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NÉVOAS DA IGNORÂNCIA

A obscura situação mundial é preocupante. Falta clareza, os acontecimentos vão se atropelando gerando guerra de comunicações que, com seus progressivos ataques, estão sobrepujando a objetividade. Nesse meio, a população fica confusa, caindo num processo de entorpecimento que vai avançando e emperrando vários setores, pondo o futuro em risco de declínio geral.

Falta consideração e equilíbrio nas relações humanas. As pessoas só querem receber, mas não querem retribuir. É o egoísmo, o individualismo e a arrogância de se julgar superior. O diálogo amistoso está se extinguindo. A humanidade afastou-se dos propósitos fundamentais da vida. Com a indolência espiritual e falta de força de vontade para o bem tudo ficou subordinado à expressão máxima do materialismo, o dinheiro. Tudo vai emperrando no paredão da escassez de dinheiro. Falta união de esforços na busca de metas factíveis que criem um ambiente esperançoso. No Brasil, desde sempre falta seriedade na gestão. Os poderes têm atuado de forma independente, cada um para si, e dessa forma o país e a população ficam abandonados por aqueles que deveriam zelar e promover a melhora das condições gerais de vida.

Qual é o significado dos recorrentes processos de autorização de elevação do teto da dívida americana? A inflação nos EUA bateu em 6,8%: vão alterar os juros, ou adotar outros meios para o regresso da inflação? O congresso autorizou nova elevação do teto da dívida para US$ 31,4 trilhões (R$ 178,6 trilhões). É problema deles, mas, de sua parte, o Brasil tem de pôr ordem na casa e os poderes devem buscar a melhora geral.

Na pós-pandemia, a dívida global se agigantou ainda mais atingindo US$ 226 trilhões, ou 256% do PIB, e desponta como problema insolúvel nos modos econômicos atuais. Há que ser criada uma economia mais natural e que não fique à mercê dos detentores e controladores do dinheiro. No Brasil, Argentina e outros, o desarranjo monetário e cambial é geral; isso vem se arrastando há décadas e nada foi feito para buscar o equilíbrio, além de aplicar aumento de juros e austeridade. Agora há murmúrios de que a hegemonia do dólar vai ser alterada, mas trocar de moeda não vai resolver os problemas estruturais criados pelo controle do dinheiro por grupos de interesses próprios despreocupados sobre o progresso efetivo da humanidade.

Fala-se em mudança geral, mas há os que querem manter tudo do jeito que está para assegurar seus privilégios. As guerras eram ditas como cirurgias radicais necessárias para restabelecer a vida saudável. Na realidade, eram campo para especuladores, contrabandistas, mercado negro, difamações, tortura, doenças, miséria e fome. Raros eram os verdadeiros heróis, libertadores da exploração das metrópoles.

O poder sobe à cabeça e depois não sai mais. Há uma briga pesada pelo poder sem que se saiba exatamente o que está acontecendo nos bastidores. Enquanto isso, o Brasil não está conseguindo reagir. Há muita teoria e pouco resultado. É preciso resolver os pontos de estrangulamento da economia brasileira com bom senso. Temos de produzir, gerar empregos, reduzir dívidas e dependência, evitar que decaiamos, na economia e em tudo o mais. Sem adequado preparo das novas gerações, que futuro poderemos alcançar? Em dois milênios a humanidade não conseguiu construir um modo de vida sadio, equilibrado, em conformidade com as leis naturais, mas quis se sobrepor a tudo isso criando um modo de vida que foi se desnaturalizando para assegurar o poder. Mas hoje grande parte dos seres humanos vive de forma mecânica, afastada da essência da vida.

No século 21, obscurecido pelas densas névoas da ignorância, poucas pessoas ainda olham para as estrelas no céu e percebem a pequenez do ser humano diante da grandiosidade do desconhecido significado da vida. É preciso fortalecer a essência da alma que, ao sair da Terra, prossegue a sua jornada.

A nova doença mundial revelou que a humanidade não chegou ao nível que era esperado dela, afundando nas trevas dos erros, e acreditando que a vida é uma só, acabou perdendo contato com a Luz da vida. A humanidade precisa de muita ajuda, mas será que realmente quer ser ajudada para se movimentar e agir beneficamente na luz do dia?

Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

O FEIJÃO E A CRISE HUMANA

Na questão do setor imobiliário chinês, está meio difícil de entender por que investiriam em projeto que consome muitos recursos sem oferecer retorno, levando à crise financeira nos resgates. Mas a produção de manufaturas com custo bem inferiores aos demais países gerou muitas divisas e agora está meio travada. A renda cai para a população em geral que precisa fazer remanejamento dos gastos, e muitas coisas acabam sobrando nas prateleiras. São desajustes que estavam previstos para ocorrerem em momentos de redução do fluxo do dinheiro, e não será fácil o retorno ao que era.

São transformações em andamento, com o consumo se concentrando em itens essenciais e encalhe de produtos manufaturados como roupas, cosméticos e outros. Isso também acaba atingindo as exportações da China já afetadas pelo dólar mais caro, tudo convergindo para a redução da velocidade do avanço da economia mundial.

O que devem fazer países como o Brasil para manter a economia num ritmo estável de produção, trabalho, renda, consumo? Feijão e pão. Parece brincadeira o relaxamento com a segurança alimentar. Usam o solo, a água, o ar, mas só se produz o que gere dólares. É muito pouco caso geral. De que adianta exportar tanta soja in natura e depois ter de importar o feijão preto da China? Exportar é importante, mas vamos lá autoridades do Brasil, acordar para evitar as costumeiras barbaridades na gestão do país.

Drogas são produzidas e vendidas por causa do ganho elevado. As pessoas que se entregam ao uso de drogas em geral não sabem por que e para que estão vivos e não têm nenhum objetivo a ser alcançado a não ser ir empurrando a vida meio sem rumo. A forma de viver tem se tornado áspera e vazia. O aumento de usuários de drogas compromete o futuro dos países e da humanidade.

A situação do ser humano é de suma gravidade ao entorpecer a alma, o corpo e a mente. Antes, as trevas queriam rebaixar as pessoas através de cultos decadentes de orgias envolvidas pelas fumaças e beberagens inebriantes; depois entraram outros interesses. Guerra do ópio. Dinheiro e poder paralelo. Hoje é o tráfico. Maconha, coca, ópio, heroína, drogas sintéticas. Muito dinheiro em jogo, muitos interesses promovendo a decadência da humanidade.

Cada indivíduo nasce para evoluir física e espiritualmente, mas acaba se enroscando no mundo material, apegando-se a ninharias, ao dinheiro e poder, e então os tiranos passam a buscar formas para dominar e manter a massa domesticada e algemada a fim de que possa exercer a sua prepotência e cobiças.

A linguagem atual é outra, mas o problema da humanidade é o mesmo. A tecnologia muda a cara de questões antigas, como a displicência com a finalidade maior da vida e com o aprimoramento da espécie, perturbadora do funcionamento sustentável da natureza. Antes era a falta de propósitos voltados para o bem geral; agora são os links e algoritmos selecionadores, impondo conceitos. Estão faltando os que promovam o bem e a melhoria geral das condições de vida e da qualidade humana sobre a Terra que, presa ao materialismo, vai se deteriorando.

A cultura é fundamental para a boa formação. Atualmente, predomina a cultura de massa nos filmes neuróticos e barulhentos, e nas peças apelativas, que longe de contribuir para o aprimoramento, induzem ao desânimo e à falta de esperança de melhor futuro. Raramente aprofundam o tema do ser humano, seu mistério, sua missão, sua finalidade. As produções modernas estão ásperas, violentas, com baixa inspiração, monótonas, fogem da nobreza e da colheita justa.

A possibilidade de viver num padrão de vida que permita às pessoas adquirir os bens que desejarem para uma boa qualidade de vida é realmente um sonho a ser alcançado. No entanto, cada ser humano deve ter a nítida noção de que no mundo material tudo é perecível e que não deve viver exclusivamente para as aquisições que são um meio, e não um fim em si. Por ser humano, deve ter em si a busca de valores perenes que o diferenciam das demais criaturas.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

O DESCONTROLE DAS CONTAS

Com a globalização, muitos estudos foram postos de lado e a economia foi sendo desumanizada, pois o foco se voltou para o poder financeiro. A economia, como tudo mais, teria um desenvolvimento correto se a humanidade se pautasse observando o funcionamento das leis naturais da Criação. Desse modo, as incoerências não surgiriam de forma tão avassaladora.

O descontrole das contas públicas é a prova da incompetência dos gestores públicos e seus assessores. Enquanto os políticos ficam guerreando uns com os outros pelo poder, o mercado financeiro conhece bem os pontos fracos por onde sempre soube tirar vantagens, mas o resultado está nas contas, no déficit fiscal, na dificuldade em fazer um planejamento numa dívida crescente que tem de ser renovada em 25% a cada ano e com juros que vão aumentando. É a falência da administração pública do ocidente.

O Brasil apresenta uma visão de atraso geral, provavelmente em consequência de o mundo desenvolvido, incluindo a China, ainda ver o nosso país como a velha colônia doadora e mal administrada por políticos corruptos que cedem tudo em benefício próprio. Paira uma névoa de tristeza e falta de ânimo, herança do passado colonial e que acabou sendo fortalecida pela ausência de oportunidades e uma pressão para manter a indolência sem iniciativa e autoconfiança, revelando a grande incompreensão sobre o significado da vida, pois a vida, muitas vezes, é obscuramente entendida como “um vale de lágrimas”, ou seja, para sofrer penúrias e misérias.

Há uma estrutura perversa permeando a economia. No topo estão os graúdos, os que mandam. Abaixo deles, os que ficam rodeando, bajulando e tirando proveito; muito astutos, sabotam os que estão abaixo. Em seguida, a classe média, sob risco de extinção devido à destruição de empregos de melhor nível, que sem conseguir reagir, lamenta-se sem saber o que fazer. Por fim as classes com vida mais apertada, ajudantes na área de comércio e serviços, e informais, com poucas perspectivas, sujeitos ao processo de precarização em andamento.

O trabalho se apresenta muito dividido, com tarefas monótonas e repetitivas; no entanto, todo trabalho traz proveito espiritual, dependendo da forma como o executamos: se como robôs, ou como seres humanos despertos. Seja na área de serviços, comércio ou indústria, é preciso estar sempre atento ao que fazemos, pondo a intuição em movimento, buscando a melhora.

A população vai ficando confusa, pois não sabe que rumo o país está seguindo. Falta união de esforços na busca de metas factíveis que nos tirem da situação de atraso, pois estamos produzindo cada vez menos e importando cada vez mais, o que vai se agravando por um processo de entorpecimento que emperra vários setores do país, pondo o futuro em risco de declínio geral.

O lazer é importante, mas as horas de folga não podem ser desperdiçadas inutilmente pelas pessoas que têm de se esforçar, estudar, dedicar um tempo para as leituras, a fim de aprender continuamente, para se sentirem úteis, construtoras e beneficiadoras da vida. A população precisa ter confiança de que os líderes encaram com seriedade a sua tarefa de administrar o Estado para o progresso e o bem geral, com ordem e oportunidades para todos que se esforçam na direção do aprimoramento humano.

Os noticiários nos dão conta de muitas mortes, e quando morre uma pessoa famosa, o burburinho é intenso. Num mundo envolvido pelas densas nevoas da ignorância, poucas pessoas ainda olham para as estrelas no céu, e percebem a pequenez do ser humano diante da grandiosidade do universo e do real significado da vida. É preciso redescobrir a essência da alma; o que é da terra fica, mas a alma prossegue a sua jornada.

Os seres humanos têm sido displicentes com a vida, desperdiçando o precioso tempo concedido, mas não podem perder o ânimo, pois a vida é a grande oportunidade concedida para evoluir de forma construtiva e beneficiadora, utilizando plenamente para o bem todas as capacitações com que foram dotados, seguindo em frente com coragem e confiança no bem.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

O MUNDO APÓS O 11 DE SETEMBRO

O século 20 marcou a consolidação do poder dos Estados Unidos e de sua moeda, o dólar, porque detinham hegemonia no campo militar, econômico, tecnológico, cultural e político no mundo, difundindo a sua democracia.

Nos vinte anos após o 11 de setembro, muitas coisas estão oscilando. As guerras, a crise do subprime nos anos 2007 e 2008, a crença no poder militar e no dólar, o que pôs os americanos para dormir, e ao acordar viram que o sonho estava sem vida. Sun Tzu, Confu-tse, Capitalismo de Estado com mão de ferro, partido único utilizando mão de obra de menor custo para produção em massa e câmbio favorável à exportação, todos esses fatores deram tal impulso à China que lhe permitiram rivalizar com os EUA, os quais ficaram seduzidos pelo monetarismo, neoliberalismo e “financeirismo”. Vinte anos após, a pandemia somou-se aos desencantos do ocidente endividado e com redução nos empregos e renda.

As novas gerações perderam o rumo e sua angústia se torna visível em atitudes destrutivas. A China está sofrendo a síndrome da guerra do ópio, entorpecente extraído da papoula, cujo vício provocou devastação na população no século 19. No século atual, visando preservar as novas gerações, o governo chinês está impondo rígida regulamentação sobre tudo o que possa influenciar os jovens, tais como: Internet, jogos eletrônicos, idolatria de artistas. Mesmo assim não deixa de ser uma coerção; melhor seria o máximo empenho da China e dos povos em geral, no sentido do aprimoramento da espécie humana e do progresso material e espiritual.

O Brasil é campeão em número de partidos políticos, muitos dos quais geram evasão da responsabilidade, cada um culpando o outro pelo atraso, sem que haja comprometimento com a melhora geral. Os pontos críticos: o secular descuido com as novas gerações; saneamento; obras muito caras, mal planejadas, por vezes interrompidas; péssima qualidade da programação da TV. Sem leitura, sem aumento do vocabulário, sem campanhas para desenvolver paternidade responsável, como esperar que as novas gerações tenham clareza no pensar e raciocínio lúcido?

O Brasil precisa fortalecer o preparo da população para uma vida construtiva e benéfica. Temos de oferecer às novas gerações o adequado preparo para que transformem o Brasil no maravilhoso país sonhado de liberdade, com progresso espiritual e material, paz e alegria. Os jovens devem receber estímulos para um voo ao mundo dos sonhos e dos projetos enobrecedores, visando a formação de seres humanos investigativos, que pensem com clareza e fazem perguntas, pondo em ação as capacitações que dão a habilidade de observar e analisar os acontecimentos com lucidez, para se conectar com o significado maior da vida, evoluir, ser feliz.

Desde 1889 tem faltado idoneidade e patriotismo aos governantes do país. Getúlio Vargas tinha sensibilidade para as dificuldades da população e queria dar-lhe uma base para o seu desenvolvimento. Os militares se desdobraram para tirar o país do atraso herdado da economia de subserviência ao exterior. Os que os sucederam permitiram a corrupção e desvio de verbas. Quanto ao governo atual, ao que se sabe tem apresentado seriedade e eficiência na aplicação do dinheiro.

O Brasil patina desde 1980. O IGPM de 35% causou muitos danos às pessoas cuja renda se manteve sem reajustes. Controlar a inflação é importante, mas é preciso olhar para a produção, pois o controle da inflação tem significado queda no PIB. Em 2021, o poder consolidado é forte e não quer mudanças.

O que está se passando é uma guerra de comunicações, com infiltrações e golpes baixos. Prevalece a cobiça pelo poder. Falta união pelo bem do Brasil. A eleição vem aí, época de mentiras e abusos. Para alcançar a melhora é preciso educar a população e eleger candidatos idôneos e competentes, pois uma ruptura abrupta traria consequências nefastas.

O poder está na mão de um grupo de pessoas materialistas, que adoram o poder e o dinheiro, mentirosos que não querem saber do aprimoramento da espécie humana e da vida eterna, pois absurdamente acreditam que a vida é uma só. A esperança está sumindo; há no mundo um emaranhado de problemas, mas não há pesquisas sinceras para enxergar com clareza a situação real da humanidade e as soluções corretas e naturais.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

A FINALIDADE DE TODAS AS COISAS

Na natureza tudo tem determinada finalidade, nada é superficial, nada é por acaso. Hamilton Carvalho, auditor tributário do estado de São Paulo, descreve o modus operandi da humanidade: “Não estou condenando, só constatando: escondida e no nível certo, a hipocrisia é uma das engrenagens que faz este mundo girar. Não me entenda mal”. O fato é que a espécie humana não tem cumprido o seu papel como a principal espécie vivendo no planeta Terra, pois insiste em ignorar e compreender o significado e a finalidade da vida.

Essa hipocrisia meio disfarçada vem ocorrendo em todos os setores. No passado distante, a prioridade era a melhora das condições gerais de vida, o que se refletia nas ciências que se mantinham mais próximas da natureza. Hoje se afastaram do ser humano que está perdendo o querer próprio e a força de vontade. Desde os anos 1980, a economia ocidental vem passando por um processo de mudança com fechamento de fábricas, redução de empregos e renda. Isso tudo teria de também acarretar a disponibilidade de espaços de trabalho, dada a redução das atividades. Na região da Berrini, em São Paulo, e em outras regiões, está ocorrendo a vacância de espaços empresariais e de escritórios. Quando uma região aumenta a produção reduzindo o preço drasticamente, as outras não conseguem competir.

No mundo está ocorrendo uma complicada crise econômica. Como os países poderão reativar a máquina de produção gerando trabalho e renda? Aumentar o dinheiro através dos processos de afrouxamento monetário parece não ser suficiente. Os custos se elevaram muito nos países geridos através da conjugação dos três poderes e seus antagonismos, enquanto em regimes onde o Estado é gerido com absolutismo, as decisões são rápidas e os movimentos de reivindicação são contidos prontamente assim como os custos da mão de obra. Nessas condições, fica difícil produzir e gerar empregos internamente. Os investidores preferiram transferir a produção para as Filipinas, China ou Tailândia, mas agora surge novo conflito de interesses provocando a guerra comercial do século 21.

Kishore Mahbubani, diplomata e funcionário público de Singapura, diz que “enquanto o ocidente dormia, acalentando a sensação de comando global, a China acordou e revolucionou a economia.” O processo resultou na integração de 900 milhões de trabalhadores na produção fabril, produzindo muito e baixando os preços, conquistando mercados e acumulando reserva, enquanto o ocidente se comprazia com ganhos financeiros e formação de bolhas. Agora o mundo enfrenta a guerra comercial, cambial e tecnológica. Embate entre os que querem globalizar o mando e os que estão se opondo à globalização. A OMC deveria ter previsto isso e evitar que o desequilíbrio se instalasse. Se não for encontrado um acordo e ajustamento equilibrado, poderemos ter um futuro conturbado e aumento da precarização geral.

Muitas vezes um bajulador se coloca como líder, seduzindo com mentiras e promessas que não pretende cumprir; com suas palavras enganadoras, recebe a confiança das pessoas para traí-las e satisfazer a própria cobiça. Esses não podem receber o voto do povo. Tudo de ruim que está acontecendo decorre de uma causa simples: a humanidade tem caminhado em direção oposta à real finalidade da vida na Terra. O ser humano existe há milhões de anos, e é seu dever pesquisar sobre isso, mas sempre encontra coisas mais importantes a fazer e não lhe resta tempo para o fundamental da vida.

A abertura da Olimpíada no Japão mostrou grande senso de organização, mas estava presente a tristeza, a sensação de estar num beco rodeado do vazio. Restou um pouco do entusiasmo do Olimpo onde Zeus rege os entes da natureza, admirados e respeitados pelos gregos, romanos e germanos, mas que acabaram virando lenda quando os seres humanos passaram a se julgar donos do planeta, em vez de hóspedes temporários para alcançar evolução.

Falta um alvo, o sonho da humanidade com o progresso real, beneficiado pela atuação humana aliando intuição e raciocínio lúcido. A educação deve instruir e inspirar as novas gerações para feitos que enobreçam e dignifiquem a espécie humana, longe das mentiras, propondo alvos nobres e elevados de forma a aproveitar todo vigor renovador dos jovens e a experiência dos idosos. A educação tem que formar seres humanos de qualidade, beneficiadores da vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

UMA NOVA ECONOMIA

Uma nova economia, com a centralização das decisões pelo Estado forte, planejando e controlando tudo, entrou em competição com o livre mercado sob a influência do poder econômico e político, onde a população tem sido submetida a um processo que a mantém acomodada; todavia havia empregos de mais qualidade com menos luta pela sobrevivência. O objetivo é produzir e vender grandes lotes com pequenas margens de lucro, mas que representam montante significativo devido às quantidades e preços imbatíveis. Esperemos que isso não venha a sufocar as capacitações e iniciativas dos indivíduos. Qual será o futuro desses dois sistemas que oferecem riscos e vantagens para uns e outros, mas que pegou o ocidente despreparado e que agora está sem rumo? A economia tem de se tornar simples e natural, com equilíbrio, ou a precarização poderá avançar.

No ocidente, movimenta-se muito dinheiro, mas não há muitas fábricas produzindo e requerendo financiamento de capital de giro, então o capital vai para as bolsas de valores, sem resultar na criação de novos empregos. Investimentos em infraestrutura são necessários, mas não geram exportações. No Brasil, a desestruturação da economia, que já vem cambaleando há décadas, será altamente danosa, trazendo ao país o risco de entrar em nova estagnação.

A individualidade e a diversidade dos povos são naturais, no entanto tais diferenças favorecem o progresso, observando as leis da natureza que são uniformes para todos os povos e, em sendo respeitadas, favorecem o entendimento e a paz. Com os recursos ofertados pela natureza, a vida no planeta não deveria apresentar tanta miséria, desde que os seres humanos seguissem as leis naturais da Criação. Porém, o viver foi se tornando cada vez mais áspero, surgindo a luta e a astúcia para a sobrevivência.

Pessoas que decaíram muito na estrada da vida, sejam ricas ou pobres, têm dificuldades para sair do nível em que se encontram por não quererem reconhecer que a causa do declínio está nelas mesmas. Os seres humanos, dominados pela cobiça, se tornaram desconfiados e estranhos uns aos outros. Raramente notamos entre os indivíduos e os povos um gesto de sincera cordialidade e consideração; faltam as palavras amistosas tão frequentes em épocas passadas.

A irregularidade nas chuvas começa a preocupar com a diminuição do nível dos reservatórios. O mundo esteve, durante séculos, olhando só para o dinheiro, esquecendo tudo o mais, deixando em segundo plano a riqueza que nos é dada pela natureza como o ar e a água, fora todas as outras benesses. Mas agora estamos no limiar em que a sociedade estará sujeita a crises de todas as espécies que ocorrerão com frequência daqui em diante. Ou seja, eventos que porão em evidência a estupidez dos homens em relação à própria vida e à sustentabilidade do planeta. Cada país terá de se dedicar intensamente na recuperação em seus limites, cuidando de seu povo e sua cultura; no entanto, tirar vantagens de outros povos e nações tem de ser banido para que haja paz e progresso.

Se quisermos um mundo melhor, em continuado progresso, é preciso acabar com a luta por riqueza, poder e dominação, e a geopolítica travada pelos poderosos contra a grande massa. Não há equilíbrio. Prevalece produzir onde o custo seja o mais baixo, para vender aos que ainda podem pagar. O poder e os ganhos são disputados pelos graúdos, enquanto a miséria vai aumentando. Necessitamos de uma economia sem os atuais gritantes desequilíbrios. Não basta simples parceria; é preciso que haja progresso e ganhos mútuos.

A pandemia parou a economia em 2020. Nada de tão grave ocorria na economia desde 1929. Se tudo está parado, não há renda; sem renda fica difícil sustentar empreendimentos deficitários. Enfim, pouco podemos fazer e decidir enquanto a economia não entrar no ritmo. Até lá temos de prosseguir do melhor jeito que pudermos, sem ficar ruminando descontentamento e insatisfação com as atuais condições de vida para não criarmos desarmonias ao nosso redor.

Mostrar gratidão pelo dom da vida com espontânea alegria da alma gera harmonia em nosso entorno. Não podemos descuidar da vigilância, mas permanecer atentos, descortinando o momento com as suas imposições e oportunidades. O bom é alegrar-se com a vida em vez de ficar cismando sobre as ninharias.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

A LEI DO MOVIMENTO CERTO

A realidade tem grande mobilidade, isto é, nada fica parado, tudo segue a lei do movimento, exigindo adaptação. No pós-guerra, os Estados Unidos consolidaram uma posição hegemônica. A Rússia comunista ingressou numa nova forma de governo com Putin visando aproveitar os recursos existentes através de negociações com os países da Europa e outros, centralizando as finanças do Estado. A China abandonou as teorias comunistas e criou uma grande economia empresarial, o capitalismo de Estado, gerido pelo partido comunista e seus dirigentes com mão de ferro visando obter superávits na balança comercial, acumular grande reserva, aproveitar-se das oportunidades econômicas para ganhos e aumento de influência, e só então começou a desenvolver o seu grande mercado interno.

Enquanto isso, os Estados Unidos permanecem carregando a inchada máquina administrativa, na qual se pendura a classe política voltada para conservar o poder hegemônico e seus privilégios, incapaz de seguir a lei do movimento para manter a agilidade da nação. Ocorre o mesmo na maioria dos países ocidentais, inclusive no Brasil, onde tudo se agrava com a displicência e corrupção generalizada. A China se aproveitou desse vacilo, ampliando a produção e utilizando-se da mão obra disponível, de baixo custo.

O capitalismo de livre mercado está agonizando. Os governos democráticos se encontram engessados pelos demais poderes e pelos lobbies políticos. O comunismo não existe mais, foi substituído por um regime forte e autoritário que a partir das finanças controla tudo, mantendo a população submissa, eliminando qualquer oposição aos detentores do poder. A governança não evoluiu.

Emitir dinheiro para um país com moeda conversível é privilégio que possibilita aquisições valiosas e lucrativas em qualquer região. O Brasil emitiu muito para pagar a dívida externa e cobrir déficits monumentais decorrentes da forma displicente da classe política. Argentina seguiu o mesmo caminho. Venezuela, nem há o que falar. Agora os Estados Unidos querem embarcar na política de emitir para manter a economia girando, mas se não houver produção geradora de ganhos, esse caminho dará no mesmo em que caiu a América Latina: nos déficits. O déficit interno e o externo conduzem os países a um buraco fundo, difícil de sair, mas muitos se habituaram a obter vantagens pessoais com essa política suicida, deixando o país e sua população ao abandono, suportando as consequências.

Essa é a trajetória comum da humanidade, seguida por muitos povos, como egípcios, gregos, romanos, ingleses, alemães, norte-americanos. Ocorre um grande desenvolvimento e expansão, seguido de um comodismo levando ao declínio e ruptura. Os Estados Unidos conseguirão manter o padrão de vida no pós-guerra, ou cederá lugar para a China, ou ambos conseguirão uma coexistência dividindo o poder?

Muitos efeitos negativos decorrem da falta do adequado manejo do dinheiro para o bem geral. Há os grandes controladores do dinheiro, os governos, os empresários, e aqueles que circulam pelo mercado financeiro visando ganhos, cada qual olhando só para o ângulo de seu interesse. As decisões monetárias por si dão um resultado imediato, mas ao longo do tempo a situação real aparece. Sem produção, empregos, renda, e preparo para a vida, tudo se torna paliativo, ilusório, como mostraram as catástrofes econômico-monetárias pela América Latina, Ásia e Europa. Será os Estados Unidos a bola da vez?

Desde 1889, uma casta ruim se manteve no poder no Brasil tirando proveitos, e agora estão irritados com as restrições que estão sentindo com governo voltado para o progresso do país. Tirando ações de Getúlio e Juscelino, e algumas obras dos militares, nada há de bom para apontar nessas gestões fatídicas que levaram o Brasil à beira do abismo.

Cientistas sinceros alertam, mas poucas pessoas querem ver. Os problemas gerais estão em todos os lados, seja no Rio de Janeiro, na África, ou qualquer outro lugar. Em vez de ficar inquietando, a imprensa, os cientistas e os congressistas deveriam pesquisar as causas da decadência geral e propor soluções para humanizar a vida.

Isso sempre acontece porque a humanidade não buscou desenvolver uma existência compatível com as leis da Criação, querendo ela mesma estabelecer as leis da vida, sem quer reconhecer que esse caminho tem sido funesto e provocado muitos desequilíbrios onde tudo deveria funcionar de forma engrenada, impulsionando o progresso, prosseguindo no movimento certo de forma consciente, em continuada evolução.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

INTUIÇÃO E AGILIDADE MENTAL

Analisando a situação dos seres humanos no século 21, auge da tecnologia, o escritor norte-americano de ciência Steven Johnson afirma em seu livro Everything bad is good for you: how today’s popular culture is actually making us smarter: “as tecnologias de tela podem ter muitos benefícios. Vimos um aumento de QI, mas não vimos nenhum discernimento maior quanto aos problemas econômicos do mundo, ou quanto à crise no Oriente Médio. Processar informações e completar uma tarefa com grande agilidade mental não quer dizer que a compreensão e a intuição melhoraram. Não devemos confundir informação com conhecimento”.

O trabalho constante diante das telas estabelece um padrão de pensamento mecanicista; essa tecnologia vai apelando para o trabalho do cérebro de forma crescente, restringindo a intuição. Os abusos cometidos com o cérebro mais tarde se transformam em doenças. O cérebro e o cerebelo foram ofertados aos seres humanos como ferramenta para auxiliar o viver no mundo material. Além de coordenar o corpo e regular as funções inconscientes, é o que permite o contato com o eu interior e com mundo exterior.

Faltou avançar na compreensão da finalidade do cerebelo e compreender melhor o funcionamento da intuição, a voz interior que não provém dos arquivos nas nuvens. A intuição traz vibrações mais elevadas ao cérebro. As crianças não devem abusar do córtex pré-frontal sob pena de não desenvolverem adequadamente a essência humana, pois o analítico irá se sobrepor ao intuitivo, desenvolvendo o cérebro digital.

Desenvolvimento Humano refere-se ao progresso sadio do eu interior do ser humano. Clarificar o espírito. Adquirir maturidade, afastar-se das trevas. Por seu modo de ser, o espírito esclarecido estabelece a paz em redor de si, sem manifestação raivosa, com serena objetividade no grande impulso de atuação alegre. Os seres humanos da atualidade desconhecem que, em eras passadas, a intuição era ouvida e orientava, concedendo àqueles que a ouviam, segurança no que empreendiam, alegria e confiança.

“A mente intuitiva é um presente sagrado e a lógica é uma serva fiel. Criamos uma sociedade que honra o servo e se esqueceu do dom”. A frase pode ser de Einstein ou não, mas seja quem for o autor ela encerra uma profunda verdade. Colocar em prática a harmonia é fundamental para a elevação interior e para o sucesso; isso é o essencial. Se a indolência prevalecer, atrairá confusão, fraqueza e doença. As questões fundamentais da vida não estão sendo examinadas com a intuição, mas em bloco com grande massa de dados.

O enrijecimento do pensamento pode levar à perda da liberdade até para o pensar com clareza e de forma simples e natural. A livre iniciativa e o mercado são conquistas valiosas que possibilitam escolhas pessoais; o que falta é uma ética para que o seu funcionamento se faça sem que sejam infligidos sofrimentos a outros para satisfazer a cobiça. Para o surgimento dessa ética a humanidade teria de conhecer o real significado da vida e da Criação, reconhecendo as leis que a regem. Então, haveria paz para a alegria dos seres humanos de boa vontade.

Na pandemia, que aflige o planeta, é preciso buscar as causas. Há causas provocadas pelos indivíduos como a sua forma displicente de longa data em seguir os preceitos naturais de vida, a falta de cuidados, o mau hábito de fumar e abusar das bebidas, a falha na origem da doença pela falta de rápida comunicação ao mundo, mas não podemos esquecer as causas espirituais, as advertências de Cristo sobre a inevitável colheita de tudo que o ser humano faz e pensa.

Ligando-se cada vez mais à matéria, a humanidade foi afastando a Terra das influências mais elevadas, tornando-se acessível ao mal, caminhando através dos séculos para a grande colheita e catástrofes para o reequilíbrio do Planeta. É preciso manter a serenidade e semear o bem. Cada indivíduo tem de se esforçar para se tornar verdadeiro ser humano. É imprescindível que a educação promova o aprimoramento pessoal e espiritual para que os estudantes tenham consideração sincera pelo próximo, buscando a continuada melhora nas condições gerais de vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

EU SÓ POSSO IMAGINAR

Bart Millard (J. Michael Finley), vocalista de uma banda cristã, nasceu numa família desestruturada. Considerava seu pai Arthur (Dennis Quaid) um monstro porque ele não entendia o amor que sentia pela música. A relação entre ambos é o núcleo emocional do filme “Eu só posso imaginar”. No enredo, a mãe foi embora por não aguentar mais os maus tratos. Uma infância sofrida que tornou Bart descontente com a vida. Nada acontece por acaso. Por que Bart nasceu naquela família? Muitas almas estão aflitas buscando nova oportunidade para uma existência no mundo material, sendo atraídas pela igual espécie e pelos fios do destino que cada ser humano tece para si mesmo.

Uma nova vida, uma nova oportunidade para a criança e seus pais. E de fato para o pai foi uma oportunidade de reconhecer seu modo errado de viver. Conhecer o significado da vida e suas leis, evoluir, beneficiar, enobrecer são tarefas dos seres humanos que com displicência passam pela vida jogando fora o precioso tempo, e acabam saindo do corpo mais sobrecarregados do que quando chegaram para uma nova oportunidade. Bart teve uma visão espiritual do pai, que havia falecido, ao cantar Eu só posso imaginar (I can only imagine). “Procurai e Achareis o verdadeiro caminho para a Luz”.

UM PORTO SEGURO

Baseado em livro de Nicholas Sparks, “Um porto seguro” é interessante para quem reconhece a existência da alma. O filme conta a história de Katie (Julianne Hough), que foge de Kevin (David Lyons), um detetive obcecado, e procura abrigo numa pequena cidade onde vivem americanos simples que cultuam o 4 de julho com festas e trabalham seriamente pensando no bem do país, se divertem com pequenas coisas, pois onde moram a vida é calma e a natureza é bela e acolhedora.

Katie evita fazer amizades, procurando se distanciar das pessoas. Conhece Jo (Cobie Smulders), vizinha que vivia só, e as duas começam a dialogar sobre a vida. Jo diz que gostaria de partir, mas algo a impedia. Kevin descobre o paradeiro de Katie e de novo ela pensa em fugir, mas é tarde demais e as complicações acabam envolvendo os novos amigos dela. Depois de uma situação dramática, ela se livra de Kevin, o que lhe permite viver o romance com Alex (Josh Duhamel), viúvo, pai de dois filhos. Jo também se despede; ela estava presa ao passado e não conseguia seguir em frente preocupada com o futuro dos filhos.