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QUAL É A FINALIDADE DA VIDA?

Ninguém duvida da importância da ciência, mas a questão maior que mexe com os seres humanos refere-se à pesquisa sobre qual é a finalidade da vida. Por que nascemos? As pessoas não fazem ideia do que seja isso e vão vivendo empurradas pelos acontecimentos que as rodeiam. Carecemos de uma resposta objetiva em conformidade com as leis da natureza para um viver harmonioso e produtivo com paz e progresso, construindo e beneficiando, contribuindo para a melhora das condições gerais com continuado aprimoramento da espécie humana, única ainda desajustada nas engrenagens naturais da vida.

Um grande problema do Brasil são as palavras falsas e mentirosas largamente empregadas na política; a tragédia está nos bolsos recheados de dinheiro sujo. O Brasil já esteve do lado da felicidade da vida. Essa condição tem sido destruída pelo embrutecimento que já começa no ato de geração. O que esperar de seres gerados sem amor, sem incentivos para a busca do propósito maior da vida? O acorrentamento voluntário às cobiças e vícios está levando todo um país ao descalabro, dominado pelo logro, violência e prepotência. A verdadeira solidariedade está na contribuição de cada um para o beneficiamento do todo e isso requer maturidade espiritual e compreensão do significado da existência.

É preciso se cuidar sempre. Fumar, se drogar, se entregar ao alcoolismo só pode causar danos ao corpo e à saúde. O mesmo se dá com os maus sentimentos e pensamentos que adoecem a alma e o corpo. Com o bombardeio das informações negativas, surge o pânico que leva pessoas ao desespero e à perda de imunidade. O confinamento tende a deixar as pessoas nervosas por não poderem sair por aí, mas foi uma freada importante nesta forma agitada de viver.

A rotina empresarial se modificou muito para quase todos os ramos; os pequenos e médios negócios têm mais dificuldades porque, com a globalização, a competição internacional se tornou feroz. Enfim, na economia tão desequilibrada qualquer imprevisto arrasa tudo. Com a crise, centenas de estabelecimentos estão fechando as portas, aumentando o desemprego. Economistas defendem o aumento de impostos. O aumento de tributos é história antiga; é o que faziam os senhores feudais quando queriam aumentar a sua riqueza. Precisamos encontrar a fórmula de aumentar a produção, empregos, renda, consumo, educação, saúde, e tudo o que falta a este país. Ver onde está havendo dispêndios inúteis como excessos do legislativo e judiciário, e muito mais, remanejando essas verbas para necessidades essenciais.

As pessoas estão percebendo que em suas vidas o tempo voa. A ansiedade vai explodindo, as pessoas querem falar, querem agir, querem fazer tudo na pressa, sem tempo para refletir, como se o tempo estivesse acabando. Sinal dos tempos? Quem entende isso? Quem examina? Nesta quadra da vida temos de ser desbravadores com coragem e persistência. É fundamental entender o que se passa. Existem no mundo mais tiranos do que possamos imaginar.

Quando um presidente é eleito encontra o Legislativo e Judiciário já instalados no poder com grande força de pressão, como fazer a integração? Com motivação patriótica conseguirá alguma coisa a bem do país e sua população? Ou que meios deverá usar para que os poderes se unam pelo bem geral e progresso do Brasil?

O sistema de partilhar o poder e o dinheiro entre os poderes no presidencialismo, chamado de negociação, gerou esse pandemônio econômico e fiscal. A economia põe à mostra todas as suas incoerências com a interrupção das atividades e da circulação do dinheiro. Até quando isso será suportável? O que virá a seguir? A Constituição define os procedimentos, mas por si, sem um plano coeso dos poderes, não consegue impulsionar para melhor, pois os oportunistas agem contra os interesses do Brasil alegando estar seguindo a Constituição.

É grave e dramática a situação a que chegamos. O despreparo geral gerou a falta de responsabilidade como ser humano e cidadão, em que cada um só pensa em si e em obter vantagens. Há décadas um grupo de oportunistas tomou o país para si, deixando a população nas mais precárias condições morais e de vida. As novas gerações precisam de um reforço nas forças cívicas e morais, e compreensão do significado da vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

RUPTURAS E TRANSFORMAÇÕES MUNDIAIS

Para onde está indo o Brasil? Enquanto se perde muito com disque-disque estúpido, o mundo está afundando. A geopolítica já era brava; com a pandemia está virando pandemônio, assinalando um ponto de ruptura com a forma displicente de viver como até agora. Mas é também a oportunidade para cada um buscar o saber do real significado da vida e seguir o querer que nasce no coração, espontaneamente, sem cálculos nem artifícios. Temos de aproveitar os dias de isolamento para ler, escrever, estudar, entender para onde a humanidade se encaminha, e entender por que a situação chegou a esse extremo de aspereza. O livro do Apocalipse não esclarece a causa do falhar espiritual dos humanos.

Há tempos vem sendo anunciado que a humanidade se encontra numa fase de turbulências. As crises foram se sucedendo, tais como as financeiras, econômicas, sociais e inclusive ambientais devido à continuada destruição da natureza. A vida seguia com tendência de aumento da precarização geral, e para piorar, a pandemia do coronavírus acarretou uma parada econômica mundial da qual está sendo difícil se desvencilhar; isso tudo está levando a uma fase de transformações.

Seria possível estabelecer o reino de mil anos mencionado na Bíblia – um tempo de paz e harmonia na Terra? O ser humano se agarrou ao mundo material, mas é espírito dotado de livre arbítrio que foi deixado escanteado, seguindo só o intelecto, um grande erro não corrigido, apesar das múltiplas advertências, o que gerou um viver caótico, afastado das leis da Criação. Há os que se julgam acima de tudo e visam estabelecer o mundo que mais lhes apraz, e vão criando desarmonias à sua volta. O embate pelo poder se acirra, mas no final o que restar terá de colocar a espiritualidade acima da materialidade e seguir as leis da Criação para promover a paz e a evolução.

O mundo está doente. Michael Pettis, professor de finanças da Universidade de Pequim, em recente entrevista delineou a origem dos desequilíbrios econômicos gerados a partir da busca de menores custos da mão de obra, acarretando a estagnação do consumo em decorrência dos baixos salários e da transferência dos ganhos para o mercado financeiro. No Brasil, há décadas há uma grave doença que é o despreparo para a vida e a consequente falta de bom senso de grande parcela da população. No passado, os tataravós e avós se movimentavam e resolviam muitos problemas de saúde, da vida, da educação e criaram filhos sadios que se tornaram cidadãos de qualidade. O bom preparo para a vida foi deixado para plano secundário, estagnando o país.

A educação começa em casa com a responsabilidade dos pais, mas é também uma responsabilidade de todos: do governo, das empresas, da mídia, para formar seres humanos de qualidade, com bom senso, raciocínio lúcido e responsável pela melhora geral. Com 7,6 bilhões de almas encarnadas, o mundo faminto volta os seus olhares para as terras do Brasil e seu agronegócio em clima tropical, com solos bons e abundância de água; esse também é um fator da geopolítica que está interferindo drasticamente na política interna visando ter governantes dóceis aos interesses externos. O Brasil tem de prestar muita atenção a isso tudo para não se tornar refém e impedido de seguir em frente. No entanto, há que cuidar atentamente da natureza para que os mananciais sejam conservados firmes com volume e qualidade da preciosa água, já escassa em muitas regiões.

A situação mundial está confusa. O ateísmo vem crescendo. Os religiosos querem fazer a imagem do Grande Criador Único, sem reconhecer a Vontade Dele que se inscreve nas leis naturais da Criação. Então surgiram ódios, confrontos, destruição. Com estadistas responsáveis e bom preparo da população, a tendência nacionalista é o caminho natural. As comunicações sobre a pandemia deveriam orientar a população, não a amedrontar. As matérias-primas extrativas são finitas. Deve-se aproveitar a oportunidade do agronegócio para que possamos produzir alimentos de forma a distribuir renda. Se cada povo cuidar bem de seu território, com liberdade e responsabilidade, o planeta estará bem cuidado, mas é preciso o equilíbrio da economia na produção, comércio, trabalho, renda, consumo, e progresso com preservação da natureza.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

DESEQUILÍBRIO ECONÔMICO E EMOCIONAL

Dentre as criaturas, o ser humano é, sem dúvida, a de maior significação por ser dotada de espírito e livre resolução. Deveria ser o grande zelador do planeta, respeitando a lei universal da preservação e adaptação. Mas ele se afastou das leis da natureza seguindo sua própria lei ditada por seu querer egocêntrico. Um dia vale a aplicação de pena ao condenado em segunda instância; no outro, não vale mais. É o tal do casuísmo, isto é, prevalecem os interesses momentâneos.

A sustentabilidade do planeta requer a boa disposição dos seres humanos para que estes reconheçam e se adaptem às inflexíveis leis cósmicas. O desequilíbrio econômico, financeiro, cambial e social domina o planeta. A economia está parada. As causas não são pesquisadas. Governantes e empresários permitiram que a produção fosse transferida para regiões de menores custos da mão de obra e de produção. Cada indivíduo tem que decidir os rumos da sua vida ouvindo o íntimo atentamente. Mas com a transferência das fábricas para a Ásia, o viver se modificou.

Desigualdade, precarização, destruição da natureza e falta de educação avançam pelo mundo. Surgem insatisfações, descontentamento, reações inesperadas, agravadas por acontecimentos imprevistos que vão surgindo um após outro, levando à precarização da classe média do ocidente rico. Mesmo quando nos sentirmos prejudicados é preciso muita cautela na forma como vamos reagir, o que vamos pensar e falar porque muitas pessoas estão emocionalmente descontroladas. Há muitos pensamentos de insatisfação, medo e ódio. Precisamos de força para não cair nessas armadilhas e agir com serenidade

Fala-se que foram criados dez trilhões de dólares pelo afrouxamento monetário, mas o mundo continua atolado em dívidas e com a produção estagnada. A globalização, iniciada nos anos 1980, permitiu o surgimento de oportunidades para o acúmulo de dólares aproveitando as brechas para avanço de produção massiva de manufaturas de menor custo para colocação no mercado externo, acarretando complicadas consequências econômicas e culturais. A pacata classe média se sente acossada com a perda de empregos, aumento da desigualdade e desarranjo ambiental.

O Brasil tinha o grande futuro de vir a ser o país da sabedoria, da paz e da alegria. Mas, seguindo por caminhos funestos, entrou em decadência; grande parte da população não consegue ler e escrever. A corrupção tomou conta. Muitas manifestações artísticas se tornaram degradantes. As novas gerações não receberam o preparo para a importância do trabalho. As drogas encontraram campo aberto, as adolescentes engravidaram precocemente, enfraquecendo a prole e o país.

Em 1989 houve grandes esperanças com a queda do muro de Berlin e vitória de Collor sobre Lula; mas logo o presidente eleito decepcionou o Brasil, sendo apenas mais um a manter o país nas sombras. A Alemanha está longe do que se esperava em 1989; o Brasil mais ainda. Soluções existem, mas há grande empenho em manter tudo como está para assegurar os privilégios dos que se alojaram no topo. As autoridades têm se mantido voltadas para interesses particulares em vez de pôr em prática o alvo nobre de aprimorar a espécie humana e as condições gerais de vida.

É fundamental para o Brasil o bom preparo para a vida, o que tem sido descuidado por todos os poderes desde a queda do Império. Fundamental é a preservação das áreas de mananciais, rios e mares. Crimes como os de Mariana e Brumadinho são varridos para debaixo do tapete. Por mais de meio século sofremos a sangria dos juros extorsivos e nada se fez. Matamos a indústria e nada foi investigado. Para esperar melhor futuro há que se retornar à disciplina e responsabilidade, à ordem e progresso.

A humanidade se afastou do significado da vida real e vive uma ilusão estruturada por conceitos criados pela mente materialista sem a participação da alma. O corpo necessita de alimentos para a sua sustentação, mas a alma também precisa ser alimentada por nutrientes de natureza espiritual. No emaranhado de desafios do século 21, terá de se manifestar aquilo que a humanidade efetivamente quer. O anseio dos indivíduos deveria partir de seu íntimo, mas há muitas influências externas e ausência de visão clara do significado da vida, isto é, falta o autoconhecimento como espécie humana dotada de livre resolução.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

NOSSO MUNDO PERIGOSO

As complicações mundiais vêm num crescente desde o final dos anos 1990. Enquanto se processavam as alterações na estrutura de produção global, ocorreram no entremeio crises financeiras que absorveram as atenções gerais. Agora enfrentamos um novo desarranjo de forças antagônicas que fazem de tudo para obter o desempate do jogo e ficar na supremacia.

A partir da globalização, promovida pelo que se convencionou chamar de neoliberalismo, ocorreram profundas transformações financeiras, cambiais e econômicas. A produção fabril foi concentrada principalmente na Ásia. Iniciou- se um processo de desindustrialização e precarização geral em muitos países. Com certeza outros caminhos poderiam ter sido identificados, mas esse foi o adotado em função dos interesses imediatistas.

Empregos e arrecadação se retraem. Nos grandes centros os shoppings centers se estruturaram em função de um nível de renda mais flexível. Com a precarização geral a renda caiu, junto com as vendas. Preços e qualidade baixaram. Produtos estão à venda em cada esquina. Os shoppings e lojistas enfrentam dificuldades pelo mundo.

Lá atrás teve início a administração burocrática dos Estados que deveria estar sempre e exclusivamente voltada para os interesses gerais. A burocracia teve a sua origem na necessidade de regulamentar os procedimentos das relações na sociedade humana, no entanto acabou gerando os monstrinhos que criam dificuldades para as atividades em geral, mas é prestativa com os interesses dos grupos com os quais compactua.

Os gestores do dinheiro público têm sido desleixados com as contas internas e externas, agindo com pouco bom senso, dispersando as verbas em muitas coisas não essenciais. Em seu imediatismo, não desenvolvem estratégias de longo prazo, agindo burocraticamente de improviso por meio de remendos para corrigir problemas momentâneos, sem clareza em suas decisões para acobertar os seus objetivos particulares, e sem olhar para as consequências futuras. Há de se renovar a burocracia que acabou se tornando mais importante que o próprio país e sua população.

Mas o fato é que a burocracia não é a causa dos males, mas sim uma consequência, pois a causa primeira da regressão das condições gerais de vida está no embrutecimento do ser humano que, com seu egocentrismo, afastou-se do sentido da vida, não medindo a extensão de suas atitudes na busca de satisfação de sua cobiça.

O ser humano tem passado pela vida com viseiras, de modo inconsciente quanto ao seu desenvolvimento progressivo, deixando de perceber as conexões promovidas pelas poderosas leis da natureza, sem se preocupar em penetrar nesse saber que em outras eras era percebido de forma simples.

As leis naturais da Criação nos fizeram livres, mas os seres humanos egoístas forçam a antinatural sujeição da vontade alheia aos seus interesses criando leis e regulamentos em desacordo com as leis naturais da vida.

A burocracia se tornou a forma de criar normas que aos poucos vão sufocando a individualidade e a criatividade. Simplificar tudo na vida implica na necessidade de desburocratizar todo o arcabouço artificial de mando gerador do mecanismo que visa o aproveitamento máximo dos recursos pela elite que se assenhoreou do poder. Mas isso não acontece apenas no setor público, podendo ocorrer da mesma forma no setor privado.

Na aspereza atual da sociedade humana, os indivíduos estão perdendo o vínculo com os objetivos de melhora geral que devem ser compartilhados, passando a olhar para si e seus interesses, com pouca ou nenhuma consideração pelos demais seres viventes. O mundo precisa erigir a plataforma da simplicidade para afastar as doenças que estão atacando e desorientando o cérebro de forma crescente e, ao mesmo tempo, elevar a sociedade no que ela tem de humano.

Com o enfraquecimento do espírito, o homem se torna materialista e tenta impor a sua vontade para exercer influência de forma ampla e sútil. Nisso, se esforça para impor sua vontade sobre o próximo. A ânsia pela conquista e conservação do poder tirânico não ocorrem apenas no poder estatal, mas também nas empresas, organizações e até nas famílias. Dessa forma, as pessoas são induzidas para que adotem atitudes, decisões e ações padronizadas dentro de um contexto de interesses de dominação. Ao mesmo tempo, o cérebro confuso, desconectado da intuição, vai perdendo a visão de conjunto sobre o significado da vida, pois está perdendo a simplicidade, a clareza e a naturalidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

DECADÊNCIA DA HUMANIDADE

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Após o julgamento arbitrário e crucificação de Jesus, formou-se em Roma um núcleo de pessoas que havia reconhecido a missão do Messias. Ele não criou nenhuma igreja ou religião, mas ofereceu em parábolas simples a explicação do funcionamento das leis naturais da Criação. Era uma mensagem para aqueles que, já naquela época, estavam sintonizados prioritariamente na vida material, com objetivo de que despertassem e buscassem a compreensão do significado espiritual da vida seguindo as leis naturais da Criação. As palavras de Jesus deveriam ter sido inseridas na vida dos seres humanos e permanecidas intactas; mas isso não ocorreu. As lembranças foram se imiscuindo com pensamentos próprios e por fim adaptadas conforme as conveniências do momento.

O filósofo francês Michel Onfray faz um histórico da Igreja, desde Constantino, o fundador, mas há o antes e o depois da trajetória da humanidade que ele não incluiu em sua obra. Em seu livro Décadance (Decadência, sem edição no Brasil), o autor desenvolve o conceito do “declinismo”, palavra recentemente incorporada ao dicionário Larousse. Trata-se da ideia de que o Ocidente vive seu inexorável declínio. Onfray argumenta que a fé cristã, toda amparada em uma figura fictícia – Jesus Cristo –, é a razão primeira dessa decadência e vê com igual reticência o seu possível substituto na Europa, o islamismo.

Na verdade, o que Onfray examina é a decadência da civilização judaico-cristã fundada pelo imperador Constantino 300 anos após a passagem de Jesus, e distante dos esclarecimentos dados por ele sobre a simplicidade e naturalidade da Criação. Mas, para isso, ele força a barra fazendo uso de sua imaginação negando a existência de Jesus, porém admitindo a existência do discípulo Paulo e de tantos outros participantes daquele episódio trágico da humanidade.

A decadência que Onfray está percebendo é nada menos que o anunciado apocalipse, a época em que a humanidade é chamada a prestar contas do tempo que lhe foi concedido para a evolução espiritual. É também a época da grande colheita anunciada por Jesus, dos frutos semeados pela civilização humana voltada para o materialismo e fundada num labirinto de mentiras acobertando interesses escusos de dominação, poder e também no desconhecimento da realidade espiritual da vida.

É tempo de o ser humano perceber que a vida é muito mais do que o curto intervalo entre o nascimento e a morte, e que cada um não é apenas o seu transitório corpo terreno. Tal conceito decorreu da imposição e acomodação à crença cega, ou seja, acreditar sem examinar nem refletir, exatamente o oposto do que Jesus exortava. Esse tipo de fé está morrendo, sendo impossível resgatá-la no século 21. Para promover o progresso da humanidade a crença cega deve ser substituída pela convicção que só advém após exames, análises irrestritas e reflexão intuitiva.

É preciso estar atento e desperto na maravilhosa Criação para aproveitar o tempo de permanência na Terra. A Luz da Verdade deve prevalecer sobre tudo o mais. Como escreveu Abdruschin:“No saber da Criação dado por mim em minha Mensagem do Graal e no esclarecimento a isso ligado sobre todas as Leis autônomas que atuam na Criação, podendo também ser denominadas Leis da Natureza, se mostra sem lacunas todo o tecer da Criação; este permite reconhecer claramente todos os processos, por conseguinte, a finalidade da vida inteira do homem, descrevendo também, numa coerência irrefutável, de onde vem e para onde vai, dando assim resposta a cada pergunta, desde que o ser humano a procure sinceramente.”

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7