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A FINALIDADE DE TODAS AS COISAS

Na natureza tudo tem determinada finalidade, nada é superficial, nada é por acaso. Hamilton Carvalho, auditor tributário do estado de São Paulo, descreve o modus operandi da humanidade: “Não estou condenando, só constatando: escondida e no nível certo, a hipocrisia é uma das engrenagens que faz este mundo girar. Não me entenda mal”. O fato é que a espécie humana não tem cumprido o seu papel como a principal espécie vivendo no planeta Terra, pois insiste em ignorar e compreender o significado e a finalidade da vida.

Essa hipocrisia meio disfarçada vem ocorrendo em todos os setores. No passado distante, a prioridade era a melhora das condições gerais de vida, o que se refletia nas ciências que se mantinham mais próximas da natureza. Hoje se afastaram do ser humano que está perdendo o querer próprio e a força de vontade. Desde os anos 1980, a economia ocidental vem passando por um processo de mudança com fechamento de fábricas, redução de empregos e renda. Isso tudo teria de também acarretar a disponibilidade de espaços de trabalho, dada a redução das atividades. Na região da Berrini, em São Paulo, e em outras regiões, está ocorrendo a vacância de espaços empresariais e de escritórios. Quando uma região aumenta a produção reduzindo o preço drasticamente, as outras não conseguem competir.

No mundo está ocorrendo uma complicada crise econômica. Como os países poderão reativar a máquina de produção gerando trabalho e renda? Aumentar o dinheiro através dos processos de afrouxamento monetário parece não ser suficiente. Os custos se elevaram muito nos países geridos através da conjugação dos três poderes e seus antagonismos, enquanto em regimes onde o Estado é gerido com absolutismo, as decisões são rápidas e os movimentos de reivindicação são contidos prontamente assim como os custos da mão de obra. Nessas condições, fica difícil produzir e gerar empregos internamente. Os investidores preferiram transferir a produção para as Filipinas, China ou Tailândia, mas agora surge novo conflito de interesses provocando a guerra comercial do século 21.

Kishore Mahbubani, diplomata e funcionário público de Singapura, diz que “enquanto o ocidente dormia, acalentando a sensação de comando global, a China acordou e revolucionou a economia.” O processo resultou na integração de 900 milhões de trabalhadores na produção fabril, produzindo muito e baixando os preços, conquistando mercados e acumulando reserva, enquanto o ocidente se comprazia com ganhos financeiros e formação de bolhas. Agora o mundo enfrenta a guerra comercial, cambial e tecnológica. Embate entre os que querem globalizar o mando e os que estão se opondo à globalização. A OMC deveria ter previsto isso e evitar que o desequilíbrio se instalasse. Se não for encontrado um acordo e ajustamento equilibrado, poderemos ter um futuro conturbado e aumento da precarização geral.

Muitas vezes um bajulador se coloca como líder, seduzindo com mentiras e promessas que não pretende cumprir; com suas palavras enganadoras, recebe a confiança das pessoas para traí-las e satisfazer a própria cobiça. Esses não podem receber o voto do povo. Tudo de ruim que está acontecendo decorre de uma causa simples: a humanidade tem caminhado em direção oposta à real finalidade da vida na Terra. O ser humano existe há milhões de anos, e é seu dever pesquisar sobre isso, mas sempre encontra coisas mais importantes a fazer e não lhe resta tempo para o fundamental da vida.

A abertura da Olimpíada no Japão mostrou grande senso de organização, mas estava presente a tristeza, a sensação de estar num beco rodeado do vazio. Restou um pouco do entusiasmo do Olimpo onde Zeus rege os entes da natureza, admirados e respeitados pelos gregos, romanos e germanos, mas que acabaram virando lenda quando os seres humanos passaram a se julgar donos do planeta, em vez de hóspedes temporários para alcançar evolução.

Falta um alvo, o sonho da humanidade com o progresso real, beneficiado pela atuação humana aliando intuição e raciocínio lúcido. A educação deve instruir e inspirar as novas gerações para feitos que enobreçam e dignifiquem a espécie humana, longe das mentiras, propondo alvos nobres e elevados de forma a aproveitar todo vigor renovador dos jovens e a experiência dos idosos. A educação tem que formar seres humanos de qualidade, beneficiadores da vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

LEIS DA NATUREZA E PROGRESSO

Enquanto Reagan e Thatcher se aborreciam com as gestões corruptas dos Estados-nação impondo o neoliberalismo e fortalecendo as finanças, Deng Xiaoping caminhava na direção de formar uma economia empresarial forte gerida pelo Estado, apta a obter superávit na balança comercial. E deu no que deu: os Estados-nação se endividaram, reduziram a produção fabril, descuidaram da educação, perderam terreno na tecnologia. Como encarar essa luta competitiva sem que haja declínio? E se o FED comprasse as ações das empresas significativas para administrá-las de forma centralizada como faz a China?

O que acontece quando um país geoeconomicamente bem-dotado sofre um processo interno de luta pelo poder? É o caso da Síria. O conflito interno atraiu a atenção e interesses de outros países, mas a situação só tem piorado, pois a população está à mercê dos combates e de toda situação traumática provocada pela guerra que já dura dez anos, sem que haja um vislumbre de solução. Os de fora que têm interesses, insuflam a guerra, visando atender aos seus objetivos, e o país vai se desintegrando.

Outra questão relevante refere-se à vacina. É algo que atua segundo as leis da natureza e que o ser humano descobriu de forma meio precária porque desconhece a amplitude dessas leis e a sua intuição está semimorta. São produtos capazes de estimular nosso sistema imunológico e garantir a imunização contra alguma doença. São produzidas com base no agente causador da doença, que estará inativado, atenuado ou presente apenas em fragmentos. Deveria ser algo para ser utilizado a bem da humanidade e com certeza deveria premiar os esforços pela descoberta, remunerar os custos de fabricação e oferecer ganhos. Mas o que fazem os seres humanos com algo que não lhes pertence, que não inventaram, apenas acharam o caminho primeiro e tiram a patente, e não permitem que outros possam produzir, mas estipulam que não serão responsáveis por efeitos colaterais?

Enfim, uma questão complexa que envolve a vida e a crise sanitária, que exige a busca de soluções especiais. A natureza faz parte da obra do grande Criador, por isso ela contém a perfeição em seu funcionamento que a tudo abrange, a qual cabe ao ser humano reconhecer e se adaptar para obter o melhor proveito e progresso em paz e alegria.

A humanidade tem vivido de forma egoísta e desprezando as leis da natureza, fazendo tudo errado por ignorância e por cobiça, provocando consequências desastrosas. O que seria da humanidade se a natureza dissesse: eu criei a água e o ar para o bem geral, não para ser poluída, e todos terão de pagar para beber água pura da fonte e respirar o ar que necessitam para viver. Sem se orientar para o bem, a humanidade está atrasada, só conseguiu usar a energia atômica para a destruição, assim como consegue produzir armas químicas ou biológicas, mas não consegue escapar do dia em que sua alma tem de abandonar o corpo.

Muitas pessoas querem mandar, mas quem pode mandar no Brasil? Quem deveria mandar? Na China manda o PC e seu presidente. Nos EUA, Trump mandava pouco, mas não sabia. A humanidade se encontra diante da grande colheita de todas as suas ações determinada pelas leis naturais da Criação. Quem é responsável pelo vírus que num piscar de olhos se espalhou pela Terra? Quem é responsável pelo mal que atinge o Brasil? Quem percebeu o drama da corrupção na Saúde da qual pouco se fala?

A humanidade continua desatenta ao mundo real. No século 16, Galileu Galilei, astrônomo, foi indiciado pela inquisição e teve de renegar verdades naturais pelas quais se orientava. Giordano Bruno, astrônomo e padre dominicano, não renegou fatos naturais, pois as leis naturais da Criação são universais, e para os corpos terrenos a lei é uma só, a qual também Jesus, o Filho de Deus, teve de se submeter.

O ser humano desrespeitou as leis naturais da Criação e não está achando o caminho de volta. Se quisermos um mundo melhor, em continuado progresso, se faz necessário acabar com essa luta por riqueza, poder e dominação travada pelos poderosos sobre a grande massa, e pôr em prática a estreita cooperação com as leis naturais para alcançar o bem geral.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

CÂMBIO E PROGRESSO

Capitalistas – um grupo de homens que entendiam que deveriam buscar a riqueza, em oposição àqueles que pregavam a pobreza como o caminho para o céu e faziam de Jesus Cristo, o portador da Luz da Verdade, uma pessoa comum que vivia na pobreza, o que é falso, pois José era um empresário bem sucedido do ramo de carpintaria que jamais teve problemas com a subsistência.

Em ambas as posições há o traço comum de irem se distanciando dos ensinamentos de Jesus, criando na Terra um vale de lágrimas e sofrimentos. No afã de dominar as riquezas e manipular a população, foi surgindo um sistema que despersonalizava os seres humanos, os quais, na sua indolência, iam perdendo a individualidade, se tornando apáticos, achincalhando o significado da vida. A economia se distanciou da meta de promover a continuada melhora nas condições gerais de vida, passando a priorizar o objetivo de acumular capital financeiro. O resultado é a gritante instabilidade geral e o aumento da miséria e precarização.

Isso acabou dando origem à gestação da ideia do Estado dos Capitalistas, a versão ocidental do Capitalismo de Estado, que tudo controla e tudo impõe, mas sem a diversidade que a iniciativa privada assegura; é o manda quem pode e a quem todos devem obedecer. Cobiças, ganância e corrupção aniquilaram os ideais enobrecedores. Imperceptivelmente, foi surgindo a grande decadência da espécie humana que deveria, em prosseguimento ao trabalho da natureza, beneficiar a vida buscando a contínua melhora geral e o aprimoramento da espécie. Cada povo tem de se voltar para si mesmo, para a melhoria interna, criando oportunidades de emprego para trabalho com garra e adequada compensação, com bom aproveitamento das horas de lazer de forma construtiva.

Muitas crises e guerras foram surgindo no cenário; a de 1929 causou estragos por mais de duas décadas. Explicando a crise financeira que começou em 2007, no livro “A grande degeneração”, o historiador Niall Ferguson apresenta cinco fatores que levaram ao fracasso da bolha imobiliária americana: a ganância dos grandes bancos; a alteração das regras de Basileia sobre requisitos do capital; a política dos bancos centrais; a aprovação pelo Congresso de leis que distorceram o mercado hipotecário; e a política monetária do governo chinês que gastou trilhões de dólares em sua própria moeda para evitar que ela valorizasse com relação ao dólar para manter as exportações da manufatura chinesa ultracompetitiva nos mercados ocidentais. A política monetária do Brasil seguiu na direção oposta, valorizando o real à custa de juros abusivos. Enquanto a China crescia na produção e exportação, o Brasil exportava empregos e se tornava crescentemente dependente da importação de manufaturados.

A geopolítica do máximo ganho e poder se tornou prioritária, mas destruiu a indispensável cooperação entre os povos para superar as épocas de crise. O ser humano é a criatura mais importante do planeta, mas também é a única que por ignorância e mania de grandeza desequilibra e provoca destruição nos mecanismos naturais de sustentabilidade. Já estamos percebendo a consequências. Na hora em que houver uma virada nisso, nem dá para imaginar como a Terra vai ficar hospitaleira. A grande questão é a falta de bom preparo das novas gerações, com base nas leis da natureza, para uma vida produtiva e beneficiadora. As escolas devem formar seres humanos dotados de bom senso e capacitação para refletir intuitivamente.

A falência da educação básica evidencia que algo está muito errado na civilização. As escolas devem formar pessoas que saibam refletir. Enquanto não orientarmos os jovens para o reconhecimento do desenvolvimento de toda a Criação e para o conhecimento das leis da natureza, não estaremos formando seres humanos aptos a realizar os feitos grandiosos que fazem parte de sua tarefa na vida. O mundo não vai acabar, mas está enfrentando a grande colheita de todos os erros dos seres humanos.

Um grupo despreparado criou a república num golpe, submetendo o Brasil a interesses externos desde 1889; não é que não houvesse aproveitadores no Império, mas na república os interesses do país ficaram em segundo plano. Presidentes e congresso mais serviram a interesses próprios e externos do que ao Brasil e à sua população. Se tivesse havido seriedade e honestidade quando o poder foi devolvido aos civis, outra seria a situação do país. Governaram de forma ridícula quando deveriam ter se esforçado para mostrar que poderiam implantar uma gestão eficiente, com bom aproveitamento dos recursos, promovendo progresso e bom preparo da população.

É uma lástima a situação em que nos encontramos, com tantos recursos naturais cobiçados, mas sem gerência séria e com população que não recebeu o adequado preparo. Os inimigos fazem de tudo para impedir o progresso do país. Em Belmonte, Portugal, onde nasceu Pedro Álvares Cabral, há um marco em homenagem a ele com as seguintes palavras: “Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra!… Terra de Vera Cruz” – Pero Vaz de Caminha.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO BRASIL E NO MUNDO?

Há uma grande confusão. Muitos líderes querem aparecer, mas não se entendem. Ao se sentirem ameaçados em seus interesses, os tiranos manifestam sua maldade e sua forma desleal de agir. Como explica o estrategista Pedro Baños: “motiva-se a população através das emoções produzindo uma montagem teatral que derruba as defesas mentais, formando, através de uma história ambígua que mistura realidade e ficção, um cenário que promova a aglutinação e união da massa para que seja conduzida ao ódio mais exacerbado que mobilizarão contra os oponentes, visando prejudicá-los e obter vantagens significativas através desse tipo de ações apoiadas pela guerra psicológica e a manipulação midiática”.

Na renhida luta surgiu “o cada um por si” que não seria ruim se cada um agisse com a moral espiritualista ensinada por Jesus: “Ama ao próximo como a ti mesmo”, ou seja, trate-o como a si mesmo, não faça nada contra ele para satisfazer a própria cobiça. O Criador dispôs tudo para que o ser humano em sua peregrinação se tornasse de fato ser humano, mas há muita pressão contra isso para rebaixá-lo e arrastá-lo para a lama.

A invasão do coronavírus evidenciou as fragilidades do Brasil, para as quais pouco se tem olhado; entra governo e sai governo e não há um plano de trabalho sério e continuado, a não ser a busca de vantagens pessoais. Fala-se que a caixinha sobre as compras chegou a até 30%. Temos muitos problemas: de saúde, econômicos e de sobrevivência. Como assegurar o consumo do essencial para a vida, a produção e a renda necessária e o bom preparo das novas gerações?

Há muitas polêmicas inúteis, uma briga de pedradas com palavras e infâmias. O momento exige sabedoria e sinceridade, pois os problemas são enormes. Há que se entender a realidade, o que está se passando, e buscar os meios para minorar os sofrimentos, mas os seres humanos, amarrados ao poder, só olham para seus interesses. A crise está mexendo com a saúde, a economia e a esperança. Há dias difíceis com noites escuras, com muitos problemas para resolver e soluções que não surgem. É preciso serenidade, não se pode apressar a chegada do dia. Ele vem chegando devagar e firme, aos poucos o sol vai subindo, subindo, até o novo dia ficar claro e, onde ainda há pássaros, eles começam a cantar alegrando e encorajando para um novo dia de aprendizado e vivências. Começar e encerrar o dia com gratidão é a espontânea oração que brota no coração.

No pós-guerra o mundo foi sendo varrido por uma onda de uniformização e desmantelamento cultural tendente a eliminar a diversidade indispensável ao progresso da humanidade. O mundo capitalista vive em função do dinheiro e seu poder. Os comunistas perceberam isso. A China tinha que cuidar da sua população sofrida devido ao comunismo de Mao Tse Tung. Tendo os líderes chineses percebido o poder do dinheiro, optaram por produzir com custos baixos para exportar e, como consequência, o desequilíbrio da economia mundial se ampliou.

As desavenças entre os povos resultam dos desequilíbrios. A paz requer equilíbrio geral, mas os conflitos se ampliaram com a geopolítica posta em prática pelas potências com o seu desejo de aproveitar em seu benefício os recursos existentes em territórios pertencentes a outras nações. Um país, para ter fibra, precisa ter a motivação certa e natural, ou seja, o alvo do aprimoramento da espécie humana, que vem decaindo espiritual e moralmente, e manter o equilíbrio geral. Ou o comandante é forte e demonstra autoridade dando ordens claras aos seus disciplinados oficiais para engrandecer o país, ou age com absoluta tirania, impondo os resultados que quer alcançar, mas nesse caso os seres humanos acabarão agindo como máquinas sem vontade própria.

Cada povo tem de se adaptar ao solo e se aprimorar. Se cada nação cuidar bem de seu território com propósitos enobrecedores, com liberdade e responsabilidade, com solidariedade, respeito à natureza e aos demais povos, dando às novas gerações bom preparo para a vida, todo o planeta estará bem cuidado e imune à decadência moral e espiritual e certamente haverá progresso real.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A SEMENTE ESPIRITUAL

O que é a semente espiritual? É o espírito dotado naturalmente do impulso para adquirir autoconsciência, mas que precisa do solo adequado para o seu desenvolvimento. Nasceram os seres humanos na Terra, com suas raízes no espiritual para de lá captar a energia e aplicá-la no beneficiamento de tudo e evoluir. O espírito deveria permanecer forte e progredir nas vivências, mas acabou se deixando dominar pelo intelecto.

Com o raciocínio se tornando mais forte do que a intuição, as raízes do alto foram secando e se alojando no solo perecível do mundo material. Preso à Terra o ser humano deixou de haurir a energia espiritual e foi adoecendo e contaminando tudo.

Para subsistir e subir os degraus da escada que eleva, terá agora de fazer todo esforço que puder para recuperar as raízes destruídas, mas isso somente será possível para aqueles que buscarem o verdadeiro saber da vida e das leis que regem a Criação, pois elas encerram a Vontade do Criador.

BONDADE ESPIRITUAL PARA 2020

Uma pessoa pode ser espiritualmente indolente e muito inteligente, mas um olhar atento pode revelar que falta a ela a sabedoria natural da vida, pois a atuação do espírito e a do raciocínio não são a mesma coisa. Falta a bondade espiritual, surgindo como consequência a frieza do raciocínio que impulsiona o ego para impor suas cobiças acarretando crescente aspereza no viver. Mais de sete bilhões de seres humanos estão agindo em oposição às leis da natureza. O que se poderia esperar senão a grande crise civilizatória em que estamos adentrando? Parece que o mundo tende ao desumano com muitos espinhos e poucas flores.

Os juros caíram. O governo tem de segurar o crescimento da dívida e recuperar o poder de decisão perdido pelo acúmulo de dívidas com muitos dispêndios supérfluos a juros maiores do mundo. Por que a economia não anda? O drama está na renda baixa dos consumidores, que resulta da baixa produção, falta de emprego, muitas utilidades vindas de fora que, apesar de custarem menos, requerem pagamento em dólares e transferem empregos para o exterior. Então, o que o ministro Guedes e sua equipe deveriam fazer?

A física quântica vai às entranhas da matéria, às partículas mínimas como átomos, moléculas, nêutrons e prótons, mas o que une e vivifica a matéria? Tudo se resume a uma só coisa:o automático funcionamento das leis da natureza. Nada acontece por acaso, tudo tem a sua causa e razão de ser, mas o homem, dotado de livre arbítrio, ainda engatinha nessa questão. É preciso colocar-se com humildade diante dessa grandeza e observar que tudo se processa de forma simples e natural. Por quê? Para quê?

As leis naturais da Criação atuam permanentemente, mas a grande maioria imagina que elas nem existem, apesar de dia a dia nos defrontarmos com os seus efeitos, dos quais ninguém consegue se esgueirar. Por isso mesmo temos de permanecer atentos aos efeitos de nossas ações sobre nós mesmos e outras pessoas também, para não semearmos ruína e infelicidade à nossa volta. O semear é livre, a colheita, obrigatória.

Para entender a vida, estudar a natureza, sua lógica e sua beleza é o melhor caminho. O intelecto, com sua mania de grandeza, quer dominar. Cada ser humano tem de utilizar seus talentos e sua intuição para encontrar as respostas e deixar de ser um zumbi, um vivo que mais parece um morto sem força de vontade.

O ano de 2020 convoca os líderes e as pessoas em geral para um trabalho digno da espécie humana. O mundo está inquieto e receoso, mas o Brasil afundou muito e tem de sair do buraco, sanar dívidas e imoralidades, o que requer força e perseverança. Do jeito que estava indo havia o sério risco de o país deixar de ser uma nação com autodeterminação, embora ainda corra esse risco, pois os privilegiados reagem e não querem ceder, fazendo de tudo para semear a insatisfação, revolta e promover o caos.

O ano novo dá a grande oportunidade para sair do marasmo e da restrição do raciocínio rígido incapaz de enxergar a realidade da vida. Convida para aprofundar no saber da espiritualidade. “Diga com quem andas e direi quem és”. Escolher acertadamente as pessoas para diálogos e reflexões, mas é fundamental que sejam pessoas que visem o aprimoramento humano, sem dogmas ou misticismo, com toda clareza e lógica das leis da Natureza.

Tomemos a sabedoria da obra Mensagem do Graal, de Abdruschin: “O ser humano deveria ser o elo de união deixando-se guiar pela intuição pura transmitindo-a para a matéria grosseira, utilizando o raciocínio para implantar tais intuições na vida material, favorecendo e enobrecendo toda a Criação. O ser humano pleno e espiritualizado, não acorrentado e restringido pelo raciocínio, atua favorecendo e enobrecendo toda a Criação de matéria grosseira, como a grande finalidade dos seres humanos na Terra. Semeia paz e compreensão do significado da vida na Luz da Verdade.”

Esqueça as mágoas, as traições dos falsos amigos, a pressão dos invejosos; jogue tudo no fundo do mar para que perca a consistência e vire pó inofensivo. Liberte-se e renove-se com nova coragem e alento vivificador para ingressar firme e forte no novo ano, em busca de progresso e evolução.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A LUTA CONTRA AS TREVAS

E disse o homem sábio com sua visão abrangente: “Oculta aos nossos olhos se trava a mais intensa luta entre o bem e o mal, entre a Luz e as trevas que não querem que as criaturas humanas se tornem verdadeiros seres humanos, fazendo de tudo para mantê-las nos baixios da vida na progressiva degradação, em vez de evoluir continuamente elevando-se às regiões de Luz, das atividades irradiantes e da felicidade”.

Milhões de espíritos masculinos e femininos, e mais ou menos, de baixo nível, presos à Terra, buscam uma oportunidade para reencarnar, isto é, de terem um corpo terreno para poderem atuar diretamente no mundo material. Enquanto isso, eles ficam perambulando, sendo atraídos pela igual espécie para coparticipar de seus pendores como fumar e beber, invejosos e maldosos com desejos de causar danos a outros. Devido à igual espécie de seus anseios podem atuar no cérebro dos incautos, os quais sentem um reforço nos próprios pensamentos mesquinhos sem perceber a origem, resvalando para o abismo.

Longe, mais acima, ficam os espíritos de melhor índole, auxiliadores espirituais que estão prontos a ajudar as pessoas e resgatar as próprias falhas para que possam se elevar. No entanto, os espíritos superiores não podem atravessar a barreira dos maus pensamentos enquanto não vier desses seres de baixo o anseio intuitivo mais nobre, procurando ligação e auxílio.

O mal se foi infiltrando aos poucos, sempre usando artifícios atraentes, arrastando tudo para baixo, impedindo o surgimento de sentimentos intuitivos e pensamentos mais nobres. Há a tropa de elite das trevas que procura se infiltrar na classe dos poderosos e de todos que exercem influência sobre as massas, dando força ao raciocínio frio e calculista para que atue contra o Amor.

Pobre humanidade que não percebe o laço armado no seu próprio intelecto e vai afundando indolentemente, sentindo-se bem nessa conspurcação, sem querer ouvir a própria intuição que quer advertir, e que aos poucos vai perdendo a força e emudecendo. Mas para o nosso bem, temos que nos esforçar e impedir que percamos a força da intuição nobre.

Assim, a vida na Terra, que deveria ser apenas beleza, alegria e progresso, vai se assemelhando cada vez mais ao inferno das más intenções onde apenas poucos pensamentos luminosos conseguem força para se elevarem. Mas as leis da Criação adentraram em acelerada atuação para a colheita e a separação e exclusão definitiva do “joio”. Como fonte de pesquisas recomendamos O livro do Juízo Final, de Roselis von Sass.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O GRANDE IMPASSE

A economia brasileira vive artificialmente desde os anos 1990. A tentativa de acabar com isso é severa e lenta, pois os estímulos artificiais têm de ser retirados. Com a elevação geral da dívida veio a queda de juros, um fôlego para evitar o desarranjo total. Não é fácil acordar a economia estagnada no mundo globalizado e supercompetitivo. Os empregos e a renda estão caindo. O país exporta commodities, importa tudo pronto e remete dólares. Com isso, a circulação se reduz à importação e comercialização. Devido ao crescimento da dívida, o governo não consegue recircular o dinheiro arrecadado transformando-o em investimentos. Mesmo se hipoteticamente o dinheiro fosse despejado de um helicóptero, logo o estímulo iria para os importados, para o exterior.

A economia mundial está desarrumada com o confronto entre livre mercado e capitalismo de Estado. O Estado não deveria se envolver na atividade econômica, pois não é uma empresa. A questão é: será que a interferência do Estado na economia não fere o princípio do capitalismo de livre mercado? Como competir com empresas que atuam sob o guarda-chuva estatal? Quem sabe a projetada inclusão da população da China no consumo possa dar um ajuste, mas o que o Brasil poderia produzir para os chineses, e que gerasse empregos internos?

O FMI está com foco nas alterações climáticas, mas temos de olhar para todas as coisas. Há décadas tem sido grande a displicência com o saneamento, com o trato do esgoto e do lixo, fruto do mau gerenciamento político e fiscal. Rios deixam de carregar água potável para as populações, mares ficam contaminados, peixes e crustáceos perdem espaço afetando a alimentação. Que tal um projeto fundamental de saneamento para grandes cidades, eliminando o risco de tantas doenças que atingem a todos, principalmente crianças? Quanto ao clima, é de fundamental importância estarmos atentos. As cidades superpovoadas necessitam de áreas arborizadas, que são os naturais filtros verdes de ar.

No mundo de hoje os homens se toleram enquanto julgam que podem tirar proveito uns dos outros. Essa situação se rompe quando cessa o interesse ou algum deles se sinta lesado pelo outro. Basta olhar e veremos muitos casos assim. Mas quando alguém deseja, com seriedade, o bem geral, acaba se tornando alvo dos que têm o rabo preso.

As palavras são um dom; temos de usá-las com todo o cuidado, pois elas têm o poder de influenciar e persuadir. Palavras falsas, astutas, carregam o mal. Palavras displicentes e a falta de tato causam dor e revelam imaturidade. Palavras amigas, ditas com amor e pureza, curam, cicatrizam feridas. Hoje vivenciamos as consequências do mau uso das palavras utilizadas para mentir, enganar e, principalmente, para fazer as pessoas acreditarem no que não é o real significado da vida. Com o saber do real significado da vida, as palavras seriam respeitadas. É preciso estar atento e examinar tudo que nos é empurrado. O palavrório vazio atrai a ruína. Que a fala seja sim ou não.

Em vez de serem direcionadas para a leitura de livros desde cedo, as crianças geralmente recebem de presente um tablet com joguinhos para se distrair. Os pais deveriam ler histórias para os pequenos, levá-los a livrarias e bibliotecas, falar da importância do livro na formação da humanidade.

O dia 15 de outubro é dedicado aos professores – os responsáveis pelo desenvolvimento das novas gerações desde a primeira infância. O que assegura o bom futuro do país e da humanidade é o bom preparo das novas gerações para que adquiram clareza mental, discernimento e consciência de que a melhora das condições gerais de vida depende de cada um de nós. Ensinar e educar estão entre as mais nobres profissões, pois através delas é que se faz a transmissão dos conhecimentos e saberes para um viver condigno e de qualidade.

O grande entrave para o progresso está no homem que pôs de lado a sua essência humana dispondo-se a tudo para sempre obter o máximo ganho. Se o homem não tivesse se submetido ao embrutecimento, outra seria a feição do Estado, pois estaria cumprindo a sua tarefa de dar as condições gerais para a continuada melhora da população local e da humanidade como um todo. Como resolver esse impasse?

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

PROBLEMAS BRASILEIROS

Enquanto o drama do mundo é a cobiça de poder, o problema do Brasil é a falta de estadistas sinceros, leais, sábios, patriotas que busquem o melhor para o fortalecimento da população e da qualidade de vida. Os falsos estadistas continuam se digladiando para ver quem manda mais, quem fica com o pedaço mais suculento e, com isso, o futuro vai ficando ameaçado. As novas gerações precisam de bom preparo para a sua responsabilidade para não perder a esperança. Mas, afinal, como foi que o Brasil e o mundo chegaram a esse momento caótico na convivência pacífica e na economia que a tudo constrange?

A sociedade fragmentou-se. Faltam propósitos enobrecedores e coesão na busca da melhora. A divisão do trabalho é importante e necessária para aumentar a produtividade, mas acabou criando tarefas repetitivas que contribuem para inibir a criatividade e o aprendizado das inovações. Tarefas repetitivas deverão ser entregues aos robôs. O ser humano precisa de leitura, flexibilidade, projetos de melhora geral e de aprimoramento pessoal. A educação tem que promover tudo isso.

O amigo leal dos seres humanos é o bom livro. Através dele, cresce a imaginação e a capacidade de refletir intuitivamente, isto é, a conexão com o eu interior, aspectos que diferenciam o homem da máquina. Com o advento da eletrônica e informática, cinema, TV, internet, vídeo, divisão extrema do trabalho e redução de empregos, a monotonia foi tomando conta da vida. Vive-se o dia a dia sem entusiasmo. Para muitas pessoas, conectar-se à rede se tornou meio de fugir do vazio da vida.

A realidade brasileira é brutal, em permanente crise com pequenos intervalos de alguma melhora, com dívida elevada que se formou com desmandos, juros e perdas cambiais. O dinheiro público tem sido mal administrado com enormes desperdícios e desvios. Um país rico em recursos naturais, mas economicamente pobre com poucas oportunidades de empregos e boa educação. Fazem falta bons estadistas e melhor preparo da população.

Precisamos de produção, trabalho, consumo adequado. Na China, foi usado ópio para obter riqueza e promover a fragilização; no Brasil, nem foi possibilitado o fortalecimento da população para construir um país de vida condigna. A droga chegou logo. Precisamos de uma geração forte, bem preparada para a vida, disposta a empregar o melhor de si para alcançar um futuro melhor.

Os jovens precisam aprender a refletir e a liberar a ampla visão intuitiva. Desde cedo as crianças devem ser orientadas para a importância do aprendizado, do trabalho e da busca do significado da vida. Quem somos nós? O que é o planeta onde vivemos? Como ele possibilita a vida? Tudo segue o ritmo das leis da Criação.

Como fruto do desequilíbrio geral está ressurgindo, de forma preocupante, a questão da imigração de refugiados, principalmente porque nenhuma entidade mundial está tomando medidas disciplinadoras, enquanto países que já contam com muitos problemas internos se veem diante de invasão não prevista e sem meios para dar uma solução apropriada.
O desequilibrado sistema internacional de relações entre os povos tem se mantido da mesma forma num mundo em que os mais fracos não tinham como discordar do ganho de uns com perdas de outros, o que veio a ser reforçado pela globalização. Quando as relações entre os povos são feitas sem equilíbrio, o desarranjo é inevitável, mas às vezes isso demora a aparecer. Se o mundo quer paz, está na hora de restabelecer o equilíbrio para obter o progresso geral.

Com a eclosão das transformações econômicas, a hegemonia do dólar passa a ser pressionada. Haverá troca de moeda global ou conviverão duas delas? O que o Brasil precisa fazer diante do agravamento da guerra comercial? Se exportar menos, vai dispor de menos dólares e reduzir importações. O que dizem os governantes sobre essa situação da economia? Haja Luz e Paz sobre o Brasil para que possa progredir de fato.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O PÃO E O PROGRESSO

A época exige empenho em conhecer as coisas e as causas. Os livros têm de trazer isso de forma inteligente, criativa, narrada de forma natural, sem forçar a barra com ideologias e outros meios para impor a sua verdade. Os leitores têm de dedicar interesse, tempo, ler, examinar, aprender. Pais e professores têm de mostrar o valor dos livros e sua contribuição para adquirir a visão correta do mundo, e não aquela deformada por autores neuróticos ou por interesses de seduzir para lucrar.

Novos tempos, novos e complicados problemas, mas é preciso atenção e buscar soluções para não detonar a economia interna. Vamos acolher o postulado da lei do mais forte e aniquilar os mais fracos? No caso dos livros, temos, em confronto com as livrarias tradicionais os e-books, a venda pela internet, queda na renda e perda da cultura do livro, assim com muitos produtos. Mas, no geral, quando ocorre entrada de importados mais baratos é bom para os consumidores, porém a indústria local definha. Então, como resolver o desemprego crescente?

Quanto menos a população lê, mais atrasado é o país. Os livros sempre acabam mostrando a forma como a humanidade está vivendo, permitindo análises e reflexões que ampliam os horizontes; mas quando levados para as telas, as imagens acabam se impondo, restringindo os seres humanos.

Como ajustar o Brasil deficitário e seus gestores perdulários e descuidados diante do quadro de incertezas e fragilidades da economia brasileira e mundial? O que faria o Sr. Manuel, dono da padaria, se encontrasse o seu estabelecimento quase falido? Certamente adotaria bom senso, austeridade, redução de custos, empenho em fazer o melhor.

O mundo está virado. Irresponsabilidade, especulação financeira, capitalismo de Estado, apagão mental. Insatisfação e revolta por todos os lados. Um cheiro de guerra no ar. Para fazer o pão é indispensável a prudência do padeiro e a serenidade da população. O descuido com a população e suas crianças deu ensejo ao ingresso de extremistas no poder, mas acabaram enfiando as mãos e os pés na grana. A falha está no ser humano.

Historicamente os artesãos que deram início à produção de bens agiam não apenas com o intuito de acumular ganhos. A partir das atividades dos artesãos foram surgindo as pequenas fábricas lideradas por homens que tinham raízes na terra onde nasceram. A capacidade de produção foi aumentando, exigindo investimentos, e por fim requerendo aumento de consumo. Dos pequenos líderes iniciais que criaram as empresas de família, pouco restou; muitas das grandes corporações adquiriam esses pequenos negócios e agora estão nas mãos dos grandes Fundos que operam globalmente e buscam, como prioridade, obter lucros nas vendas e na valorização das ações, deixando a coisa rolar, e por essa razão estão inquietos com a displicência da classe política e o surgimento de disruptores no sistema eleitoral.

Parece que as experiências de Estado forte fortaleceram a ideia de Estado único planetário. Poder central, dinheiro único, padronização geral de educação, usos e costumes, nada de eleições, pois a classe política se revelou interesseira e gananciosa. Tudo é aproveitado pelos interessados para conduzir o mundo para o governo único. Ao lado disso, a natureza vilipendiada está dando o seu troco, pois suas leis jamais foram respeitadas pelos poderosos. Cobiça de poder é uma coisa; o desarranjo da natureza é outra que não pode ser menosprezado. Os governos devem se voltar para suas fronteiras, mas não podem desrespeitar as leis naturais que mantêm as condições de vida.

No mês de novembro do ano de 1889 tinha início a República do Brasil, num país rico em recursos ofertados pela natureza, mas pobre face aos maus governos que teve e a falta de bom preparo da população. Passaram-se 129 anos. Há miséria, destruição e precarização para onde quer que se olhe. Neste ano de 2018 ocorreu a eleição para presidente e governadores estaduais. Os cidadãos de bem esperam que prevaleça boa vontade para o bem e que haja nos novos governantes qualidades necessárias para reverter a situação, tornando o Brasil um país humano e próspero que possibilite a evolução condigna. Esperemos que o Brasil possa reencontrar o caminho do progresso com paz e seriedade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7