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SERES HUMANOS ATIVOS

Em momento oportuno, o presidente Jair Bolsonaro visitou o primeiro ministro Narendra Modi, da Índia. Oportuna viagem frente ao déficit na balança comercial do Brasil com aquele país que esperamos seja revertido com aumento e diversificação das exportações. A diversificação é muito importante, pois os itens tradicionais de exportação demandam pouca mão de obra. No dia 24 de janeiro, a Índia, país que se tornou independente em 1947, comemorou 71 anos de sua república. O Brasil se tornou independente em 1822, mas o banimento do imperador D. Pedro II nos levou a uma improvisada república capenga e corrupta que manteve o país em grande atraso. Necessitamos de um Brasil viável, que não seja apenas um fornecedor de riquezas para o mundo.

As condições econômicas sofreram profundas alterações nos últimos trinta anos com instabilidades, imprevisibilidades e concentração da produção industrial no capitalismo de Estado. O planeta está no limite crítico com quase oito bilhões de almas encarnadas e dominado por homens arrogantes e cheios de cobiças. Falta à grande parte da população o bom preparo para a vida e oportunidades. Faltam empregos e, com isso, a economia de subsistência ficou desestruturada. A arte é livre, mas o achincalhe nunca poderá ser considerado como arte. Está na hora de retirar a “banheira do achincalhe” colocada na cultura brasileira desde longa data, quando a arte caiu nas malhas das drogas e da corrupção.

Especialistas advertiam sobre os efeitos que poderiam advir com a globalização, e mesmo assim nada foi feito. Os empregos foram embora. A classe média está evaporando. O dinheiro está se concentrando em poucas mãos, o que contribui para aumentar a precarização. Como reação, o slogan Jai Hindi – uma saudação e grito de guerra comumente utilizado na Índia em discursos e comunicações relativas ao patriotismo – está ressurgindo pelo mundo. Mas os conflitos de interesses estão criando um clima de confrontos econômicos que não se sabe até onde irão. Produzir, dar trabalho, renda, consumo, são as questões difíceis de solucionar na economia globalizada.

No mundo, o pessimismo tem sido a norma, embora ande às cegas, sem querer ver a realidade da economia globalizada. Quando eu soube como funcionavam as Sociedades Anônimas (S.A.) achei genial porque com isso todo mundo poderia ser dono de um pedaço das empresas e receber dividendos. Depois, vendo a história de Charles Chaplin que se afastou da bolsa pouco antes do crash de 1929, percebi que algo não estava certo. A indústria foi para o capitalismo de Estado, onde a liberdade é restrita. Com a baixa dos juros, o dinheiro corre para a bolsa e sua valorização pouco racional. Poucos investem em produção.

Na economia globalizada é difícil competir com as produções em larga escala. Então a economia fica nessa estagnação, a renda vai minguando, e com a queda na renda, o consumo também cai. O noticiário internacional trouxe um assunto preocupante de consequências assustadoras: o surgimento de um novo e perigoso vírus na China capaz de causar pneumonia forte e morte. Diante de tantas dificuldades, como o Brasil poderá conseguir dinamizar a produção e criar mais empregos?

A cidade de São Paulo, fundada em 25 de janeiro de 1554, surgiu como um ponto magnético no mapa do Brasil, para onde afluíram pessoas de todas as raças e todos os credos, que deveriam aglutinar os seus anseios na busca da Verdade, livres do dogmatismo e misticismo, contribuindo para que o Brasil se tornasse verdadeira Pátria de Luz.

Muitos empreendimentos tiveram sucesso porque seus realizadores aprenderam desde crianças com seus pais a arte de gerir negócios empresariais em vivências práticas diárias. Mas, com o tempo, os seres humanos se deixaram arrastar ao comodismo e indolência para que não se tornassem ativos no espírito e livres para buscarem a Verdade sobre a vida que se transformou no emaranhado criado pela ausência de propósitos enobrecedores.

Cada ser humano ativo tem de se adaptar aos meandros dos fios do destino com ampla coerência incluindo intuição, pensamentos, ações, tudo integrado. Assim como numa árvore, as raízes, tronco e flores estão integrados, no ser humano, espírito, alma, corpo devem estar unidos de forma sadia, buscando elevação. A falta disso gerou as catástrofes que estamos enfrentando.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

NOVOS RUMOS PARA O ESTADO

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Ao encerramento do feudalismo foi sendo estruturado o Estado em que os reis tinham poder de vida e morte. Esperava-se a melhora das condições e soberania territorial. Já naquela época começavam a ser geradas as bases para o governo emitir moeda e garantir a sua circulação, gerar receita, ter a capacidade de contratar empréstimos a juros e assegurar solvabilidade.

O Estado, que deveria ser o garantidor da ordem e da propriedade privada, passou a se intrometer em tudo e a tutelar os indivíduos despreparados para a vida e com pouca iniciativa. As pessoas têm de ser fortes e independentes. O Estado foi ganhando força e poder e a classe política tornou-se dominante e abusiva com tantas possibilidades em suas mãos. Com o fortalecimento da esfera do poder econômico, iniciou-se um processo de redução do poder do Estado cujos governos pouco a pouco vão tendo seu poder de decisão reduzido.

O dinheiro público continua sendo o grande atrativo. Os sanguessugas estão sempre atentos. Surgiram esquemas favorecedores de políticos e protegidos na forma de parceria espúria. Décadas de descaso e inépcia estão levando ao descalabro, ao colapso do poder público, à falência do Estado e da República pela falta de tratamento adequado das finanças públicas e do progresso da população.

Chegamos ao limite da incoerência em que as aplicações financeiras especulativas se tornaram mais rentáveis do que qualquer empreendimento que se queira iniciar. As variáveis de juros, câmbio e ações abriram inúmeras oportunidades de ganhos pouco éticos a custo de toda a sociedade. É constrangedora a perda do dinamismo pela economia global. Por vários fatores deixou de ser interessante produzir no Brasil e em vários outros locais. Está isso certo? A globalização e a consequente abertura dos mercados aumentaram a circulação, mas também as disparidades. O que fazer para restabelecer o equilíbrio? A continuar dessa forma qual será o futuro do Brasil e de outros países atolados em dívidas e sem atrativos para produzir internamente? Há alternativas para promover melhoras gerais?

Sem a reforma do ser humano, tudo o mais será paliativo e tudo permanecerá nos baixios da desfaçatez, da irresponsabilidade. Inacreditável, mas essa é a real e deplorável situação da decadência da humanidade onde indivíduos de mau-caráter se postaram como donos e dirigentes, arrastando a população para o abismo da decadência. Falta um diagnóstico claro sobre as causas do declínio e o que fazer para sair da beira do abismo. Precisamos mesmo de uma higienização geral.

A coesão social da humanidade como um todo se acha em processo de ruptura. Após o término da Segunda Guerra Mundial, iniciou-se um processo de mudança radical do modo de vida e de pensar dos seres humanos com forte apelo para a sexualidade displicente, concretizando o afastamento do espiritual, promovendo o aumento do caos sem definir com clareza um modo de vida que conduza ao progresso real. Como efeito disso, a espécie humana está perdendo a consciência de sua missão de compreender o funcionamento das leis da vida e beneficiar a Criação, e não sabe mais para que está vivendo.

Com a forte sedução do materialismo e o aumento da aspereza nos relacionamentos, a coesão social da humanidade entrou em colapso e a consciência de um ideal comum está sendo destruída pela ausência da utilização da energia espiritual. Aumentam o descontentamento e insatisfação, predispondo a movimentos de massa de consequências imprevisíveis.

O momento exige um esforço redobrado para manter vivos os propósitos e valores humanos, não permitindo que entrem em colapso. Se a chama do ideal não for preservada forte e brilhante, a confiança e a solidariedade entre os seres humanos serão abaladas, passando a ver o seu semelhante como um competidor, um inimigo que precisa ser vigiado. Falta educação e preparo. A humanidade tem agido com displicência a respeito do significado da própria vida, pois sua tarefa é buscar a compreensão da lógica que reside na Criação e suas leis e, amparada nelas, agir de forma construtiva.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”; “2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7