perdeu a garantia porque a revisão anterior do automóvel foi feita com alguns dias de atraso.

No pós-lei Áurea, a mão de obra liberada ficou sem ocupação e sem escola, tendo que se alojar em favelas. Getúlio e Lula se aproveitaram do vazio deixado por seus antecessores. Deram continuidade ao sistema exportador de commodities e “doador de sangue”. As divisas e ganhos, que somavam bilhões de dólares, na maior parte eram remetidos para fora do país, com pouca contribuição para a economia interna. Isso, somado à corrupção, resultou em despreparo e grande atraso.

Vivemos numa época de abuso do poder por homens que se julgam acima de tudo e de todos, impondo sua vontade de forma tirânica, conduzindo tudo para o abismo das vaidades e paixão pelo poder, em vez de construir e beneficiar para a conquista da paz, progresso e evolução.

A situação geral do mundo está complicada, difícil e tende a piorar porque muitas pessoas estão acomodadas, satisfeitas com aquilo em que acreditam sobre a vida e pouco fazem visando renovar e ampliar sua visão para buscar o aprimoramento e a melhora geral.

A situação do Brasil tende a piorar devido à crise política, à roubalheira e ao aumento de déficits e dívidas, pois a geração de dólares pelas exportações de commodities não será suficiente para atender toda a demanda, agravando o desequilíbrio. Está difícil a reversão que leve ao estabelecimento de um projeto de vida sadia que permita preservar os valores duramente conquistados.

No conturbado mundo financeiro, o aumento das reservas da China chama a atenção para os resultados, mas lá o governo mescla economia de livre mercado com capitalismo de Estado, com rigidez na regulamentação geral. Ainda não foi descoberta a fórmula para se praticar isso no Ocidente; possivelmente, qualquer dia chegaremos lá, endurecendo mais a vida.

O Brasil vem sofrendo desgoverno há décadas com sua extravagante política de juros elevados e controle de preços feito com a desestabilização da taxa de câmbio, tornando o país refém do capital especulativo. Estamos voltando ao tempo de exportador de “bananas” e os governantes deixam a coisa rolar; vão gastando e endividando o país, ampliando a sua dependência. A economia brasileira já está bem fragilizada com tanta irresponsabilidade. O povo é de boa fé, acredita nas palavras dos políticos, mas os fatos sempre acabam por desmenti-los. A decepção é semelhante àquela sentida quando se soube da inadequada aquisição da refinaria em Pasadena pela Petrobrás. Para onde vai o Brasil? O que fez a sua população? O que fizeram seus governantes em todos os níveis?

Nossa história econômica é triste e começou em 1822, já com o endividamento para a Inglaterra. Só nos livramos do sistema escravocrata em 1888. Muitas foram as décadas perdidas. Algum avanço foi obtido nos governos de Juscelino Kubitschek e dos militares, como, por exemplo, a criação da Embraer. Mas depois desses períodos, o país ficou estagnado. A partir dos anos 1980 tivemos vários desajustes na taxa de juros, inflação e câmbio, o que levou ao declínio da indústria que, ao contrário, deveria ter se fortalecido com apoio do governo e empenho dos empresários. Apesar dos recursos ofertados pela natureza e da sua vocação pacífica, o Brasil passou a ser um país miserável e inculto. A situação é grave. Se Temer e Meirelles não derem agora uma arrumada no país, que futuro poderemos esperar?

O rumo certo tem de ser alcançado através da boa educação e bom preparo para a vida de todos os cidadãos. A adaptação às leis da natureza é o único meio, pois elas são as leis do desenvolvimento da Criação que expressam a vontade do Criador e têm de ser compreendidas em sua lógica sem lacunas.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”; “2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

CAPITALISMO DE ESTADO MAFIOSO

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Neste mundo tumultuado por interesses conflitantes, o poder financeiro no livre mercado confronta-se com o poder financeiro do capitalismo de Estado. Nesse meio muitas coisas estão mudando, mas se no livre mercado a liberdade é restrita, no capitalismo de Estado só há deveres, não há liberdade nem direitos com o Estado comandado pelos donos do poder que podem tudo. Pairam incertezas quanto ao futuro.

No Brasil, a tendência é para o capitalismo de Estado mafioso, dominado pela corrupção e acordos espúrios com o dinheiro público. Governo e atividade econômica não deveriam se imiscuir, pois só promovem a corrupção para benefício de poucos e miséria para o restante da população. Os estadistas brasileiros não se dedicaram seriamente ao bem do país. O Brasil estaria em outra situação, mais desenvolvido e com humanidade se tivesse sido administrado por governantes sérios e competentes empenhados na conquista do progresso real. Mas isso se deve, também e infelizmente, pelo despreparo dos cidadãos brasileiros.

Estamos atravessando uma lamentável situação. Qual a saída? Os Congressistas aprovarão eleição direta e irão perder a oportunidade de escolher o presidente ao seu feitio? Mas se for aprovada, quem seriam os candidatos? Os pais da Pátria no Congresso deveriam pensar no bem do Brasil carcomido pela corrupção e bloquear de vez a possibilidade de o país cair no Capitalismo de Estado Mafioso, sem liberdade nem direitos, em que só há negociatas para os membros da quadrilha enquanto a desigualdade social vai levando o país para a ingovernabilidade, acabando de vez com as aspirações das famílias que lutam por um Brasil melhor.

O partido dos cidadãos deve ser o do Brasil. Raramente os gestores públicos se preocuparam com o equilíbrio das contas internas e externas, boa educação das novas gerações e preservação da natureza. As transas corruptas vão de juros, swaps cambiais, benefícios especiais, obras superfaturadas, privatizações pouco idôneas que se de um lado devem ser feitas, de outro requerem um rígido controle da lisura na transferência dos patrimônios públicos.

O Brasil não pode continuar como uma nave sem rumo. Enquanto permanecer a bandalheira, continuará decaindo. Precisamos de reações coerentes e inspiradoras, que removam o lixo e interrompa a decadência, de nada adianta a destruição provocada por bandos de mascarados.

A jornalista Sarah Chayes faz em seu livro Ladrões do Estado um levantamento dos estragos causados pela corrupção, que segundo ela se agravaram muito com o fortalecimento do individualismo, que coloca o ganho como a prioridade da vida, e devido às oportunidades criadas com a abertura da globalização que acabou expatriando o dinheiro que antes ficava mais circunscrito aos limites dos territórios dos Estados. A displicência financeira foi tal que acabou contribuindo para as crises de 2007 e 2008. Lideranças corruptas assumem o poder e vão cavando um abismo nas finanças, abocanhando toda a riqueza.

A humanidade perdeu o rumo. São considerados bons os países que acumularam reservas em dólares e, errados, os endividados, com exceção dos EUA que produzem dólares. Trata-se de uma medida do progresso distante da verdadeira evolução, da paz, com o aprimoramento da qualidade humana. A degradação do Rio de Janeiro é outro reflexo da decadência geral da humanidade que tem agido com displicência a respeito do significado da própria vida, pois sua tarefa é buscar a compreensão da lógica que reside na Criação e suas leis e, amparada nelas, agir de forma construtiva.

Está faltando o olhar com profundidade para o desenvolvimento cerebral e moral dos jovens cada vez mais direcionados para a aceleração do pensamento, sem reflexão, sem metas, sem uma visão da dimensão humana nesta fase de acelerados avanços tecnológicos. O homem não é máquina e suas capacitações humanas precisam ser despertadas desde cedo, tem de aprender que é responsável pela qualidade do futuro. Que o Brasil possa se tornar de fato uma pátria iluminada de paz, progresso e felicidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7