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A RESPONSABILIDADE DE VOTAR

Atualmente, há grande descontrole emocional e muitos indivíduos partem para agressões morais para defender políticos e partidos nos quais depositam suas esperanças, anseios ou interesses. Temos de olhar para o Brasil com desprendimento. A luta política que se trava é de amplitude geopolítica. É importante recordar que em 1889 um grupo astuto e despreparado, atendendo a interesses externos, baniu Pedro II, e não deu atenção às famílias que abandonavam as fazendas. A história está se repetindo, uma vez que as influências externas permanecem atuando. Agora, com a indústria fragilizada, os empregos que preponderam são os que oferecem salários baixos. A educação também está desvalorizada. Que plano os economistas do plano real e os dirigentes públicos poderiam recomendar?

Há no Brasil muitas regiões que apresentam baixa escolaridade, em que a luta pela sobrevivência é cada vez mais difícil, sem liberdade, com moradias precárias, dominadas pelo medo mediante imposições e violência. É fundamental ter em mente que votar é um ato individual que requer ponderação e responsabilidade. E os candidatos, de sua parte, devem ter competência, idoneidade e amor à pátria e à população. Aqueles que acima de tudo amam e cobiçam o poder, arquitetando manobras para roubar o dinheiro da nação, têm de ser excluídos e esquecidos.

A situação da Terra ficou caótica. O desequilíbrio atual foi forjado em milênios de predomínio dos conceitos trevosos face à indolência espiritual. Os homens intelectivos acham que para encontrar soluções têm de implantar um governo forte, dinheiro e religião única, tudo organizado por eles. Mas profetas e enviados de Deus falaram da época da grande colheita e purificação; só o apocalipse, o Juízo Final, poderá restabelecer o equilíbrio e a harmonia de acordo com as leis da Criação e com a Vontade do Criador. Tudo segue uma sequência lógica de justiça. Não há razão para se duvidar da grande colheita, boa ou má, em consequência a tudo que os seres humanos semearam com suas atitudes.

De extremo a extremo a economia ameaça cair nocauteada na lona. Os antigos economistas que formularam as bases para a ciência econômica diriam que faltou bom senso. E, de fato, são aberrações as tendências críticas que se prenunciam, o oposto do que uma boa gestão econômica, desvinculada do efeito balão financeiro, teria conduzido.

Há muita aspereza no ar. Sentimos isso no trânsito desordenado, no transporte precário, nos ambientes de trabalho, nos conflitos que se avolumam, na agressiva competitividade pessoal e comercial. Pensamentos maldosos predominam. Num mundo em que cada um só pensa em si e em suas vantagens pessoais, julgando-se melhor que os demais, cultivar os bons pensamentos e a consideração é a melhor forma de estabelecer a mútua cooperação entre os seres humanos. Cada um beneficiando o outro com bons pensamentos.

Nos primórdios, há milhões de anos, surgiu o homo sapiens que se diferenciou dos demais seres por ter um núcleo vivificador espiritual, ou seja, por ser uma espécie com querer próprio e com possibilidade de decidir, dotada do conjunto cerebral, para raciocinar, e manter a conexão espiritual através da intuição. Muitos seres humanos se encantam com o raciocínio que se restringe ao tempo e espaço, esquecendo-se da intuição, ficando por isso atados ao mundo material em sua vida passageira, mas, ao contrário, deveriam atuar para o fortalecimento e desenvolvimento do espírito para se tornarem verdadeiros seres humanos. Sem isso, desperdiçam o precioso tempo que lhes foi concedido.

A trajetória humana é simples e grandiosa. Uma alma, que se acha retida no além recebe um corpo dotado do conjunto cerebral para raciocinar sobre as questões da vida terrena e manter o corpo em conexão com a alma, a ligação com o além e a espiritualidade através da intuição. Ao adentrar no mundo material, é conduzida para o local e condições em que possa aproveitar o tempo para se libertar dos erros, evoluir e beneficiar o mundo.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

O VETERANO

O filme O Veterano (2011) conta uma história interessante. Após lutar na Guerra do Afeganistão, o soldado Robert Miller (Toby Kebbell) retorna para sua casa, localizada numa região decadente e perigosa na Inglaterra, onde um grupo de menores violentos quer adentrar na vida de crimes, liderados por um marginal apoiado por gente graúda para traficar drogas. Ele acaba sendo convidado para trabalhar numa organização antiterrorismo e conhece a informante Alayna Wallace (Aiy Bielski). Ambos percebem que algo não está certo. Intrigado, Miller quer saber o que se passa. Gerry (Brian Cox), chefe da organização, lhe diz que o que está acontecendo é que uma população permanentemente aterrorizada não faz perguntas, e tem de continuar ignorando os problemas do mundo para não criar problemas, e Miller acaba ficando sem saber como seria o futuro.

Na vida real, a pandemia de 2020 mostrou que o nosso estilo de vida chegou ao limite do insustentável e se acha em declínio perigoso, o que pode acirrar a violência, como a demonstrada no filme. Há certa indignação no ar porque os preços de produtos e serviços sobem de forma acelerada, enquanto algumas camadas da sociedade continuam enriquecendo. Em paralelo, armas de elevado poder destrutivo continuam a ser produzidas, atemorizando a população, enquanto os fabricantes ensejam obter ganhos. A ânsia de possuir mais e mais não dá trégua. O lucrativo comércio de drogas se alastra pelo mundo fragilizando as novas gerações.

SEJA POSITIVO E REALIZADOR

Um pessimista frequentemente pergunta: “Você acha que isso vai dar certo? Será que vamos conseguir?” Muitas pessoas tendem a colocar empecilhos e ver dificuldades em tudo, demonstrando, assim, incapacidade para perceber a força das Leis da Criação e de confiar na Justiça inquebrantável. Pessoas negativas sempre trazem um pessimismo desanimador. Muitas vezes nos deixamos levar pelo negativismo que paira no ar e não olhamos para as coisas boas e as grandes possibilidades, e ficamos travados em ninharias negativas. É muito importante pensarmos e falarmos visando bloquear a corrente negativa que a tudo invade.

Poucas pessoas são gratas pelas coisas que receberam, mas, mesmo assim, não vacilam em se queixarem, atraindo sofrimentos causados por elas mesmas, por seu modo errado de viver. A vida não é uma fatalidade. Sempre temos a possibilidade da escolha, mas temos de fortalecer o bom querer. Protestar e se manifestar parece correto neste mundo onde pouca atenção foi dada ao desenvolvimento de condições que possibilitem a melhoria continuada da qualidade humana.

Quem explica a causa da violência e agressividade? Pouco se sabe sobre o significado da vida e sua finalidade, tampouco se nota esforço para compreender isso; vai daí que aumentam os conflitos. Com sua indolência e ignorância sobre o significado da vida, as pessoas perdem o vigor e a força de vontade do querer íntimo. O que está acontecendo com a espécie humana que está modificando o seu padrão natural?

As máfias, com suas mãos de ferro, já causaram muitos danos visando lucros com tráfico de drogas e de pessoas escravizadas de ambos os sexos. A história oferece muitos exemplos de atividades predatórias. Na China, mandavam os mandarins que dominavam o imperador e o povo que vivia em precárias condições e com pouco arroz. Lao-Tse, mestre espiritualista, se tornou um colaborador do imperador How-Tchou com o propósito de elevar as condições gerais e prestar esclarecimentos espirituais sobre a vida. Iniciou a construção da muralha e a produção de porcelana. Os poderosos não gostaram dessa intervenção. Confúcio (Com-fu-tse) também se opunha e se associava aos poderosos que visavam a destruição de Lao-Tse e do imperador.

Enquanto Lao-Tse transmitia ensinamentos voltados para o bem, Confúcio, qual Machiavel, trabalhava para conservar o poder nas mãos dos mandarins. Assim como tantos povos, a China também não deu guarida ao mestre, da mesma forma como aconteceu com outros profetas em outras regiões. Segundo Mao-Tse-Tung, o poder nasce da ponta do cano de um fuzil.

Há no ocidente muitos debates em torno do tamanho do Estado, mas quanto mais aumentou, mais improdutivo e deficitário se tornou, pois ali se reúnem indivíduos que querem o poder e as benesses, mas poucos estão dispostos a dar contribuições para o bem geral. Como não conseguem espaço na iniciativa privada, correm para se abrigar no cobertor do Estado. Faltam estadistas, faltam seres humanos de bem, conscientes de sua responsabilidade de promover a continuada melhora das condições gerais de vida para que o viver na Terra seja profícuo e proveitoso, em paz e felicidade; nessas condições não há necessidade do agigantamento do Estado.

Os homens inventaram o dinheiro, mas ainda não foi encontrada a maneira certa de lidar com ele, com a sua multiplicação e com o controle das contas públicas e pessoais. É tudo festa até chegarem as cobranças. O dinheiro deveria ser um meio auxiliar do progresso, mas foi transformado em meio de dominação, fonte de poder, arrogância e especulação para bem de uns e miséria de muitos. O comunismo não havia percebido isso com nitidez ao querer que o Estado fosse o detentor da capacidade produtiva, mas os sucessores de Mao encontraram uma fórmula especial de fazer dinheiro através do Capitalismo de Estado que conduziu a China à posição de segunda potência.

As novas gerações precisam de ensino proveitoso e motivador para que sintam a importância do aprendizado e sejam responsáveis. A evasão escolar espelha o duplo problema: ensino inadequado no conteúdo e forma, e despreparo das crianças com deficiências que procedem da vida familiar. Muitas pessoas perguntam: “por que a minha vida não vai para frente?” Mas é a pessoa que tem de se movimentar e caminhar para frente com firmeza e responsabilidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

EDUCAÇÃO E PREPARO DAS NOVAS GERAÇÕES

As novas gerações devem ser adequadamente preparadas para que surjam seres humanos de qualidade e responsáveis, benéficos a si mesmos e ao planeta, sendo orientados para reconhecer a importância da natureza em sua beleza e suas leis lógicas e coerentes. Pais e mães têm que se conscientizar da responsabilidade de gerar filhos e dar a eles uma base sólida para que saibam analisar as situações e usar a intuição e o raciocínio para encontrar as melhores soluções, e para entender que será através do próprio esforço que irão obter uma vida digna e prosperidade. Algumas reflexões:

1 – A responsabilidade dos pais: Quem quer gerar filhos tem de estar atento à sua responsabilidade, como pai e mãe, de receber um ser humano para cuidar com carinho e amor para que este seja preparado para a vida como ser humano de qualidade.

2 – De zero a seis:  A importante fase de zero a seis anos: Os pesquisadores do cérebro e do comportamento descobriram que é nos primeiros anos de vida, de zero a seis, que se forma o arcabouço básico das conexões cerebrais. Do nascimento até a adolescência é imprescindível que a criança se sinta bem-vinda em seu lar onde deve ser cercada de cuidados e preparada para se fortalecer para não ficar eternamente dependente dos pais. Estamos na hora da grande colheita, de repensar a vida e seu significado real, de se esforçar para se tornar verdadeiro ser humano que reconhece as leis da Criação e constrói a sua vida com respeito a elas colhendo evolução, paz e felicidade.

3 – O bom preparo: Através do preparo para a vida os jovens adquirem maior consciência sobre si mesmos, o que os conduz ao aumento do interesse e capacitação para o aprendizado geral, inclusive o profissional, ficando mais aptos para ingressar no mercado de trabalho. O tempo para pensar e refletir está ficando cada vez mais curto. Temos de superar isso desenvolvendo a aprendizagem contínua, aprendendo uns com os outros, e usando a agilidade da reflexão intuitiva para enfrentar. Temos de aprender e ensinar com respeito e dedicação, retirando de nossa mente o medo e a inquietação. Temos de desenvolver a força da curiosidade para entender a vida e seu propósito, para que finalmente consigamos viver da forma como é esperado de nós, construindo e beneficiando tudo.

4 – O trabalho: A criança tem de aprender desde cedo a noção do trabalho, inclusive como forma de retribuir por tudo o que recebe dos pais, começando por auxiliar em pequenos trabalhos no lar, como varrer o chão, cuidar do jardim, e tantas outras tarefas. Só o trabalho constrói, em casa ou fora dela, em período e atividade adequada para crianças acima de 12 anos, algumas horas sem comprometer o tempo de estudo.

5 – A força da feminilidade: O grande plano dos inimigos da Luz tem como receita para comprometer o futuro da humanidade: solapar a moralidade feminina, corroer as bases do caráter das novas gerações, incentivar o uso de bebidas e drogas como coisa moderna.

6 – O futuro: Mal orientadas, influenciadas por falsos modelos, as novas gerações, descontentes com a situação, se deixam atrair pelos inimigos que não querem o bem. Com TV de baixo nível e filmes violentos, a esperança está desaparecendo, o que diminui a motivação para viver e fazer as coisas bem feitas. As pessoas têm de ser gratas pelo que têm e deixar de reclamar da vida e de tudo. Se cada um fizer a sua parte com força de vontade voltada para o bem, o ciclo destrutivo irá enfraquecer.

7 – A transição: A adolescência, a importante fase de descobertas e transformações, pode ser um período ideal para o incentivo à leitura e resolver problemas de matemática. O hábito de ler pode contribuir para a compreensão de textos e da vida, aumento da criatividade e diminuição do estresse e da ansiedade. Diante da pandemia do coronavírus (Covid-19), que gerou inquietações e receios, há uma boa oportunidade para que os jovens busquem na leitura conforto e sabedoria.

8 – Buscando a melhora: Para assegurar o progresso é fundamental que todos, e principalmente as novas gerações, sejam motivados a buscar respostas para que possam atuar visando a melhora geral das condições de vida no planeta e o aprimoramento da espécie humana, com gratidão, em paz e alegria pelo dom da vida.

9 – Impulso enobrecedor: Cada ser humano tem o natural impulso para evoluir e reconhecer o significado da vida e as leis da natureza, devendo trazer sua contribuição voltada para o bem. O futuro da humanidade depende disso; no entanto, esse impulso pode ser desviado para o mal, favorecendo a decadência.

10 – Renovação: O Brasil quer renovação. Está tomando corpo uma nova determinação espontânea do povo de se opor à perda da liberdade e autonomia; de dar um basta à destruição e ao saque das riquezas da natureza; de criar programas de aprimoramento das novas gerações, com qualidade humana e de vida. O povo quer que o Brasil seus Estados e municípios sejam governados por pessoas idôneas, capacitadas, patriotas, e com força de vontade para realizar tudo isso.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

FALSOS AMIGOS

A diplomacia internacional faz lembrar antigos filmes de faroeste, em que o banqueiro emprestava dinheiro para o fazendeiro, mas próximo ao vencimento, bandoleiros parceiros do banqueiro roubavam a produção da fazenda e o proprietário ficava impossibilitado de efetuar o pagamento; ao tentar negociar, recebia um pequeno prazo e ao final tinha de entregar a propriedade. Na moderna diplomacia, os países emprestam, investem, se fazem de amigos, mas, se puderem, lá estarão farejando sangue. Se o país devedor tiver recursos naturais valiosos, então não se incomodará se o caos se instalar, incentivando a divisão política, pois em conluio com as oposições buscará o resgate em espécie.

Por isso não é de seu interesse que o país se torne forte com população bem preparada. Pobre Brasil, com essas estrelas vaidosas e loucas por poder, está afundando, fazendo o jogo dos inimigos que só têm interesse pelas riquezas naturais do país. As pessoas faziam uso do bom senso, como na fábula dos pequenos porcos-espinhos, que nas noites de muito frio ficavam juntinhos para se aquecerem tomando todo o cuidado para não se espetarem mutuamente.

No Brasil, tudo se torna mais difícil pela falta de união pelo bem geral. Os partidos e seus representantes se aglutinam por interesses; em primeira linha está a conquista do poder. Se o que é bom para o país não é bom para a eleição dos pretendentes, o país e sua população ficam em segundo plano. E seja em que país, for se digladiam pela conquista do poder e controle das riquezas.

O dinheiro público do Brasil tem sido gerido com displicência há décadas, gerando a pior situação da história, exigindo sacrifícios enormes de todos, embora a classe política não mostre interesse em abandonar os seus privilégios. Com a invasão do coronavírus, surgiram novas dificuldades que põem em risco a autonomia do país. Daí as grandes preocupações com a paralisação das atividades em geral, atingindo fortemente o desemprego.

Em algum momento as pessoas precisarão voltar ao trabalho para garantir a subsistência. O tema começa a ganhar espaço em todo o mundo mesmo sem o vírus da covid-19 estar neutralizado, pois isso talvez demore. Então, trata-se de planejar e executar o retorno à atividade essencial tomando as providências necessárias, ou possíveis, para reduzir a transmissão do vírus através do convívio profissional.

A atual crise global mostra o resultado de anos de descaso com o futuro que já se apresenta sombrio com a escassez de recursos naturais e aumento da miséria. As empresas têm de se tornar mais responsáveis pelo progresso da humanidade, reduzindo as interferências dos governantes na economia, mas há um processo inverso que visa a centralização crescente do poder. Ao permitir ao Capitalismo de Estado as mesmas possibilidades comerciais, a OMC contribuiu para o fechamento das portas de muitas indústrias na área do livre mercado.

No Brasil, além de pouca ética, há um grande atraso na educação e preparo das novas gerações. Durante o período escolar os estudantes têm de ser orientados a se esforçarem para ler e compreender os textos e, com isso, aprenderem a pensar com clareza, o que resulta do aprendizado do significado das palavras e sua correta utilização.

Um cenário caótico se acha em desenvolvimento. As novas gerações precisam ser preparadas para forjar um futuro melhor. É preciso impedir a decadência. Precisamos de governança incorruptível que busque o progresso de forma continuada. A segurança do país está na saúde, na capacidade de produzir alimentos, nos minerais, na reserva internacional. Tudo isso tem de ser bem administrado, ou daremos ganhos para aqueles que só cobiçam as riquezas.

Enfim, tudo que a humanidade faz ficou impregnado da ânsia pelo dinheiro, retirando a naturalidade e o sentido de suas atividades. Em vez de atuar naturalmente para atender às próprias necessidades de forma condigna, as pessoas estão se tornando meros fatores de atividades econômicas para o acúmulo de dinheiro e poder nas mãos da classe que se comporta como se fosse dona do planeta, deixando de lado a amplitude da vida e da Criação. Sem conhecer o significado da vida, a humanidade acabou se distanciado da sua finalidade, deixando de beneficiar tudo através de alegres atividades e de evoluir em paz.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O DESTINO DOS POVOS

Nos anos 1970, Brasil, China e Coreia do Sul estavam emparelhados. De fabricante, o Brasil passou a importador de tudo. Perdemos terreno nos empregos, na tecnologia, na educação. Mas o momento mundial é muito difícil e o país tem de ficar vigilante, pois há muitas armadilhas nos déficits, no câmbio, na falsa diplomacia, e por isso temos que depender o mínimo possível das forças globais.

O filme “Indústria americana” (Netflix) mostra na ficção o que poderia estar ocorrendo na realidade numa indústria chinesa montada nos Estados Unidos. Nela ficam evidentes as grandes diferenças na política, economia, trabalho e crenças, entre o capitalismo de livre mercado e o capitalismo de Estado. A globalização está misturando água com azeite, o que está gerando desemprego e dificuldades. Então, o que vai ocorrer? A água vai virar azeite ou o contrário e tudo será um sistema só gerido de cima para baixo com mão forte sem liberdade e sem alvos transcendentais?

Cada povo deveria ter a oportunidade de construir seu futuro de tal forma que as condições de vida fossem recebendo melhoras, o que pressupõe uma população lúcida, empresariado e estadistas sérios e competentes, que visam progredir em paz e com sustentabilidade.

Em tempo de crise, o carnaval de rua abre oportunidades para jovens e adultos se divertirem sem gastar muito. As ruas são fechadas, os trios elétricos de alta potência criam o clima. É o grande entorpecente oferecido ao povo. Como diz a canção: “Tá todo mundo de ressaca. Ninguém aguenta mais. Eu vou mandar parar. Vai todo mundo pra casa curar” – a si mesmo e ao Brasil abusado de múltiplas formas, internamente e externamente.

Outra questão são os enigmas do dólar. Transformado em mercadoria, o dólar também fica sujeito à lei da oferta e procura, mas o dinheiro não é mercadoria comum, pois é influenciado pela taxa de juros. Juros altos atraem dólares e a sua entrada baixa o preço. Com juros baixos, reduz-se o interesse, os dólares se afastam e seu preço sobe. Além disso, o momento é instável com a guerra comercial entre EUA e China, as disputas geopolíticas e o globalismo.

Preocupações com o impacto do coronavírus na economia também são citadas como fator de instabilidade pressionando a cotação da moeda. Desde 1994, os governantes vêm combatendo a inflação com juros altos e dólar barato, favorecendo importações, prejudicando a produção. Além dos juros altos, praticaram o swap cambial para segurar o dólar, o que propiciou bons ganhos no mercado.

Em diversas épocas, sábios e profetas, especialmente enviados, trouxeram mensagens de humanização e elevação. O ensinamento básico do Mestre Jesus: “Ama a teu próximo como a ti mesmo”, ampliado por Abdruschin: “Não causeis mais nenhum sofrimento ao próximo, a fim de satisfazer com isso uma cobiça própria”, não tem sido seguido. Então, o crescimento do caos e da miséria pelo mundo surge como consequência lógica.
Não importa o nome, mas as mudanças climáticas estão ocorrendo, afetando a vida com frio intenso, calor excessivo, chuvas e tormentas, causando efeitos no solo e na água potável. Tudo isso tem de ser considerado. Como trabalhar a céu aberto em pleno meio-dia com temperatura de mais de quarenta graus? Não podemos esquecer da natureza no preparo das novas gerações. A natureza sempre doadora contém tudo que sustenta a vida; nela se encontram biologia, química, geometria e tudo o mais obedecendo leis lógicas que impulsionam o desenvolvimento. Compreender a natureza humaniza o ser humano.

Em meio a vendáveis tormentosos e transformações aceleradas, o velho modo de viver vai mostrando vestígios de esgotamento e, no desenvolvimento progressivo, terá de ceder o lugar para o novo que despertará as individualidades dos povos e a universalidade estará no reconhecimento e respeito às leis da Criação. Somos todos seres humanos convivendo na Terra para alcançar evolução.

Em meio ao atordoamento malsão este momento é para parar e refletir. Esta é a hora da humanidade se esforçar para interpretar corretamente a Criação e suas leis e se ocupar sinceramente em pesquisar qual é a finalidade da nossa vida na Terra. Reconhecer e respeitar as leis da Criação representa tudo porque o ser humano estará atuando com sua plenitude de corpo, alma e espírito.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

UMA NOVA SINTONIZAÇÃO

Um fim de ano aquecido nas Bolsas. No que diz respeito aos juros, provavelmente permanecerão estáveis para países altamente endividados e tentando conter a dívida, caso do Brasil. A prática de juros altos criou todo o artificialismo, sugou as energias e o país cambaleia; uma volta ao realismo, até quando? Mas o que acontecerá se no futuro os juros voltarem a subir? O rigor fiscal é importante, mas os sacrifícios estão nas costas dos mais fracos. A renda fica estagnada, mas os preços sobem. Estariam os especuladores preparando novo ciclo de valorização do real para lucros gordos?

Mais de sete bilhões de seres humanos estão sintonizados de forma errada perante as leis da natureza ou da Criação. Aumenta a turbulência porque as consequências estão pipocando por todos os lados, na vida individual, nas famílias, nas empresas e nos países, agravando a situação geral. Não faz muito tempo, os avós ensinavam que por pouco que seja é preciso poupar, não gastar tudo, ter uma reserva para emergência, ser independente. Hoje, poucos sabem de onde vieram e por que vivem. Infelizmente essa é a triste realidade que se apresenta em muitos países.

A ficção dá uma ideia do que vem ocorrendo atualmente, como no filme “As golpistas” que conta a história de um grupo de dançarinas de strip-tease que se unem para aplicar golpes em seus clientes – executivos de Wall Street. Para Destiny (Constance Wu) e sua “mentora” pessoal e profissional Ramona (Jennifer Lopez), “o mundo é uma boate de strip-tease”, e na realidade é isso mesmo que está acontecendo, acabando com o pouco de dignidade humana. As mulheres tiram a roupa e mostram seu corpo, os homens se embrutecem e, na vida real, tiram a máscara e mostram a sua hipocrisia e vileza para satisfazer à própria cobiça. Uma meleca que muitos não conseguiram ver por inteiro, retirando-se da sala, desapontados.

Estamos enfrentando um declínio civilizatório que avança pelo mundo e traz a marca da crise econômica com seus efeitos que a tudo atinge, nitidamente visível no Brasil devido à falta de adequado preparo para a vida, que se agrava com a falta de responsabilidade de homens e mulheres na geração e preparo dos filhos. A decadência está penetrando também pelo uso de baixarias na arte, drogas, intelectuais que insistem em justificar a destruição, artistas que defendem uma vida desregrada e promíscua desvalorizando a mulher, a mãe, e que zombam da beleza genuína.

Por que a humanidade entrou em processo de decadência e incivilidade? A essência espiritual dos seres humanos é a mesma, seja rico ou pobre, mas é indispensável cuidar bem do corpo – este grande presente -, se alimentar, se aprimorar, gerar filhos com responsabilidade e dar orientação a eles, buscar o sentido da vida.Tudo fica difícil, agravado com a falta de bom preparo das novas gerações desde os adventos da televisão de baixo nível e outros inventos, e o abandono da leitura de bons livros. Há muito superficialismo e pouco aprofundamento nas questões fundamentais da vida individual e da sociedade. Há grande empenho em manter tudo como está para assegurar os privilégios dos que se alojaram no topo.

Durante décadas, no pós-guerra, surgiu a sensação de esperança num mundo melhor, mas na luta por ganhos e conquistas as novas gerações passaram a ter sensação oposta, ou seja, de que a situação tende a piorar devido à cobiça desmedida. Na pressão aumentada na luta pela sobrevivência, a polidez e a consideração vão sendo postas de lado o que poderá levar a atitudes pouco civilizadas. Quanto mais aumenta a pressão, maior é a tendência da ação impulsiva de pessoas que não querem ouvir o sentimento intuitivo.

Estamos atravessando um desequilíbrio econômico mundial com aumento no desemprego e queda na renda. Há desordem nas contas públicas e dívidas elevadas. A economia está perdendo a vitalidade. Os bancos centrais imprimem mais dinheiro e baixam os juros. Em 2020 haverá eleições, fase em que se amenizam as disputas. No Brasil, após a eleição de 2014, apareceu o buraco que estamos amargando até hoje. O que se passará no mundo após a eleição americana de 2020? É preciso uma nova sintonização, o fortalecimento da vontade de melhorar as condições gerais de vida e de aprimorar a espécie humana.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora).  E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A GRANDE PRIORIDADE

A busca continuada de melhores condições gerais de vida já foi a grande prioridade, mas ficou meio esquecida. Tanto os indivíduos como os países acabaram colocando o dinheiro acima de tudo. Os países foram em busca da moeda global, passando a produzir para exportar. Quem não conseguia, tomava financiamento externo. O que aconteceria se os países se voltassem para atender primeiro à população interna, deixando excedentes para exportar?

O ser humano, dominado pela vontade mental, com seu raciocínio limitado ao tempo-espaço, dá ênfase à necessidade de continuada adaptação à realidade que surge como consequência de seus atos. É preciso deixar a vontade espiritual, a intuição, se manifestar e cada indivíduo se ocupar seriamente com o significado da própria existência: por que nascemos neste planeta, qual é a finalidade da vida?

O Brasil e o mundo se defrontam com crises fundamentais. Não bastam paliativos no combate à desigualdade e miséria; faltam projetos de humanização da vida. As novas gerações têm de receber bom preparo. O homem nasce pedra bruta com essência preciosa que precisa ser despertada e polida para brilhar, o que se alcança com o fortalecimento da espiritualidade. Mais do que nunca, os estímulos se dirigem para as baixarias e imoralidades. Falta gratidão pelo dom da vida, prolifera o descontentamento em vez da espontânea alegria de viver.

Apesar de todo avanço da tecnologia, o bom preparo das novas gerações ainda está descuidado. As crianças devem, desde cedo, entender que sem educação não conseguirão progredir na direção de seres humanos de valor, espiritualmente fortes e responsáveis, benéficos a si mesmos e ao planeta. A geração que agora galga a adolescência, e a anterior, não se sentem motivadas para estudar, avançar e progredir; ao contrário, se entregam ao prazer imediato e à revolta, pois não vêem perspectivas. Uma boa saída seria a adoção de programas de participação nos resultados sem integrar o salário. Os salários tendem para o mínimo nesta fase de globalização na qual se buscam trabalhadores de menores custos. Os encargos sociais pesam e vão parar nas mãos de maus gestores.

A falta de preparo para a vida é cada vez maior, o que favorece o desperdício de mais uma geração e isso já está acarretando a fragilização e estagnação do Brasil. Facilmente as pessoas encontram justificativa para explicar a miséria e a precarização. Capitalismo, comunismo, neoliberalismo, são rótulos, pois por trás está o ser humano e sua despreocupação em causar danos ao próximo para satisfazer a própria cobiça. A riqueza vem dos recursos naturais valiosos e escassos, mas que ficam nas mãos de poucos.

Adentramos numa temporada de juros baixos. Qual é o significado? Um fôlego para a dívida elevada? Enfraquecer o dólar? Se isso tivesse sido praticado com antecedência, outro seria o status da atividade econômica. Banqueiros e gestores públicos imaginavam que, em não havendo dono para o dinheiro público, poderiam fazer o que bem entendessem com ele. Funcionou por décadas, mas com as transformações decorrentes da globalização, caíram a produção, os empregos, a renda e a arrecadação, e dessa forma o risco de insolvência se tornou real. Mas com a globalização o remanejamento da situação ficou difícil. A queda nos juros dá um fôlego, mas a conta bate mais forte sobre os mais fracos.

Falha do Estado, falha dos governantes e da classe política? Já nos anos 1500 o europeu pensava em tirar o máximo de vantagem. Com isso, não se formou uma consciência nacional firme; mesmo no movimento de independência do Brasil havia os que eram contra. Permanecemos deficientes na saúde, educação e na formação do país. O Estado ficou na mão de um punhado de interesseiros que derrubaram D. Pedro II quando esse deu um basta ao trabalho escravo, mas o que se seguiu foi um completo abandono da população e continuada exploração das riquezas do país para o benefício de poucos.

Os jovens precisam conhecer a trajetória espiritual da humanidade para saber o estágio em que nos encontramos, pois a prioridade básica para fortalecer as novas gerações e o país está no bom preparo para a vida. Uma nova ética deverá ser alcançada com o reconhecimento das responsabilidades individuais de não causar danos a outros para satisfazer a própria cobiça.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A RESPONSABILIDADE DE MÃES E PAIS

Há a percepção de que há algo errado na vida, mas não se conhece a causa, então aumentam o descontentamento, insatisfação, revolta e o estresse. O celular e suas conexões são a válvula de escape, mas que na verdade consomem a pouca energia existente. Faltam propósitos e força de vontade; o tempo vai escapando e as dificuldades aumentam. Característica marcante desta era é a baixa resiliência das novas gerações. Aliam-se a isso a enxurrada de negativismo que leva as pessoas a se preocuparem só com as dificuldades diárias, sem esforço para entender o significado da vida.

As novas gerações deveriam receber, como motivação básica, a necessidade de se esforçarem para construir um mundo melhor, com ética e responsabilidade. Seria isso demais? Mas os adultos têm coisas “ditas” mais importantes para se ocupar do que se relacionar com o próximo de forma construtiva e equilibrada e dar bons exemplos. Talvez temam que os jovens adquiram clareza e, descobrindo o sentido da vida, percebam as incoerências do sistema, passando a reivindicar mudanças que poderiam ferir privilégios consolidados há séculos.

Uma criança que foi protegida e teve, habitualmente, tudo o que quis, vai desenvolver em sua mente a presunção de sua importância sobre os demais. Assim, irá ignorar os esforços dos seus pais e presumirá que todos devem lhe dar ouvidos; e se vier a assumir cargo de comando, não terá empatia para com os subalternos e sempre encontrará culpados pelos insucessos sem se autoexaminar. Esse tipo de pessoa, que pode ter boa formação acadêmica, não consegue vivenciar os problemas reais e raramente sentirá contentamento, pois sempre tentará sugar as ideias dos outros, cobiçando tudo, e dessa forma será péssimo exemplo para os filhos.

Em Calcutá, na Índia, uma jovem de 21 anos homenageou seu pai levando-o por toda a cidade sentado no “rickshaw” – um transporte comum naquele país até hoje. O pai dela é condutor desse tipo de veículo, chegando a puxar duas ou três pessoas, no sol e na chuva, dia e noite para sustentar a família composta de esposa e três filhas que moram na favela. Essa menina estudou com ajuda de lamparinas e em escola e faculdade mantidas respectivamente pela prefeitura e pelo governo. Ela completou o segundo grau e a faculdade com notas mais altas e agora alcançou o primeiro lugar na prova mais cobiçada e difícil na Índia! Sonho de milhares e milhares, pois somente uma em cada 200 mil pessoas consegue entrar na lista de aprovadas para os Indian Administrative Services que treinam os administradores de todos os setores do governo. Essa menina tinha fé e estudou sozinha num quarto onde moram cinco pessoas, sem energia elétrica e sem recursos. Uma lição de humildade, trabalho, dedicação e determinação para todos nós!

As dificuldades aumentam, mas poucos se aventuram em buscar as causas. A vida não é só uma corrida atrás de dinheiro e comida. As novas gerações não veem mais pessoas procurando o sentido da vida e então nem pensam nisso. Vão adentrando na vida mecânica e em ansiedade e depressões quanto ao futuro, exaurindo-se no presente. O futuro da humanidade depende do bom preparo das novas gerações que começa desde quando são gerados por seus pais para se tornarem seres humanos de qualidade, benéficos ao planeta. No Brasil, faltam creches com cuidadoras bem preparadas e dedicadas, e escolas que ensinem as crianças a ler e escrever corretamente e a fazer contas elementares.

Sem saber ler direito, a pessoa é nada. Mas não podemos esquecer a responsabilidade dos pais e mães. No mundo, tudo se tornou uma questão de dinheiro e o desenvolvimento e aprimoramento da humanidade se tornou secundário. É preciso vontade forte para fortalecer o humano, o espírito. Pais e mães não estão conseguindo transmitir os valores da vida e de bom senso às novas gerações. Tudo está submetido a um sistema de comunicação de modelagem adequada para alcançar os fins definidos por uma elite materialista. Mas o ser humano é mais do que comida, dinheiro e prazeres. A vida não é só isso; o tempo é precioso e deve ser aproveitado para a evolução pessoal e espiritual.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

PREPARAR AS NOVAS GERAÇÕES PARA A VIDA

A cada dia que passa os problemas vão se avolumando. As novas gerações têm de ser preparadas para auxiliar na superação. O que estamos lhes oferecendo? O padrão de ensino tem sido o de manter as pessoas acomodadas sem desenvolver o espírito inquiridor para conhecer a vida como ela é e para entender seu significado. Assim, um povo com tendência à indolência acaba se acomodando de vez sem se esforçar para ter clareza e raciocinar com lucidez para tomar boas decisões na vida.

Temos de formar seres humanos de fato para que a sociedade humana possa evoluir continuadamente; para isso os jovens necessitam da aprendizagem social e emocional como dizem Daniel Goleman e Peter Senge, autores do livro O Foco Triplo. Aqui estamos para alcançar evolução, assim sendo os relacionamentos devem ser harmoniosos. Faltam a autoconsciência, a empatia e a clareza do próprio querer e no raciocinar para tomar decisões acertadas. Isso tudo é muito importante, mas o querer egoístico e a vaidade têm feito tudo desmoronar.

A força vem da alma. Quando estamos em sintonia com o querer interior temos a motivação vinda do âmago; é a força de vontade. Sem ouvir o querer interior, ou seja, a intuição, o querer não tem a força motivadora vinda de dentro. Nesse caso é o espírito que tem de ser forte para alcançar o que quer: ir em busca de seu objetivo, afastar os pensamentos inúteis. Faltam amor e consideração e estímulos para as pessoas agirem com toda a sua capacidade e com atenção ao que fazem. Há muito ódio e insatisfação com a própria vida espalhados pelo mundo sob diversas formas. Programas para cultivar o amor e a consideração deverão ser o meio para humanizar o ensino.

A situação é dramática, mais ainda quando se percebe que além da pobreza falta o bom preparo para a vida em grande parte da população o que agrava ainda mais as precárias condições de vida. E ainda mais, faltam modelos inspiradores para os jovens e pessoas em geral. Com toda riqueza natural o país é pobre, com rios poluídos, barragens detonadas e cidades ao abandono. Pequena parte da riqueza fica nas mãos de poucos que não se preocupam com o país; o restante vai embora e a precarização avança.

Os seres humanos têm a mesma origem espiritual e é o desenvolvimento espiritual que assinala o grau de evolução que deveria estar em nível bem elevado para todos, mas ocorreu a inesperada estagnação. Compreender o eu interior implica em ativar a intuição para que o eu possa se manifestar por meio dela.

Enquanto havia grande facilidade em obter ganhos tudo caminhava, mas agora não dá para continuar com o sistema da velha economia. Com estoques volumosos e capacidade ociosa surgem as instabilidades no comércio, nas finanças, no nível de empregos, mas qual é a origem desse estado de instabilidade geral? Importa hoje, diante de tantos fracassos e misérias, saber o que está se armando no mundo?

Em geral as coisas funcionam como se fosse um sistema bem ordenado, um conjunto de fatores bem encadeados. Compreender a lógica dos sistemas incentiva o trabalho da intuição que vai adquirindo uma visão mais ampla do todo. Mas hoje vivemos a fase da fragmentação geral. Temos de compreender o funcionamento do conjunto de órgãos na caixa craniana. Cérebro frontal, lobos frontais, cérebro emocional, cérebro posterior chamado cerebelo, estagnado em seu desenvolvimento em comparação com o cérebro frontal.

O planeta está sendo sacudido pelos fenômenos naturais, mas os seres humanos pouco se ocuparam em entender a natureza, promovendo a sua degradação em decorrência de seu desrespeito às leis naturais. O homem quer impor a sua vontade sem observar como a natureza funciona e vai colhendo dificuldades em vez de o melhor que a natureza respeitada pode oferecer.

No mundo materialista, a humanidade tem sido mantida distante da verdade espiritual da vida que se inscreve nas leis da natureza. Tudo tem um sentido e um propósito, mas poucos querem enxergar e compreender. Quem procurar seriamente vai achar. Conhecereis a Luz da Verdade e ela vos libertará, mas há que haver esforço e análises irrestritas. O tempo da indolência espiritual e da crença cega está findando.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7