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PANDEMIA E GLOBALIZAÇÃO

A cultura do país não é boa, pois prevalecem os exemplos dos maiorais que sempre buscam vantagens pessoais, em vez de servir a pátria e sua população. As novas gerações estão arcando com o apagão mental e a desesperança num país superendividado e atrasado. O Brasil já vinha perdendo terreno no bom preparo dos jovens. Com a desindustrialização, muito da habilidade técnica foi perdida e não acompanhou as inovações.

A paralisação determinada pela Covid ampliou a indolência humana. A escola já era fraca, cheia de teorias e pouco desenvolvimento do bom senso e raciocínio lúcido. O descuido na geração e preparo dos filhos para a vida está formando uma geração fraca para os desafios da vida, inclusive para o fortalecimento da nação. O país se fragiliza dando facilidades para aqueles que querem tirar proveito das riquezas Brasil.

Está difícil entender o que está se passando no mundo e conhecer a real situação. A questão complicada das comunicações é o estilo tendencioso, ditado por interesses não explicitados. Um pouco de besteirol desvia a raiva daqueles que ficam aborrecidos com a forma como as comunicações são feitas, muitas delas levando tudo para os baixios da desestruturação geral do país e do mundo.

As pessoas comuns não conseguem imaginar como agem os déspotas no poder que atuam como se o Estado fosse deles. A economia mundial se tornou uma arena de gladiadores dispostos a tudo para assegurar ganhos e dominação. São tantas artimanhas que requerem muita atenção para que o país não seja entregue aos usurpadores. Jogadores globais sempre buscam usar o cabresto da corrupção para dobrar governantes e suas equipes a serem dóceis com relação aos interesses dos poderosos.

Mais uma vez se repetiu a hora de votar, de escolher os zeladores das cidades do Brasil. Quem eram esses candidatos? O que queriam? O que já fizeram pelo Brasil, pela cidade e sua população? Perguntas deixadas ao vento na nebulosa campanha do horário gratuito da TV, onde predominaram promessas irrealizáveis, futilidades e fofocas, tudo para tomar o voto dos incautos que compram coisas por impulso para se arrependerem tarde demais. Tiraram a máscara e mostraram descaradamente a sua hipocrisia e vileza para atender à própria cobiça.

Os falsos estadistas se julgam donos do Estado, a sua falsidade é incrível, e as pessoas não acreditam que uma pessoa possa mentir tanto. Durante séculos a ordem era capitalismo de livre mercado. Surgiu o capitalismo de estado, que se aproveita da globalização e do livre mercado com outros modos de produção através da coordenação centralizada, sem que tivessem sido estabelecidas as regras desse entrosamento, resultando no fechamento de muitas fábricas e postos de trabalho. O desemprego continua aumentando. Quando examinarão as causas? Como recolocar as pessoas em trabalho remunerado?

O cenário é de desolação. As pessoas querem trabalhar, mas não encontram empregos. Querem ir ao shopping, mas há riscos. Querem vender coisas, mas não há compradores. Aflitas, as pessoas querem uma vida normal, mas isso requer a volta à naturalidade.

Durante o evento Cidadão Global 2020, a economista Esther Duflo disse que “a pandemia mostrou como é perigoso ter uma cadeia de distribuição que depende de um único lugar. Precisa haver um esforço para distribuí-la mais. Esta é uma oportunidade para países, como o Brasil, que têm força de trabalho e investimento e estão só esperando seu momento”.

As massas estão confusas, envolvidas por um sentimento de frustração diante das crescentes dificuldades e da enxurrada de informações contraditórias. Estamos enfrentando um grande declínio que traz a marca da crise econômica com seus efeitos que a tudo atinge. Uma crise civilizatória avança pelo mundo, nitidamente visível no Brasil devido à falta de adequado preparo para a vida, que se agrava com a falta de responsabilidade de homens e mulheres na geração e preparo dos filhos.

A decadência está penetrando também pela falsa cultura, uso de drogas, intelectuais que insistem em justificar a destruição, artistas que defendem uma vida desregrada e promíscua, desvalorizando a mulher, a mãe, e que zombam da beleza genuína. Nesta Terra desolada e cercada de asperezas, uma sensação de tristeza invade os corações. Falta um sentido elevado e a espontânea alegria de viver. É preciso despertar a alma entorpecida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

PROJETO NACIONAL

No pós-guerra, o mundo foi sendo varrido por uma onda de uniformização e desmantelamento cultural tendente a eliminar a diversidade indispensável ao progresso da humanidade. Cada povo e cada raça tem de se adaptar ao solo e se aprimorar. Se cada povo cuidar bem de seu território com propósitos enobrecedores, com liberdade e responsabilidade, com solidariedade, respeito à natureza e aos demais povos, e dar bom preparo às novas gerações para a vida, todo o planeta estará bem cuidado e imune à decadência moral e espiritual.

Veja abaixo artigo de Eduardo Villas Bôas*, publicado no jornal O Estado de S.Paulo em 10 de julho de 2020:

 

Carecemos de um Projeto Nacional

A elaboração de um projeto de nação nos traz uma oportunidade para buscarmos sinergia entre todos que integram a sociedade. Somos um país com mais de 200 milhões de habitantes, cuja população contém em si própria riquezas geradas desde 1500, decorrentes da miscigenação em que as três raças se mesclaram, cada uma delas aportando características ímpares. A criatividade, a alegria de viver, a tolerância, a adaptabilidade, a resiliência, a religiosidade, o sentido de família, o patriotismo, enfim, esses e outros atributos são como uma vasta produção de frutos, à espera de serem colhidos e colocados na grande cesta da nacionalidade brasileira.

Esse enorme cartel de singularidades vive sobre uma base física que metaforicamente constitui uma arca plena de riquezas, sobre as quais estamos sentados, desconhecendo o conteúdo e tampouco sabendo como abri-la. O que nos falta para que se produza uma mobilização da vontade e das capacidades no sentido de soberanamente os utilizemos atendendo prioritariamente às necessidades do nosso povo? Infelizmente, nossa sociedade se deixou impregnar por esquemas mentais que nos são estranhos, depois de 50 anos em que, a despeito das precariedades, trazíamos conosco um senso de grandeza, aliado a uma ideologia de desenvolvimento e a um sentido de progresso.

Infelizmente, a partir de então – anos oitenta – não atentamos a que nós estávamos deixando fracionar, inicialmente por interesses alheios travestidos de ideologias e, quando elas fracassaram, permitimos que esquemas mentais alheios a nossa natureza viessem a nos dividir ainda mais, a ponto de o ser humano não mais fosse valorizado como tal, passando a que sua essência, para ser reconhecida, dependesse da militância em prol de um desses grupos onde se abrigam.

Caímos num fosso, em cujo interior andamos em círculo, progressivamente nos afundando sem dispor de ferramentas que nos tornem possível dele sair, de maneira a que recuperemos a capacidade de vislumbrar o horizonte e nele identificar indicações dos rumos a seguir com vistas no futuro. Em outras palavras, carecemos de um projeto nacional que nos possibilite ter um olhar em direção ao interesse comum, capaz de nos livrar da prevalência do individualismo, do imediatismo e dos interesses grupais ou corporativos.

A elaboração de um projeto de nação nos traz uma oportunidade para buscarmos sinergia entre todos que integram a sociedade brasileira e, colocando o interesse coletivo como referência, encontrarmos os caminhos que conduzam à paz e à prosperidade. É o que esperam de nós as gerações futuras, os países que nos são vizinhos e os que desejam compartilhar um futuro comum. Somos, talvez, o único país com capacidade de inaugurar um novo caminho de desenvolvimento, a partir das qualidades de nossa gente, assinaladas no início dessas palavras. É hora de arregaçarmos as mangas e, cada um, considerando as capacidades e disponibilidades, participar desse grande mutirão.

*Eduardo Villas Bôas é General da Reserva do Exército Brasileiro. Foi o Comandante do Exército Brasileiro de 5 de fevereiro de 2015 até 11 de janeiro de 2019.

PREPARAR AS NOVAS GERAÇÕES PARA A VIDA

A cada dia que passa os problemas vão se avolumando. As novas gerações têm de ser preparadas para auxiliar na superação. O que estamos lhes oferecendo? O padrão de ensino tem sido o de manter as pessoas acomodadas sem desenvolver o espírito inquiridor para conhecer a vida como ela é e para entender seu significado. Assim, um povo com tendência à indolência acaba se acomodando de vez sem se esforçar para ter clareza e raciocinar com lucidez para tomar boas decisões na vida.

Temos de formar seres humanos de fato para que a sociedade humana possa evoluir continuadamente; para isso os jovens necessitam da aprendizagem social e emocional como dizem Daniel Goleman e Peter Senge, autores do livro O Foco Triplo. Aqui estamos para alcançar evolução, assim sendo os relacionamentos devem ser harmoniosos. Faltam a autoconsciência, a empatia e a clareza do próprio querer e no raciocinar para tomar decisões acertadas. Isso tudo é muito importante, mas o querer egoístico e a vaidade têm feito tudo desmoronar.

A força vem da alma. Quando estamos em sintonia com o querer interior temos a motivação vinda do âmago; é a força de vontade. Sem ouvir o querer interior, ou seja, a intuição, o querer não tem a força motivadora vinda de dentro. Nesse caso é o espírito que tem de ser forte para alcançar o que quer: ir em busca de seu objetivo, afastar os pensamentos inúteis. Faltam amor e consideração e estímulos para as pessoas agirem com toda a sua capacidade e com atenção ao que fazem. Há muito ódio e insatisfação com a própria vida espalhados pelo mundo sob diversas formas. Programas para cultivar o amor e a consideração deverão ser o meio para humanizar o ensino.

A situação é dramática, mais ainda quando se percebe que além da pobreza falta o bom preparo para a vida em grande parte da população o que agrava ainda mais as precárias condições de vida. E ainda mais, faltam modelos inspiradores para os jovens e pessoas em geral. Com toda riqueza natural o país é pobre, com rios poluídos, barragens detonadas e cidades ao abandono. Pequena parte da riqueza fica nas mãos de poucos que não se preocupam com o país; o restante vai embora e a precarização avança.

Os seres humanos têm a mesma origem espiritual e é o desenvolvimento espiritual que assinala o grau de evolução que deveria estar em nível bem elevado para todos, mas ocorreu a inesperada estagnação. Compreender o eu interior implica em ativar a intuição para que o eu possa se manifestar por meio dela.

Enquanto havia grande facilidade em obter ganhos tudo caminhava, mas agora não dá para continuar com o sistema da velha economia. Com estoques volumosos e capacidade ociosa surgem as instabilidades no comércio, nas finanças, no nível de empregos, mas qual é a origem desse estado de instabilidade geral? Importa hoje, diante de tantos fracassos e misérias, saber o que está se armando no mundo?

Em geral as coisas funcionam como se fosse um sistema bem ordenado, um conjunto de fatores bem encadeados. Compreender a lógica dos sistemas incentiva o trabalho da intuição que vai adquirindo uma visão mais ampla do todo. Mas hoje vivemos a fase da fragmentação geral. Temos de compreender o funcionamento do conjunto de órgãos na caixa craniana. Cérebro frontal, lobos frontais, cérebro emocional, cérebro posterior chamado cerebelo, estagnado em seu desenvolvimento em comparação com o cérebro frontal.

O planeta está sendo sacudido pelos fenômenos naturais, mas os seres humanos pouco se ocuparam em entender a natureza, promovendo a sua degradação em decorrência de seu desrespeito às leis naturais. O homem quer impor a sua vontade sem observar como a natureza funciona e vai colhendo dificuldades em vez de o melhor que a natureza respeitada pode oferecer.

No mundo materialista, a humanidade tem sido mantida distante da verdade espiritual da vida que se inscreve nas leis da natureza. Tudo tem um sentido e um propósito, mas poucos querem enxergar e compreender. Quem procurar seriamente vai achar. Conhecereis a Luz da Verdade e ela vos libertará, mas há que haver esforço e análises irrestritas. O tempo da indolência espiritual e da crença cega está findando.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

PRECISAMOS DA BOA COESÃO

Há que se pensar no que realmente é importante para a sociedade e qual alvo deve ser perseguido. Como se observa nas estruturas globais de produção, a prioridade atual está em aumentar a produção, reduzir os custos, e elevar os ganhos e controle. As consequências vão se tornando visíveis sobre as novas gerações: emburrecimento, foco estreito, lentidão para pensar, decadência espiritual e moral, aumento no consumo de drogas como meio de aguentar a forma de vida insípida, sem metas e com poucas esperanças de melhora. A solução seria inverter a prioridade, colocando-se em primeiro lugar o desenvolvimento integral do ser humano com dignidade, e, em função disso, construir o restante. Com certeza, surgiria expectativa de contínua melhora das condições gerais de vida e aprimoramento da espécie humana, presentemente bem abaixo do que é esperado dela.

O que é a ciência econômica hoje? O aumento da produção em uma região tem a ver com a competição globalizada. Quando uma região aumenta a produção, reduzindo o preço, acarreta um encalhe na produção de outra. No passado distante, a prioridade era a melhora das condições gerais de vida, o que se refletia nas ciências que se mantinham mais próximas da natureza. Hoje se abstraíram do ser humano. Kishore Mahbubani, ex-diplomata e acadêmico da Universidade de Singapura, já dizia que enquanto o Ocidente acalentava a sensação de estar no comando global da economia, finanças e cultura, a Ásia buscava encontrar o caminho da melhora. No entanto, a prioridade pode ter sido a de acumular dólares através do comércio de seus produtos de menor preço no mercado mundial. De fato, os governantes em geral não têm colocado como prioridade a otimização das condições gerais de vida para toda a população.

Teóricos dizem que o desenvolvimento acelerado da China se deve à aplicação da teoria das vantagens comparativas no comércio do mercado livre global, mas, na prática, na economia globalizada ocorrem muitas transformações que afetam a formulação feita em 1817 por David Ricardo, economista e político britânico (1772/1823). Se um país direciona sua atividade econômica para commodities agropecuárias e minerais, transferindo a produção industrial para outras regiões, vai acabar faltando empregos em suas cidades, pois só com serviços não há sustentação das atividades que vão perdendo dinamismo.

Agora o mundo enfrenta a guerra comercial e cambial, e o embate entre os que querem globalizar o poder, e os que estão se opondo à globalização. Se não for encontrado um acordo e ajustamento, daqui para frente poderemos ter um futuro bem conturbado. No Brasil, a situação anda péssima já faz tempo. Depois que estouraram as bolhas na bolsa e no setor imobiliário, que acarretou na crise financeira de 2008, quando houve o grande ataque ao erário nacional e evidenciaram-se os caminhos errados na economia. A valorização cambial novamente perdeu a sustentação artificial. Estamos diante do embate eleitoral buscando candidatos que possam cuidar seriamente dos interesses do país e da população.

Depois de toda irresponsabilidade na condução do Brasil em suas contas internas e externas, depois de todo não querer ver o que se passava na indústria e no preparo das novas gerações, dizer que o PIB não cresce por causa da estúpida greve dos caminhoneiros, parece piada. É preciso encarar os problemas de frente, com os olhos abertos e fazer um esforço conjunto para reequilibrar a desarrumada economia global.

Em química, coesão é a atração intermolecular entre moléculas do mesmo tipo. Já a fragmentação é a divisão, é a ação de fragmentar, de quebrar, de reduzir a fragmentos, a pequenos pedaços. Os seres humanos deveriam estar coesos na busca da melhora nas condições gerais de vida e no aprimoramento da espécie, mas acabaram caindo nas armadilhas habilmente preparadas para fragmentar os naturais anseios do espírito com a vaidade e mania de grandeza, fragilizando a força entusiasmadora a ponto de terem grande dificuldade para a compreensão mútua.

Quando o homem deixou o espírito adormecer, colocou o sentimentalismo em primeiro plano. Em seu ser, a visão do infinito, do alfa e do ômega, e o reconhecimento do doador da vida, o Criador e suas leis cósmicas, se foi apagando. Com o sono do espírito, tudo foi rebaixando; o sentimentalismo decaiu no materialismo onde não há amor, consideração e respeito pelo próximo. A paz e o progresso estão seriamente comprometidos.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A RESPONSABILIDADE DA SOCIEDADE

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Inúmeras vezes nos deixamos levar pelo negativismo que paira no ar; olhamos pouco para as coisas boas e as grandes possibilidades, e permanecemos travados em situações menores. É muito importante utilizar os pensamentos e palavras para bloquear a corrente negativa que a tudo invade. Recobrar as capacitações do próprio espírito antes que se fragilize demais é a grande realização que cada um tem diante de si. Sem que haja mudança no foco voltado prioritariamente para interesses específicos e finalidades materialistas como objetivo da vida, poucas serão as possibilidades de alcançarmos continuada melhora geral. A falta de confiança e generosidade são ingredientes que contaminam o ambiente com pensamentos destrutivos gerando tristeza.

Com a falta de autenticidade nas palavras, o relacionamento entre as pessoas se tornou superficial. Um tagarelar vazio ditado pelos costumes sociais em que se fala qualquer coisa formada no cérebro sem que isso esteja de acordo com a vontade interior. São palavras de desconfiança e destinadas a bajular e enganar, que não constroem pontes nem vínculos entre as pessoas, surge apenas uma sensação desgastante nessas conversas mal desenvolvidas. Em contraste, palavras ditadas pela amizade e consideração são doadoras e fortalecedoras, indispensáveis ao bom entrosamento e realizações construtivas.

Um pessimista frequentemente pergunta: “Você acha que vai isso vai dar certo?” ou “Será que vamos conseguir?” Pessoas negativas sempre trazem um pessimismo desanimador. Muitas delas tendem a colocar empecilhos e ver dificuldades em tudo, demonstrando, assim, incapacidade para perceber a força das Leis da Criação nas causas e efeitos.

De repente as pessoas começam a se sentir com raiva umas das outras sem saber exatamente por que, pois absorveram o veneno invisível que vai aumentando e se espalhando através de uma infindável corrente de pensamentos maléficos. Há muitas sombras de tristeza no mundo geradas pelas maldades, decepções e sonhos não realizados. Não aninhe a tristeza em seu coração. Mande-a embora, não deixe que ela se aproxime, pois é inimiga do progresso pessoal e da espontânea alegria de viver.

Temos de ser fortes e entender que cada um colhe o que semeia, sem cairmos na aflição, impedindo que a tristeza adentre em nosso cérebro causando perturbação. Os seres humanos perderam a percepção da transcendentalidade da alma porque seu raciocínio se tornou dominante, voltando-se exclusivamente para a vida material na suposição de que com a morte tudo se acaba. A humanidade assentou sua crença sobre bases incompletas pondo de lado o real significado da vida e as reencarnações do espírito; em decorrência, foi se formando a descrença e o ateísmo, dando-se ênfase ao consumismo e ao prazer imediato, esvaziando a vida.

Poucas pessoas estão conscientes da necessidade da cooperação entre a intuição e a razão para, com isso, gerar leveza. Muitas estão colocando a frieza do raciocínio e a astúcia em primeiro lugar como arma na luta pela sobrevivência, gerando aspereza e desalento para satisfazer a própria cobiça. Urge uma profunda mudança que indique um novo modo de vida, menos desgastante, com mais alegria, que não destrua o meio ambiente e que propicie a evolução real. Para isso, o homem precisa de um novo foco na busca do saber de sua origem, para que se torne ser humano do bem, que reconhece as leis invisíveis da natureza.

Grande parte dos seres humanos ainda não encontrou respostas satisfatórias sobre a origem e a finalidade de suas vidas, por que e para que se encontram no planeta. As pessoas não podem continuar caminhando pela vida às cegas, pois existem muitas questões complexas que precisam ser tratadas com amplitude, pois envolvem o significado da vida tão pouco explorado pelos pesquisadores e pela sociedade. A crença tem de se tornar convicção através de análises irrestritas, derrubando o misticismo e o dogmatismo. Na era da lógica espiritual que se avizinha haverá o natural reconhecimento das leis que regem a vida e o desenvolvimento da Criação.

Enquanto as pessoas não buscarem uma clara noção do significado da vida, as novas gerações continuarão presas às correntes negativas, engrossando as fileiras dos alienados, vivendo como robôs sem saberem o que estão fazendo neste planeta, levando uma vida supérflua de pouco significado. Mais do que um problema dos pais, trata-se de uma responsabilidade da sociedade humana que tem de, atentamente, oferecer aos jovens o adequado preparo para a vida e sua integração com o mundo, pois elas representam o futuro da humanidade até agora pouco observado.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7