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GERAÇÃO Z: MELANCOLIA OU DEPRESSÃO

A adolescência sempre foi marcada pela melancolia dos jovens que percebem a dor do mundo sem compreendê-la, sem encontrar alguém que explique claramente as causas e consequências, o significado e a finalidade da vida. A maioria passava por essa fase que, entre farras e bebedeiras, era logo esquecida. Em sua depressão, os jovens não se conscientizam que a adolescência é a importante fase da passagem da criança para o adulto, para que se esforcem para entender a vida e as leis que a regem e se tornem autoconscientes, dotados de discernimento e bom senso, de modo a atuarem de acordo com o funcionamento das leis universais da Criação para evoluir. Mas ficam estagnados diante de vídeos besteirol.

“Só na Espanha, mais de meio milhão de jovens de 15 a 24 anos não estudam nem trabalham. Enquanto isso, no Reino Unido, quase 3 milhões de pessoas da Geração Z são agora classificadas como economicamente inativas — com 384 mil jovens ingressando na classe dos “sem trabalho” desde a pandemia de covid.” (Trecho de matéria publicada no link do jornal O Estado de São Paulo). As crianças e os jovens estão travando a sua essência espiritual, e sem ela não alcançarão a condição de ser humano. Terão de fazer o movimento certo. Falta-lhes a esperança de um melhor futuro e o anseio para pesquisar a finalidade da vida.

Os seres humanos não têm dado atenção para a finalidade de sua vinda à Terra, pretendendo dominá-la. Dotados de discernimento e capacidade de livre resolução, deveriam se aprimorar nisso, criando na Terra um viver sadio com respeito às leis universais da Criação. Em vez disso, o que tem avançado é a destruição. Em sua indolência e comodismo, foram convencidos de que a religião e o Estado seriam os grandes provedores, e só teriam que ser obedientes. Mas, acomodados, perderam o bom senso e a visão clara da vida, enquanto os dirigentes iam tomando conta de tudo. Agora chegamos nos limites caóticos e a humanidade não sabe o que fazer.

A época é difícil, mas se os profissionais apresentarem cara emburrada e não atuarem de forma adequada no ambiente de trabalho, isso causará péssima impressão no público em geral. As empresas não deveriam ser uma entidade que só pensa em ganhar cada vez mais a qualquer custo e se expandir. São os consumidores que lhes dão suporte, portanto merecedores de uma retribuição para o bem geral. Quanto aos colaboradores, eles devem estar integrados nos objetivos da empresa, agindo com boa vontade e recebendo consideração humana. O justo seria que todos que contribuem para o ganho tivessem uma participação nos lucros da empresa.

Estamos diante de uma turbulência dentro do Estado-nação, face ao descontrole das contas públicas, o que é, em boa parte, decorrente das aspirações eleitoreiras de conquista e conservação do poder. Isso está sendo conduzido por forças exógenas ditadas pela atuação automática das leis universais da Criação que sempre atraem, de forma lógica e coerente, as consequências das ações dos indivíduos, dos povos e do conjunto da humanidade.

Agora chegamos nos limites caóticos e a humanidade não sabe o que fazer, criando narrativas e aumentando os gastos, dívidas e carga tributária, e não sobra nada, o que acarreta o declínio e a deterioração continuada das cidades e tudo o mais. No Brasil, há 35 partidos políticos que querem vencer a eleição a qualquer custo.

O imposto não pode ser escorchante. O valor do imposto tem de ser canalizado para o bem geral. No Brasil, há 26 estados e um distrito federal, 5.568 municípios, cada um com seu pessoal e seus custos. Muitos deles estão deficitários, não conseguem cumprir nem o básico de sua tarefa, mas haverá aumento de cadeiras de deputados. As reformas tributária e da segurança parecem ir na direção de centralizar o poder.

As coisas que se afastam da naturalidade tendem a desaparecer. Por exemplo, a religião, antes tida como obrigação prioritária, vai se esvaziando, a crença cega perdeu espaço. O Estado-nação deveria ser uma importante instituição, aprimorando o povo, mas se desgastou nos desmandos. A inoperância está trazendo a estagnação e ingovernabilidade e vão surgindo populistas, ditadores e tiranos. Não se sabe onde isso vai nos levar. No meio disso tudo, sufocando a essência espiritual, estão os seres humanos.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

 

O QUE A GERAÇÃO Z VAI SER?

A faixa de 14 a 24 anos é a fase mais importante da vida, na qual afloram os sonhos por um mundo melhor, sadio. Isso depende do bom preparo das novas gerações para a vida, mas o tempo é todo consumido na visualização de vídeos e respostas vazias. O tempo passa e, de repente, a pessoa chega aos 30; é aí que vem o impacto: o que fiz até agora? Para que nasci? O que vou fazer com a minha vida? É sobre essas indagações que deveriam surgir os vídeos com respostas, num conteúdo sério baseado em pesquisas e reflexões intuitivas visando um futuro melhor.

Mais conforto não contribuiu para formar uma geração forte. Inconscientemente, os jovens estão indignados contra a civilização do dinheiro; isso é danoso por abrir espaço para a ideologia socialista que cria a expectativa de que o Estado vai resolver tudo.

A falta da leitura também promove a padronização, reduzindo a criatividade individual. Escrever à mão, uma atividade deixada para trás, se conecta diretamente com certas partes do cérebro que ativam áreas relacionadas à criatividade, à lógica e coordenação motora. Isso torna a escrita um excelente treinamento para desenvolver habilidades de forma mais eficiente do que digitar em um teclado. Por que muitas pessoas mal sabem escrever? Por que deixaram de escrever à mão? Por que não se mexem para combater isso? Falta naturalidade.

A força sexual faz parte da natureza do ser humano adulto, porém muitos tabus foram criados. Cada criança tem de permanecer criança até se tornar um adulto bem-preparado para a vida, e que será responsável perante a geração de filhos.

Há uma incompreensão mundial sobre o Quarto Mandamento – “Horarás pai e mãe”. É evidente que os filhos devem, como gratidão e amizade, auxiliar seus pais quando eles se encontram em dificuldades. Mas como uma criança pode honrar um pai que bebe e bate na mulher? Ou uma mãe que não dá valor aos esforços do marido para sustentar a família, e sai por aí em busca de diversão e prazer?

A América do Sul, com seus recursos naturais, deveria ser fundamental na redução da miséria material e moral, para que a espécie humana pudesse alcançar o lugar que lhe cabe na Criação. Para isso é preciso eliminar a crença cega e orientar a população para a compreensão da vida e das leis naturais formadas pela Vontade de Deus para o progresso espiritual.

O sistema de produção global transferiu as oficinas para a China que produz de tudo em grandes quantidades, reduzindo o custo. Esse processo avança há 30 anos carreando dólares e euros. O que devem fazer países cujas fábricas foram fechadas diante do menor custo dos produtos importados? A questão é ampla e a simples imposição de tarifas não eliminará o problema. Sem um acordo global que estabeleça bases para que cada nação possa produzir e evoluir em sua cultura, o conflito tenderá a crescer, e as consequências poderão levar ao confronto armado global.

As ameaças se avolumam, mas a essência dos desacordos, como em outras épocas, está na economia. Taxa de juros valorizando o dólar e euro, a forte dependência dos emergentes ao dólar, os custos e preços menores dos produtos fabricados na China. Tudo isso está fervendo no caldeirão.

Deixaram sopa para mosquito. O dólar subiu. A turma da pesada teria aproveitado? A quanto montou o embolso? Assim ocorre no Brasil, como também na América do Sul. No passado, sempre deficitários e espremidos, eram os países do futuro. Hoje, da forma como têm sido governados, têm futuro duvidoso. Mas os tempos difíceis avançam globalmente para uma população da qual grande parte não sabe ler nem escrever.

As leis da natureza atuam independentemente da vontade humana. Os indivíduos devem compreender como funcionam essas leis para se aliarem a ela e colherem paz e progresso e alcançar o nível que lhes cabe. Para a exata compreensão da situação da humanidade é indispensável o conhecimento das leis da Criação formadas pela Vontade de Deus, que atuam automaticamente tecendo os fios do destino.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

GERAÇÃO #

A grande questão da educação é que os pais já não se lembram mais por que nasceram na Terra nem qual é o significado da vida e suas leis. Assim, o viver vai se tornando uma chatice porque não há propósitos enobrecedores, não há rumos claros e os jovens se veem neste mundo onde a natureza está reagindo de forma drástica. Na economia, os empregos estão sumindo e os líderes não sabem o que fazer com a massa disponível e sem renda, as telas se apresentam como uma forma de ir mantendo a turma distraída e ir camuflando o problema.

Leia abaixo o importante artigo de Marcelo Rubens Paiva, publicado no jornal O Estado de S.Paulo em 22.02.2020. (https://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,geracao-,70003206227)

Geração #

Aos 6 anos, já pede de presente cartas Pokémon e um iPhone 11

Por: Marcelo Rubens Paiva*

Meu filho Joaquim, de 6 anos, me perguntou passeando pelas ruas do bairro, num domingo ensolarado: “Pai, por que as pessoas se cansam de viver?”. Acendeu um alerta máximo no meu cérebro. Parei, abracei, beijei sua testa muitas vezes e perguntei de onde ele tirou aquilo. “Ué, você que me disse.”

Pesquei as conversas recentes armazenadas na memória sem a fluidez da infância. Memória gasta como um sapato velho. Até me lembrar. É, eu tinha dito, quando ele comentou, semanas antes, que queria viver mil anos, e falei que viver muito era chato, que seria melhor descansar, que morrer é parte do processo, que todos morrem, e é bom, as pessoas se cansam de viver muito, ficam muito doentes quando envelhecem. Até 100 anos dá. Mais que isso, será que vale a pena?

Por que, de uma hora pra outra, ele trouxe o assunto à tona? Os pais de hoje, depois do casamento demoníaco da internet com o telefone, que deu nas redes sociais, que deu na confusão entre real e digital, na sedução hipnótica das telas que cabem no bolso, estamos em alerta máximo.

Ele afirma que quer um celular. Eu afirmo que só sobre o meu cadáver. Ele afirma que fulaninho e beltraninha têm. Eu afirmo que os pais Fulanão e Beltronona são dois imbecis, que não sabem o que é bom para os filhos, e trocaram a boa brincadeira, o livrinho infantil, pela opção fácil da babá digital smartphone.

Os pais de hoje vivem um estresse antecipado do como será o futuro da geração que nasceu millennial, depois de 1997, sob o signo das redes sociais, a Geração Z: 70% convivem com ansiedade e depressão, 55% com bullying virtual, 50% com vício de drogas, 45% com alcoolismo, 30% com gravidez na adolescência, enumerou a The Economist.

Casam-se mais tarde. Começam a vida sexual mais tarde. São menos ligados a comunidades religiosas. Ficam tempo demais em redes sociais. A metade deles já largou emprego por conta de doença mental, o familiar Burnout. São conclusões de um conglomerado de institutos de pesquisa e organismos: Organização Mundial da Saúde, Blue Cross Blue Shield Health Index, Mind Share Partners, SAP e Qualtrics.

De acordo com BDA – Morneau Shepell, um em cada cinco millennials sofria de depressão nos EUA em 2015. A OMC alertou em 2016: o suicídio é a segunda principal causa de morte de jovens americanos entre os 15 e os 29 anos. No Brasil, o suicídio é a quarta maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos.

Competição no trabalho, a busca incessante pelo like, ansiedade, pânico, “fear of missing out” (Fomo), ou seja, medo de estar por fora, dificuldade de se tornar “adulting” (de crescer), são frutos de uma sociedade carente e hiperconectada; precisam ser aceitos, curtidos, incríveis.

Nas escolas que dizem formar futuros líderes e empreendedores, alunos ganham tablets na matrícula. Nas da minha bolha, tablets e celulares não entram. Estamos perdidos, sem dados, sem rumo. Logicamente, que as empresas mais ricas do mundo, envolvidas na hiperconexão, não nos dão respostas às dúvidas que as novas tecnologias suscitam.

Já ouvimos dizer que o vício pelo like, assim como as cores das telas, é como o de uma droga estimulante. Sabemos que bebida, cigarro, drogas na infância e adolescência devem ser banidos. Não sabemos nada sobre as quatro telas. Para piorar, estamos cercados por elas.

Não existem carreiras de cocaína ou um copo de uísque on the rocks em cada sala de espera de médico, hospitais, na mesinha da poltrona do avião, nos táxis, em bares e restaurantes, nos aeroportos, rodoviárias, trens e metrô. E em todos eles, é proibido fumar. Mas existem telas, são mágicas, sedutoras e liberadas. Na mão da maioria das pessoas sentada, um celular.

Como dizer a uma criança que aquilo faz mal. Elas estão nos bolsos de cada um, nas mãos, mesas, bolsas. Meu filho adquiriu uma habilidade “pickpocketiana” de afanar meu celular carregando, guardado, ou aparelhos de primos, babás, amigos, para mergulhar fascinado naquele universo em que ele é proibido de entrar.

Sabe operar como poucos, baixar o que quiser, e onde está o segredo. E já pede de presente cartas Pokémon e um iPhone 11. Se ignoramos, pede dinheiro, sabe o preço do aparelho e onde tem promoções. Estamos fritos. E eles, então…

* Marcelo Rubens Paiva é escritor, roteirista, dramaturgo, há anos trabalha na imprensa como cronista do mundo contemporâneo, de olhos atentos à política, cultura e neuroses urbanas. É colunista do caderno de Cultura do jornal O Estado de S.Paulo.