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O TÚNEL DO SÉCULO 21

Academias, cabeleireiros, bares, baladas, restaurantes, cinemas, reuniões, hotéis, nada mais funciona como antigamente. Os efeitos sobre a economia e os empregos são devastadores. A velha rotina não existe mais, porém ainda não há uma nova em funcionamento, o que cria insegurança nas pessoas, pois não sabem o que fazer, e o que fazem está cercado de medos e cuidados que cansam o corpo e a mente.

O desespero não é recomendável, há que se ter serenidade e saber sobreviver, aguardando que surja a Luz no fim desse túnel tenebroso que a humanidade está atravessando. Depois da tempestade sempre surge o sol, mas é preciso refletir por que razão tivemos de adentrar nesse túnel onde a esperança se esconde.

As pessoas se esqueceram que na Terra somos todos peregrinos em busca de evolução espiritual e se agarraram ao materialismo perecível, mas para isso foram paulatinamente deixando de ser humanos, tornando-se incapazes de criar um mundo melhor que não se fundamentasse no logro, na mentira, na mania de grandeza, na falta de consideração. Agora o momento da grande colheita chegou; a hora de repensar a vida e seu significado real, hora de se esforçar para se tornar verdadeiro ser humano que reconhece as leis da Criação e constrói a sua vida com respeito a elas, colhendo evolução, paz e felicidade.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O PLANETA TERRA NO SÉCULO 21 (PDF)

Começam as transformações. Em meio a tanta cobiça e corrupção, surge uma nova esperança para a espécie humana

Ano 2000 ou 2012? A confrontação com antigas profecias indicava o período de dois mil anos, a partir do nascimento de Jesus, como prazo para o grande exame das ações dos seres humanos. Há uma leve reminiscência de que houve um engano de doze anos na contagem inicial e, portanto, 2012 seria de fato o ano 2000 tão decantado como o grande marco da humanidade.

No século 21, o ano de 2012 já passou, avolumam-se os desarranjos na Terra, sociais, econômicos e de saúde pública. Os limites dos recursos naturais se tornam evidentes. Intensifica-se o clima de insatisfação. E de novo surge a sensação de incerteza e impotência, o anseio de que dias melhores sejam alcançados. Em meio a tanta cobiça e corrupção, está surgindo uma nova esperança. O descalabro da vida moderna fará com que tudo desmorone? Ou será o começo do fim do materialismo sem coração e o início de um renascimento da espécie humana? O livro conta a história de Jamal Wambua, um pesquisador e Ministro do Meio Ambiente de Berbéria (país fictício do continente africano), engajado no estudo das alterações climáticas e da evolução humana, que vai ao Brasil para aprofundar seus estudos e acaba se deparando com o trabalho de uma brasileira que vive em prol da melhora das condições de vida das novas gerações. Imediatamente ele se encanta por essa mulher tão delicada e ao mesmo tempo tão forte e determinada.

O ano de 2020 assinala um especial momento de transição. A crise geral mostra o quanto a vida e a economia se afastaram da naturalidade gerando miséria. O século 21 requer o máximo empenho no bom preparo da população para levar a vida como ser humano, com toda a seriedade que ela requer.

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http://vidaeaprendizado.com.br/livros/O-planeta-Terra-no-seculo-21.pdf

A ERA DAS TREVAS NO SÉCULO 21

A “Idade das Trevas” é uma delimitação temporal da história que apresenta a estagnação cultural e econômica que ocorreram na Europa em decorrência do declínio do Império Romano do Ocidente. Esse período do ano 476 a 1453, também denominado “Idade Média”, com a conquista da cidade de Constantinopla pelos turcos-otomanos, foi dominado culturalmente pela religião. Foi uma época de avanço das trevas e obscuridade em que a original Mensagem de Luz trazida para a humanidade por Jesus foi sendo desfigurada por falhas de memória, alterações e inserções mais condizentes com a vaidade humana. Foi um período que manteve a humanidade estagnada em sua evolução espiritual.

O Renascimento foi um movimento cultural, econômico e político que surgiu na Itália do século 14, se estendendo até ao 17 por toda a Europa. Os renascentistas se colocaram como herdeiros do pensamento e da ciência desenvolvidos por gregos e romanos, dando ênfase ao intelectualismo materialista fazendo renascer a cultura da antiguidade, menos no que tange ao saber sobre os Entes da Natureza, reconhecidos por gregos, romanos e outros povos, embora com outros nomes, e que foram relegados à confusa mitologia.

Para os iluministas do Renascimento, a Idade Média era o tempo da escuridão mental e ignorância. Durante o Renascimento, convencionou-se chamar a Idade Média de Idade das Trevas, mas na verdade a idade das trevas perdura até nossos dias, pois o avanço do intelectualismo se voltou inteiramente para o materialismo sufocando o pouco de espiritualismo que havia restado do passado.

Dois fatores foram progressivamente reduzindo a influência e interesse pela religião: a evolução do dinheiro e a Revolução Industrial, mas podemos dizer que ao lado dessa última teve início a revolução financeira que a tudo afetou. A economia e finança passaram a ser a grande motivação das nações e dos homens do dinheiro, a geoeconomia. A Inglaterra e a França queriam assegurar suprimento de recursos naturais, matérias primas, energia e mercados para as manufaturas, e adentravam pelo sul para constituir colônias. Nesse ínterim, os Estados Unidos iam se fortalecendo e acabaram afirmando que a América era dos americanos através da Doutrina Monroe. A Alemanha entra na conversa, com população disciplinada foi galgando posição na técnica com produtos de boa qualidade e preços competitivos. Com o avanço econômico e da competitividade da Alemanha, a economia ia se complicando chegando aos embates da Primeira Guerra Mundial.

O SÉCULO 20

Os alemães foram sendo conduzidos para o materialismo místico, pondo de lado a clareza das leis da natureza, queimando livros contrários à sua ideologia. A Inglaterra e os Estados Unidos avançaram no controle do dinheiro e das finanças. A Alemanha, se ressentindo disso, tenta buscar outro caminho para evitar depender de capital externo, gerando atritos irreconciliáveis que deram origem ao mais trágico embate, a Segunda Guerra Mundial que se estendeu de 1939 a 1945 com muita destruição e sofrimentos.

No pós-guerra surgiu um alento, a humanidade queria paz e progresso e houve um período de leveza propício para reflexões sobre o sentido da vida, mas prevalecia a cobiça por riqueza e poder. O mundo foi caminhando para o desenvolvimento tecnológico e inovações. Logo ficou evidente que muitos países ficariam para trás na educação, avanço científico e tecnológico passando à condição de dependentes nas finanças e tecnologia, restringindo-se ao fornecimento de alimentos e matérias-primas.

A situação foi caminhando com alguma melhora na qualidade de vida, até surgirem as crises financeiras, o endividamento público e a globalização da produção. O dinheiro se tornou o grande ídolo. As corporações foram produzir na China onde a mão de obra era muito mais em conta, e todos eles estavam satisfeitos com os resultados. Aparentemente não haveria mais razão para guerras, a globalização era a solução preferida. Com preços imbatíveis, a China foi penetrando nos mercados inviabilizando a produção industrial local.

O SÉCULO 21

Tudo caminhava a contento, a China enriquecia e ia adquirindo a nova tecnologia passando a produzir produtos de qualidade, almejando ter moeda forte. Até que os americanos descontentes elegeram Donald Trump que dizia “América primeiro” e passou a tomar medidas para atender às necessidades do povo americano, contrariando os postulados da globalização.

Veio a guerra comercial e o recrudescimento da geoeconomia. No Brasil, Jair Bolsonaro foi eleito sem o apoio da mídia, surpreendendo a classe política acomodada no poder há décadas. Eis que os chineses são atacados pelo Covid-19, o novo coronavírus, e não divulgam logo a gravidade da doença que ataca o pulmão, e tudo está parando. Cidades inteiras fechando o comércio, parando de produzir, de vender, receber e pagar. A situação é tanto mais grave pelo artificialismo do sistema econômico global que fechou fábricas, desempregou e deixou os papéis da bolsa irem subindo sem consistência, e tudo foi caindo. Bancos Centrais falam em despejo de dinheiro para acalmar os mercados, mas e a produção?

Estaria a humanidade sendo conduzida para o beco sem saída e não está vigiando nem orando? Nem percebendo? Durante décadas, as autoridades assistiram passivamente a proliferação de comunidades com moradias precárias em áreas de alto risco e a população manipulada para fins eleitorais. Um cômodo para toda a família, como falar em isolamento? Os estrategistas precisam buscar soluções para contornarmos as dificuldades na saúde e na economia para impedir o declínio do Brasil e seu povo.

Há décadas vivemos em plena guerra econômica que agora se acirra visando aumento de riqueza e poder. Os países e a população são manipulados diariamente sem perceber. Tudo faz parte do jogo onde os ganhadores são sempre os mesmos enquanto aumenta a precarização geral.

Vivemos os tempos das epidemias e outras catástrofes, mas os seres humanos continuam dominados pela cobiça de poder, deixando a humanidade sujeita a projetos de supressão da liberdade. A era das trevas é hoje com a humanidade conduzida para o superficialismo desde longa data e agora sujeita aos artifícios da guerra de comunicações com múltiplas formas de influenciar as pessoas de modo que elas não se conscientizam da manipulação. A humanidade deveria se voltar para a compreensão do significado da vida e da situação em que deixamos o planeta e o Brasil. Afinal, para que nascemos? A humanidade tem de avançar para além do materialismo e se esforçar para encontrar a Luz da Verdade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A NOVA RECESSÃO MUNDIAL

Nos anos 1980, apesar das crises e dos juros escorchantes da dívida externa, havia produção industrial, empregos e renda; produzia-se para exportar e pagar a dívida. A população era mais otimista e sobrava um dinheirinho para uma pizza no fim de semana. A exploração da classe política no Brasil foi se insurgindo, sugando ao máximo. Argentina e Brasil fizeram as mesmas besteiras achando que com juros altos e dólar barato resolveriam todos os problemas. Gastamos cerca de 400 bilhões de reais de juros ano. Hoje, os dois países estão no buraco, o da Argentina é mais fundo. A indústria perdeu espaço. Asiáticos seguiram produzindo, exportando e fazendo reservas. Com a nova recessão geopolítica tudo vai ficando mais difícil.

A economia e a produção no Brasil estão estagnadas. Nas discussões sobre desemprego e renda desigual a globalização não pode ser posta de lado. Há países que reconhecem a necessidade de estabelecer regras para o trabalho, mas onde há muita pobreza e fome as pessoas trabalham para viver, e se a produção for destinada ao mercado globalizado isso afeta seriamente o trabalho, o que até agora não foi pouco discutido, mas a desindustrialização e a precarização avançam pelo mundo.

Desde os anos 1980, a principal opção econômica do Brasil tem sido a dos juros altos. Acomodaram-se empresários e políticos, estes últimos visando sua permanência no poder. Em recente artigo, Ian Bremmer, cientista político norte-americano, fala da recessão geopolítica mundial que envolve a luta pelo poder no controle da riqueza financeira e física, que afeta países como o Brasil que já vinham perdendo terreno na indústria.

A estagnação freia o consumo. Asiáticos produzem muito, para converter sua mercadoria em dólares baixam preços; os emergentes ficam sem ação: o que produzir além de matérias primas, que podem entrar em ciclo de baixa, e comida? Adentramos nesse ciclo de conflitos comerciais que freiam avanços na economia e na melhora das condições gerais de vida. Quais seriam os efeitos da manutenção das atuais taxas de juros americanos? E de sua elevação ou redução?

Para o que a civilização do dinheiro está olhando? Como sempre, para o dinheiro. O Brasil tem cometido muitos erros contra a sustentabilidade da natureza. Desmatamento, poluição dos rios e mares, falta de saneamento e tratamento do esgoto, uso de inseticidas e pesticidas nocivos que matam lavradores e abelhas, tudo prejudicial. Montanhas de minérios do Brasil têm sido arrasadas para exportar commodities a preços vis, exploradas por empresas e fundos de investimentos mundiais que visam e desfrute sem maiores cuidados, como aconteceu em Mariana e Brumadinho, e nada falaram. O que eles pensam do Brasil e sua população?

A crise da humanidade antecede a crise da democracia. Se a humanidade tivesse se mantido firme no propósito do direito de evolução de todos os povos, a história mostraria justiça e não haveria esse cenário caótico de imigrações e refugiados pelo mundo. Os homens fortes no poder se espalham desde a Rússia e China e vários países. No Brasil, apesar de o Estado ter sido aparelhado, em 2018 tivemos eleições livres e a população fez a sua escolha. Legislativo e Judiciário funcionam com autonomia. Faltam seriedade e união por um Brasil melhor.

A juventude ansiava conhecer as causas do sofrimento e miséria existentes na Terra. Os jovens nascidos no século 21 estão com baixa resiliência para lidar com os problemas e crescentes dificuldades da vida, caindo facilmente em depressão. Com muitas informações, o mundo se tornou objetivo, só com exterioridades. Sem introspecção não há aprofundamento.

Como motivar os alunos ao fortalecimento do querer saber? Aos seres humanos em geral falta a visão do significado da vida e suas leis naturais, em nossos dias mais ainda. A solução não está no ensino de religião com seus dogmas e regras. Os jovens deveriam ser instigados a conhecer o verdadeiro significado da vida, sua origem e finalidades, pois as leis da Criação jamais poderão ser burladas impunemente. O ser humano é criatura espiritual que tem a livre resolução: pode contribuir para a melhora geral das condições de vida no planeta, ou dar espaço ao querer egoístico para satisfazer sua vaidade e cobiça de poder, mas terá de arcar com as consequências.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O FUTURO E OS EMPREGOS

Por que estamos diante de democracia desarranjada no Brasil e em outros lugares? No Brasil houve muitos abusos; o drama não está na democracia, no capitalismo, ou na igreja, mas no ser humano e no seu modo de ser que progressivamente se afastou das boas influências da alma, tendo como leme apenas o corpo e as vísceras. E o que se poderia esperar disso? Um mundo hostil e perigoso, que não sabe para onde vai, uma Babilônia onde ninguém se entende.

A sina do Brasil, desde tempos dos ciclos do ouro, açúcar, café, tem sido o menosprezo com a renda da população obreira. A riqueza não recirculava, indo, em grande parte, para o exterior. Assim, o mercado interno não evoluiu, nem a indústria, nem a educação. Hoje continuamos com dificuldades. Poucos produtos ostentam o “made in Brasil”; há desemprego, baixo consumo, escola deficiente, desânimo. Ocorreram, por séculos, e na República também, por políticas econômicas inadequadas, déficits e endividamento. Faltava vontade forte da classe política de se dedicar seriamente ao país. Que não ajude se assim o ditar a sua falta de patriotismo, mas que também não atrapalhe. Quem sabe poderemos sair da lama.

Nos descaminhos trilhados pela humanidade, coisas ruins aconteceram. Falsos líderes deixaram que faltasse comida e que a insatisfação aumentasse para dirigir o futuro. Mas o futuro não é arbitrário, sempre traz a colheita do que foi semeado no passado. A humanidade inteira entra numa fase de colheita acelerada. Quem tiver lançado boas sementes não tem o que temer, isso é decorrente das leis da natureza, tão mal estudadas por homens que se julgavam aptos a estabelecer as próprias leis para o mundo – caro engano que logo se evidenciará.

É preciso que a população e as autoridades queiram formar gerações fortes, com discernimento, aptas a conduzir a própria vida. Viver, aprender e fazer bem feito exige paciência e perseverança, atributos que os seres humanos estão deixando escapar. A escola e a família têm a responsabilidade de gerar e formar seres humanos fortes, de qualidade, que respeitem as leis da natureza. A atividade sexual faz parte da natureza, mas foi reprimida por séculos até explodir no extremo oposto da libertinagem e irresponsabilidade. É necessário eliminar a gravidez precoce de adolescentes ainda não prontas. Evidentemente as crianças terão de aprender, de forma adequada, como é a reprodução, mas também a responsabilidade de gerar filhos. Mas o que está por aí é o descalabro moral.

Mitigar a intervenção do Estado na economia é importante, assim como despertar a economia brasileira adormecida em berço importado. Estamos adentrando numa fase complexa da civilização com o propalado fim dos empregos e apagão mental pela pouca disposição de viver e aprender continuadamente. Os avanços tecnológicos e a indústria 4.0 têm de ser acompanhados por evoluções na qualidade humana. Não podemos decair aos tempos da Revolução Industrial em que as pessoas trabalhavam 14 horas por dia para ter pão.

O Brasil reduziu a produção e a educação, e aumentou a dívida. Em lojas de qualquer ramo há poucos produtos fabricados no Brasil. Isso significa que as engrenagens da produção e circulação da renda ficaram emperradas. Sem produção não se vai a lugar nenhum e tudo o mais é supérfluo. Países que prosperaram tiveram a produção de bens como base, mas como conseguiram isso: com mercado interno, câmbio, impostos, concorrência com importados, que são os fatores que requerem ajustamento coordenado.

Em 1996, o escritor norte-americano Jeremy Rifkin já anunciava que as inovações tecnológicas modificariam profundamente a civilização no século 21. E, de fato, o processo está em andamento, mas algo que ele não mencionou foi o apagão mental. Grande parte da população é pouco letrada e possui dificuldade para ler e escrever. O homem se tem afastado do seu eu interior, a garantia do bom senso, mas permitiu que seu cérebro passasse a agir sem acolher as boas influências provenientes da alma, passando a praticar atos inesperados. Rifkin deixou em aberto a grande questão da humanidade alertando que o fim dos empregos pode constituir o colapso da civilização como a conhecemos, ou assinalar os primórdios de uma grande transformação social e um renascimento do espírito humano.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

PARADOXOS DA ECONOMIA

A economia vive um momento paradoxal. De um lado há grande volume de produção de bens de consumo que não consegue ser absorvido no curto prazo. De outro lado, há uma grande massa ansiosa por consumir, mas que sofrendo os efeitos da precarização geral, com a renda espremida entre a sobrevivência e dívidas contraídas, fica fora do mercado consumidor. Empregos e rendas diminuem.

Criou-se um labirinto que concentra a produção na Ásia onde mais de 400 milhões de pessoas foram integradas na indústria através de uma poderosa máquina de produzir, com equipamentos disponíveis e farta mão de obra, oferecendo produtos de razoável qualidade a preços imbatíveis, aliados a um mecanismo cambial favorável, que vai eliminando a concorrência, a distribuição e comércio nos Estados Unidos. Uma crescente ameaça de recessão vai se desenhando.

Através do modismo criado pela propaganda, as marcas bem-sucedidas conseguem escoar a sua produção. Mas a grande massa de pessoas empregadas mal tem tempo para dormir, quanto mais para estudar e fazer compras. Estamos engrossando o número de seres humanos sem profundidade, sem assunto, sem clareza para pensar no geral da vida, e que como máquinas inertes, não se comunicam com o eu interior.

A situação do comércio poderá se tornar problemática, evoluindo da estagnação para a depressão econômica. Então, como se arranjarão as grandes estruturas de comércio com seu elevado custo fixo? Como os emergentes poderão resistir à queda nas exportações e nas receitas fiscais? Os acordos que permitem a entrada de mercadorias através de empresas montadas em zonas de livre comércio poderão ruir ao alvorecer da era Trump que planeja implantar um novo modelo de comércio internacional mais fechado.

As grandes potências se movimentam para conservar mercados e ampliar o poder, e murmúrios de guerra começam a ser ouvidos pelo mundo. Não se trata apenas de assegurar o ganho em dinheiro, mas como o planeta conta com mais de sete bilhões de almas encarnadas, o drama da limitação dos recursos naturais fica em evidência.

Muitos países utilizam financiamento externo para cobrir o déficit nas contas, pois o usual tem sido transformar o ganho em dólares, a moeda padrão global, cerceando a acumulação fora do mercado financeiro global. Tomar empréstimos com adequado planejamento é fato usual, no entanto, os governos raramente olharam para isso deixando as dívidas crescerem até o ponto que o mercado financeiro corta o crédito e assume as rédeas.

No giro da história, a roda do destino sempre traz o retorno das ações boas ou más, egocêntricas em benefício próprio de quem as praticou. Um problema global cujas consequências se manifestam inexoravelmente porque não há mudança de atitude dos humanos que se julgam donos do planeta, mas começam a perceber a sua impotência diante da força das leis da Criação. Sem a sincera vontade para o bem, os efeitos revelam as reais intenções. Somente com uma nova sintonização a humanidade poderá encontrar o caminho que escapa do abismo.

Preço baixo é bom. Quanto mais libera para importar, mais fecha para a indústria local com mais corte nos empregos. No interior dos outlets internacionais, mesmo convertendo o dólar a R$4,00, os preços são competitivos, mas sem emprego regular poucos podem comprar.

Líderes desconhecedores do significado do dom da vida, em vez de incentivar a busca da Luz da Verdade para uma nova construção em paz, seguindo as leis da Criação, ofereceram as sombras da insatisfação e descontentamento, semeando revoltas e subversão. Os anos 1950/60 assinalaram um momento decisivo para a humanidade. Fidel Castro surgiu como um líder carismático, e que como tantos outros aderiu ao lema “os fins justificam os meios”.

A ausência de espiritualidade pressentida pelo ser humano, de forma consciente ou não, gera a sensação de que algo está faltando na vida vazia sem sentido elevado. A cultura do século 21, criada pelo raciocínio com primazia nas finanças, cuida de preencher essa lacuna através do consumismo e da busca pelo prazer imediato, cerceando a natural visão transcendentalista do futuro. Com o passar do tempo vai surgindo saturação mental e emocional, pois o ser humano anseia naturalmente por algo mais do que o mundo material pode oferecer.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A AGITADA MARÉ DO SÉCULO 21

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Os problemas das cidades precisam ser examinados com objetividade e perseverante vontade de resolver, como é o caso da questão do transporte sobre trilhos na cidade de São Paulo. Infelizmente, quando se discute, há sempre um viés ideológico, seja de direitistas liberais para atender seus fins, ou esquerdistas que aparelham o Estado para dominar e controlar tudo; e o povo sempre fica esquecido. O serviço precisa de mais eficiência; alguns usuários agem com displicência sem respeito nem consideração com o patrimônio público ou demais usuários. Há também os deploráveis ataques de homens anormais contra mulheres.

O recurso mais importante é o fator humano. A educação não é uma etapa isolada, tudo influi a começar do preparo dos pais, da convivência doméstica, das músicas, leituras e programas da televisão. Uma arte tosca inspirada em baixarias deforma. No Brasil, o descuido vem desde a proclamação da República quando não se ofereceu adequado preparo à mão de obra liberada das fazendas pela lei Áurea. Há muitas coisas para serem corrigidas para melhorar a qualidade humana do país.

A questão do preparo das novas gerações requer o comprometimento não só do governo, mas de toda a sociedade. Onde estão os ensinamentos dos professores que enobrecem a humanidade? Eles deveriam estar na sala de aula e em tudo o mais. O cinema é a escola onde abundam modelos decadentes. A educação deve conduzir ao enobrecimento, formar pessoas honestas com clareza mental e bom senso. Os jovens têm de ser incentivados a cultivar o sentido de beleza que enobrece para não caírem nas baixarias que promovem o retrocesso da humanidade. O essencial é que o governo e toda a sociedade tenham como alvo a continuada melhora das condições gerais de vida.

O dinheiro é como a água que faz o moinho dos negócios girar. Girando e acumulando, expandindo os negócios até o limite, depois surgem os processos de armazenamento em paraísos fiscais e vão se separando da economia real, passando a rodar pelo mundo buscando ganhos, seja em empréstimos soberanos, especulação, bolhas, ficando tudo sujeito às instabilidades. Ativos se valorizam acima do que rendem. Grandes dívidas ficam com a garantia defasada. Como a pessoa que se empanturrou, o sistema fatalmente cai na limpeza purgativa. Importante seria ampliar a análise das consequências sobre a armadilha do endividamento e do efeito bolha sobre os ativos.

O volume de exportações coloca a China em destacada posição na economia global. O eficiente modelo chinês de governo mais enxuto, com plano único a que todos se submetem, tem despertado interesse como meio de conquistar e conservar o poder. É necessário examinar as consequências do confronto entre a economia socialista de mercado e o mercado liberal do ocidente que vai perdendo espaço na produção industrial e nos empregos. O Brasil, que se subordinou às amarras americanas, tem de se cuidar para não se tornar apenas um polo de abastecimento de matérias-primas e alimentos para a China.

Os países precisam ter objetivos, homens sérios e competentes, e uma estratégia flexível em busca das melhores soluções para que o progresso continuado seja alcançado. Mas é preciso que a população também participe, e se o alvo for apenas de cunho material, a decadência moral e ruína serão inevitáveis como já tem ocorrido em diversas civilizações, que por falta de metas enobrecedoras acabaram soçobrando: egípcios, gregos, romanos, e os alemães no século 20. Sem a efetiva evolução material e espiritual o homem não consegue construir obras duradouras.

Como tantos outros, o filme Churchill contém pouca alma, não empolga nem motiva, e é um tanto deprimente, mas mostra a frieza das guerras, a insensibilidade com a vida dos soldados no front e com os danos colaterais. A tirania sempre tem de ser combatida e banida. O que se lamenta é que a humanidade tenha decaído tanto a ponto de possibilitar o surgimento de tiranos impiedosos que se opõem ao real sentido da vida causando caos, miséria e retrocesso. As guerras mostram o coroamento da bruteza dos homens. O período entre 1939 e 1945 foi o mais negro da história da humanidade. Resta saber se na galopante maré do século 21 enfrentaremos fases piores.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

DEMOCRACIA E DISCIPLINA

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

O sistema democrático, que deve conduzir ao enobrecimento, está em cheque mostrando que precisa de aperfeiçoamentos para impedir a prepotência, a influência do dinheiro, da corrupção e das pessoas indolentes sem preparo para a vida. Os efeitos das decisões dos séculos anteriores parecem estar se manifestando simultaneamente, como um ponto de acumulação na história da humanidade. Estamos enfrentando as consequências das finanças sobre a economia concreta da produção de bens: a expansão monetária, a euforia, as bolhas, a inflação, os riscos da contenção e o rebaixamento dos ativos inflados sem a correspondente redução nas dívidas gerando o caos.

Como coordenar as questões decorrentes do artificialismo criado pela expansão monetária equilibrando produção, emprego e consumo? Seria com o padrão ouro ou com naturalidade na economia? Os desequilíbrios provocados pelo câmbio e pelos excedentes comerciais de poucos se evidenciam. Como seria se todos obtivessem excedentes comerciais? Impossível, mas o objetivo deveria ser o de equilíbrio nas contas, pois déficits continuados são cobertos com empréstimos a juros acarretando dependência e rupturas. Quando cai o consumo ou baixam custos, os preços se estabilizam.

Enquanto a democracia se contamina com conflitos de interesses que levam ao emperramento geral e ausência de alternativas reequilibradoras das relações entre os povos, prevalecem os daqueles que têm mais força, em vez de incentivar o aproveitamento dos talentos de todos. A China, com seu sistema autoritário vem ampliando aquisições e resultados na economia global. Se até agora os EUA tinham o controle geral através do dólar, como será essa nova ordem que vem despontando num mundo apático de poucas esperanças, aonde o inconformismo vai tomando forma sem que surjam estadistas sábios com visão abrangente e desejosos de alcançar o progresso em paz?

No Brasil, sempre dependente de dólares, enquanto a produção industrial estagnava e encolhia a partir dos anos 1980, a de outros países ganhava com a economia de escala e se aproveitava da política de combate à inflação com valorização cambial e juros elevados. Pesquisa e desenvolvimento foram postos de lado, bastava importar ou produzir no exterior. Com a globalização a situação se complicou e os gestores públicos cruzaram os braços diante da pressão externa para obter ganhos, mas abriram os bolsos para a corrupção. Assim, decaímos na economia e na política.

Amplia-se a corrupção, o mandonismo, o complexo de reizinho autoritário. Por outro lado, há o descuido com as contas, armadilha na qual também os gestores de 1964 acabaram caindo. Governantes, presidentes e prefeitos vão gastando, mormente em ano eleitoral, deixando um rastro de dívidas. Sem eficiência, os governantes se curvam e decretam austeridade e congelamento das despesas.

Vivemos num cenário de incertezas onde o ser humano perdeu a base natural e não sabe mais o que quer, apenas vai sendo levado por essa vidinha manipulada sem olhar para o futuro e para a sua responsabilidade. A questão do preparo das novas gerações requer o comprometimento não só do governo, mas de toda a sociedade. Os jovens não entendem a vida, pois ninguém explica, e acabam assimilando como normal a baixaria contida nas letras de Funk, sem nada que se contraponha e que mostre os direitos, deveres e responsabilidade dos seres humanos com a vida. Os jovens têm de ser incentivados a cultivar o senso de beleza que enobrece para não cair nas baixarias que promovem o retrocesso da humanidade.

Estamos arcando com as consequências da massificação com a perda dos talentos da individualidade pela restrição, sufocamento e adormecimento. A uniformidade de comportamento rebaixado, a começar pela incapacidade para ler, estimulado por uma pseudo arte que anula o senso para a beleza, nivela todos pelo baixo nível e embrutecimento que elimina o bom senso, favorecendo os apaniguados com o poder. Assim, o descontentamento vai crescendo até explodir ou cair nos engodos populistas.

O século 21 assinala os mais estapafúrdios comportamentos da história da humanidade em que observamos inquietude e desorientação de almas que não exercitam mais o seu querer e vão vagando pela vida perseguindo ilusões, desperdiçando o precioso tempo para evoluir. O que a humanidade está fazendo para conter o descalabro que se avizinha?

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7