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A LAMENTÁVEL SITUAÇÃO ATUAL DO PLANETA

É desoladora a situação do planeta com guerras econômica e armada. Com tantas dificuldades, a Argentina jogou a toalha. No Brasil, o déficit é enorme. Nos EUA, dívida gigante. Europa, sem rumo. China e Rússia, opondo-se ao “privilégio exorbitante” do dólar. Qual é a origem de todo esse caos?

Criado o Estado-nação, uma elite mal-intencionada açambarcou a finança e fez dela o que bem lhe aprouvesse em vez de se dedicar com responsabilidade a construir um futuro melhor; a maioria dos líderes políticos age dessa forma. Assim se passa no mundo; o presente revela a irresponsabilidade do passado e aponta o futuro sombrio.

A humanidade desalmada sempre deu espaço para a guerra; gente matando gente. Hoje isso é mostrado amplamente nas TVs, ao vivo. A natureza dotou o planeta de riquezas que deveriam gerar benfeitorias para os povos, mas essas ficaram em poucas mãos que espalharam miséria e ignorância pelo mundo. O que acontece numa nação que entra em situação de guerra? O poder do governo aumentaria ao possibilitar ações arbitrárias? Medo e ódio se ampliam. Estão preparando a Terceira Guerra Mundial?

A pretensão da Venezuela sobre o rico território da Guiana seria mais um acontecimento envolvendo a humanidade no processo de transformações progressivas que estão ocorrendo na Terra? O ser humano não consegue entender e captar o significado amplo. As trevas estão exercendo forte influência, atraindo o mal, arrastando tudo para o abismo. As leis da Criação atuam. É preciso confiar na Divina Providência em sua tarefa de extirpar o mal para que os seres humanos, voltados para o bem, possam evoluir em paz seguindo a vontade Criadora da Luz.

Muito se fala sobre desigualdade. Aumentou a massa dos assalariados ou beneficiados com programas de renda, mas em contrapartida a renda pessoal vem caindo e o papel dinheiro perde valor. A riqueza se concentra. Os detentores de dinheiro grosso vão acumulando e assumindo os recursos naturais, que são a verdadeira riqueza colocada pelo planeta para favorecer o aprimoramento da espécie humana, mas falta conhecimento sobre o funcionamento da natureza e suas leis para conduzir o mundo material de forma construtiva para a continuada melhora das condições gerais de vida.

No Brasil, agrava-se a situação da segurança pública. É preciso muito cuidado, pois assaltos e roubos estão aumentando nas grandes cidades. O índice de homicídios avança. Famílias também são atacadas em suas residências. Recentemente, ocorreu uma situação traumática em que um bando armado pulou o muro de uma residência durante a madrugada, imobilizou o cachorro e esperou que os moradores acordassem para serem rendidos. Sabiam tudo: nomes, atividades, recursos. A segurança pública está fragilizada. Só podemos confiar na Luz e na Providência e ser vigilantes para alcançar proteção do Alto.

Queremos ser um país que tenha educação, que respeite e trate bem o meio ambiente, enfim tudo que é necessário para que um país seja um verdadeiro país, no sentido mais amplo. Precisamos de líderes que pensem com clareza e sabedoria, tendo como prioridade o progresso. Para isso precisamos oferecer às novas gerações o adequado preparo para que transformem o Brasil num maravilhoso e sonhado país de liberdade, com progresso espiritual, material, paz e alegria.

O ser humano é espírito em busca de evolução, mas estranhamente ousa negar essa realidade introduzindo decadência e miséria na face da Terra. Várias roupagens encobrem a cobiça daqueles que só querem conquistar riqueza e poder seja através da religião, ideologia, teorias econômicas etc. Há muitas religiões criadas pelo homem, mas a espiritualidade é uma só, subordinada às leis universais do Criador que, respeitadas, promovem o progresso em paz e alegria.

O que caracteriza o ser humano como personalidade individual é a intuição que deve ser levada em consideração para que suas ações não fiquem inteiramente subordinadas aos impulsos intelectivos, o que poderia torná-lo robô facilmente manipulável. Se os seres humanos e seus líderes tivessem o firme propósito de que a vida se destina ao aprimoramento, sem prepotência ou tirania, mas buscando o saber das leis da Criação, por certo teríamos evoluído em paz na Terra sob o império da boa vontade.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

CAPITALISMO, DINHEIRO, SOCIALISMO

O dinheiro se tornou o capital nas mãos daqueles que tinham a habilidade de fazê-lo engordar, tendo sido impulsionado pelas operações de empréstimos a juros, sendo os reis e príncipes os principais tomadores. Daí foi evoluindo para o comércio e produção de bens, absorvendo a mão de obra dos camponeses disponíveis.

Poder e dinheiro se tornaram o objetivo das pessoas que se aproveitam das possibilidades que o dinheiro oferece. Então os grandes empreendedores passaram a constituir as grandes empresas de comércio internacional cuja motivação e sintonização tinham como base aumentar o dinheiro e ampliar o seu poder. No rastro, surgiu a atividade bancária. O capitalismo, a civilização do dinheiro atua como estimulante para todas as atividades pessoais, empresariais e de governos, mas acabou gerando gargalos financeiros e abismos sociais.

A questão do dinheiro é basicamente simples, mas ficou complicada ao longo do tempo. Diziam que rico não entra no céu, mas esqueceram de dizer que no inferno também há muitos pobres. Necessitamos dos bens e do dinheiro; o problema é quando acumular dinheiro se torna a prioridade da vida, a grande cobiça, e nada mais interessa nem é respeitado.

Passaram-se séculos de continuada acumulação a ferro e fogo. Os empreendedores mais afortunados passaram a ter influência ampliada na condução dos negócios das nações e de sua população constituída de trabalhadores que deram a sua contribuição para a formar a riqueza, e também se tornaram a classe consumidora. Isso tudo ocorreu a despeito de uma frágil visão espiritualista que intuía a reencarnação, mas que almejava o poder na atual existência.

Surgiram conflitos. Surgiu o marxismo-leninismo, que incapaz de fazer frente ao sistema criado pelo capital, isto é, o dinheiro, desenvolveu uma teoria para a transformação social pregando justiça na remuneração do trabalho, moradia decente, saúde, educação. Para que esses objetivos fossem alcançados, imaginaram a supressão da propriedade privada, inclusive dos meios de produção, e para isso queriam remodelar a estrutura social formada pelos capitalistas no topo, próximos ao governo, e a população formada pelos trabalhadores em geral que também compunham a classe consumidora dos produtos essenciais e dos supérfluos. Uma ideia sedutora acolhida pela sofrida classe trabalhadora e pelas novas gerações.

Nesse cenário ocorrem os embates entre os adeptos dessas duas visões da vida. Não é preciso muito para perceber que a população em geral se acha espremida e manipulada por esses grupos que no fundo visam o próprio poder, influência e controle das riquezas. Esses embates provocam guerras, miséria, sofrimento e nada favorecem para a real evolução da espécie humana. Mas a Terra é o campo do desenvolvimento espiritual do ser humano, e isso deve ser a sintonização prioritária da humanidade.

O unilateralismo materialista está tomando conta do planeta. O corpo do homem é constituído de matéria inerte que é aquecida e vivificada pelo espírito permanente, que tem de buscar o saber das leis da Criação para atuar beneficiando, evoluir e se tornar verdadeiro ser humano, ou na indolência, um mero robô como já está acontecendo. No mundo material perecível tudo depende da natureza, a única que concede a verdadeira riqueza.

Há uma percepção geral de que o tempo para evoluir está acabando. Os freios éticos e morais estão deixando de funcionar, aumentando o perigo. Há conflitos, interesses, projetos de poder, mas também há os fios dos destinos que estão mais alvoroçados, fora do controle dos homens; são eles que trarão os desfechos justos para a humanidade. Impulsionados por nova força da Luz, os fios dos destinos dos seres humanos estão empurrando tudo para o limite crítico; surgirá uma época áspera e objetiva, será o ser ou não ser. Cada ser humano é responsável por si mesmo, por suas escolhas e seu futuro. Uma nova era de paz e boa vontade se acha em gestação.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

DECADÊNCIA OCIDENTAL OU MUNDIAL?

Há muitos fatos que atestam a decadência do ocidente que está perdendo espaço na luta pelo poder. Mas todo o nosso mundo se transformou no vale de lágrimas da decadência humana. É o mundo construído após a voz do espírito ter sido deixada de ser ouvida, assinalando a erosão dos valores espirituais, morais e culturais. Querem restabelecer a ordem à força, cortando a liberdade e a individualidade; mas sem o reconhecimento da realidade espiritual da vida o declínio não será detido. O ser humano nasce para evoluir e ser um beneficiador do mundo.

O final da sangrenta segunda guerra acenou com a promessa de paz, mas as cobiças dos homens permaneceram. O mundo vive a nova tragédia transformada em circo. A questão básica é que as nações possam gerar emprego, renda e condições gerais de vida satisfatórias sem se tornarem reféns das dívidas.

Com a globalização, o Brasil voltou a ser fornecedor de commodities e as condições de vida caíram no caos. Que o país não se transforme amanhã na caótica Argentina. Dá para evitar? Enquanto os EUA se defrontam com déficits extrapolando os limites de endividamento, a China ostenta volumosa reserva de mais de três trilhões de dólares como trunfo geopolítico.

O cenário econômico foi desbalanceado. Os povos deveriam ter equilíbrio em suas relações. As riquezas naturais ficaram concentradas quando deveriam ter permitido a melhora das condições gerais de vida. Veio o dinheiro em papel e com ele as bolsas que, antes de olharem para os investimentos, deixaram os ativos em continuada inflação que atraem aplicações especulativas. Os investimentos estão paralisados. O desequilíbrio vai agravar tendendo para a estagnação secular. Os Estados-nação endividados terão dificuldade para superar as pressões financeiras, de segurança, sanitária, alimentação e outras. Faltarão gestores a altura dos desafios. É essa a realidade a enfrentar.

Pessoas simples confiavam no dinheiro, mas em muitas oportunidades foram desapontadas vendo seu capital ser corroído por medidas que visavam sanear os abusos, os quais beneficiaram alguns. O dinheiro e o poder se tornaram a prioridade. A atividade sexual desenfreada se tornou o escapismo das massas aflitas com baixo poder aquisitivo. Agora há o cansaço, a superpopulação, a crescente necessidade de alimentos, a luta pelo domínio das riquezas naturais. O dinheiro controlado digitalmente em seus movimentos cria, na prática, a fase final do processo desenvolvido há dois séculos. Haverá ganhadores? Quem serão os perdedores?

O Brasil está criando o DREX, o dinheiro digital com nome estranho. O X já substituiu o engraçadinho pássaro do Twitter. Vamos buscar um nome melhor, pois o X não carrega boas impressões. Os Bancos Centrais, além de controlarem o dinheiro, vão controlar tudo que o cidadão comum fizer com ele? Democrático? Com pouco dinheiro o pessoal já está “Durex”.

Estamos enfrentando a grave questão da saúde psíquica e mental. No passado, os pais tinham tempo para dar esclarecimentos às crianças, mas hoje está difícil. Sem esperanças no mundo, sem uma base firme e propósitos de vida, os jovens vão decaindo, perdendo a fibra. São seres humanos que precisam se fortalecer e estarem aptos para enfrentar o futuro. Um drama de segurança pessoal e nacional.

São sintomas da decadência geral. Aumentam os crimes e outras ações maldosas, isso em grande parte decorre devido à falta de bom preparo para a vida. As mães e avós faziam isso, mas hoje as crianças ficam sujeitas ao que a escola ensina. Pelo visto pouco ensinaram. As pessoas estão ansiosas, sem paciência, sem bom senso, o que se reflete na forma de agir e de dirigir. Falta consideração e respeito às mínimas regras de boa convivência.

As novas gerações estão desaprendendo a fazer uso das palavras da língua mãe. Que pobreza de vocabulários! Que raciocínio confuso! Que pensamentos desordenados. E as continhas elementares, mal sabem somar algarismos representativos de dezenas. Que futuro terão esses jovens estudantes? Que tipo de cidadãos estão sendo formados? Que futuro terá a nação e o mundo?

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

AS NAÇÕES E AS DÍVIDAS

O Capitalismo funcionou bem nos Estados Unidos porque havia condições favoráveis para a fabricação e comercialização de produtos, o que gerava resultado e podia oferecer salários de bom nível aos trabalhadores e invejável padrão de vida. Nos demais países, sempre havia uma carência de capital e resultados. Isso gerou um descontentamento e ódio à riqueza, surgindo daí a atração por regimes socialistas; assim teve início uma divisão de classes sociais.

Com a transferência de muitas fábricas para a Ásia a situação foi se modificando e a renda dos trabalhadores declinou. Os empregos foram reduzidos e atualmente aqueles que oferecem melhores salários estão restritos às novas tecnologias. Isso está criando problemas econômicos e sociais, mormente agora em que a economia se ressente de inflação, elevação da taxa de juros e recessão.

A busca por mão de obra de menor custo concentrou a produção industrial na Ásia, onde a legislação trabalhista é bem flexível. A dependência decorrente disso alertou as autoridades ocidentais para a necessidade de desmembrar a produção para outras regiões, antes que pudesse surgir um novo tipo de imperialismo industrial.

Agora discute-se os prováveis riscos da dispersão da produção entre várias nações.  A situação tem semelhança com a difícil fase inicial da Revolução Industrial. Falta uma visão ampla de segurança nacional, de empregos e renda, e aprimoramento da espécie humana. Falta equilíbrio nas relações entre os povos e com a natureza.

Desde o tempo do casal real da França, Luiz XVI e Maria Antonieta, os déficits públicos se tornaram uma constante, com gastos supérfluos e sem foco no desperdício. Um rei e uma rainha têm por dever olhar para o povo, cuidar das condições de vida, elevar o potencial humano. Triste ver que isso não acontecia. A pobreza ficava do lado de fora e os reis não olhavam para ela. O rei não impunha controle nas contas do Estado que gastava muito em suntuosidades supérfluas, o que acabou conduzindo para a ruína.

Cortada a cabeça do casal real, veio o Estado Republicano, uma esperança; mas os governantes dos Estados se revelaram tão indiferentes à situação da população quanto os reis arrogantes, e os desmandos com dinheiro público só pioraram. O Estado se tornou o sorvedouro do excesso da liquidez financeira.

O Japão, nação de economia pujante, ostenta elevado índice de endividamento, equivalendo a US$ 9 trilhões, ou seja, a 230 % do PIB. Ainda bem que a taxa de juros está em 0%, qualquer elevação vai pesar. A dívida dos Estados Unidos também chegou ao teto e o Congresso negocia a elevação do mesmo para a máquina pública não emperrar. A riqueza real tem sua origem na natureza. O homem inventou o dinheiro e o transformou em ídolo. Criou-se uma teoria de pobreza, mas não sendo dominada pela riqueza ela é útil, por que desprezá-la?

A China, grande importador de commodities em geral e alimentos, informa que pela primeira vez em 60 anos a sua população caiu, com a taxa de natalidade nacional atingindo recorde de queda, correspondendo a 6,77 nascimentos por mil pessoas. A população do país, em 2022, estimada em 1,4 bilhão, teve uma redução de 850 mil em relação a 2021. Com as dificuldades em obter informações estatísticas sobre a China pergunta-se se o declínio teve algo a ver com a pandemia.

O século 20 foi trágico em termos de matança de militares e civis na primeira e segunda grande guerra. O que os humanos aprenderam? Sobra insensatez, falta flexibilidade. Atualmente a população da Rússia é de 50 milhões de pessoas, e a Ucrânia conta com menos de 50 milhões. O que pensam os dirigentes dessas nações e os da Otan? Está valendo a pena toda a matança? Por que ficam alimentando o conflito em vez de buscar apaziguamento?

Estamos presenciando acontecimentos nunca imaginados que pudessem ocorrer. Nunca se viu tantas mentiras, roubalheiras e indecência como atualmente, e a situação tende a piorar, pois nada mais é sagrado. A humanidade permanece estagnada devido às lutas pelo poder. No mundo todo, as nações contraíram elevada dívida social e financeira, pois não evoluíram tanto como era esperado para levar os povos à plena florescência espiritual e material.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

A CIVILIZAÇÃO DO DINHEIRO

A situação atual da humanidade no planeta Terra é realmente desanimadora e preocupante. Tudo se tornou áspero e pesado, tanto no que se refere a informativos e telenovelas até os filmes. Parece que o objetivo que está sendo perseguido é acabar com o coração, aquela qualidade que faz do ser humano um verdadeiro ser humano.

Muitas pessoas querem mandar e decidir, mas as condições gerais da economia se estreitaram. Há muitos farofeiros, mas está faltando o elementar: produção, renda e consumo. O desequilíbrio geral vem sendo armado desde os anos 1970, mas faltaram advertências econômicas e providências; a crise chegou.

O ser humano ainda não se tornou inteiramente capacitado para atuar na civilização do dinheiro, pois no afã de obtê-lo, cada vez em maior quantidade, entrou em decadência sem limites, deixando-se aviltar por ele. Como não houve esforços para alcançar uma forma de viver com mais naturalidade, o frio raciocínio econômico diz: se todas as pessoas tivessem muito dinheiro o abastecimento seria inviável. A sentença decretada tem sido deixar a maioria com pouco dinheiro na mão. –

Há uma frase especial de Paul P. Harris, fundador do Rotary Internacional: “Se o objetivo do homem fosse alcançar as coisas do espírito, antes de buscar os resultados materiais, as tormentas das adversidades não seriam temidas e a prosperidade teria um novo e permanente significado.” A realidade é que falta naturalidade nas ações dos seres humanos impedindo a volta como o filho pródigo que à casa torna.

Tudo está em transformação. A economia mundial tomou um rumo do desequilíbrio geral. Com toda a burocracia estagnada, os países não conseguem reencontrar o rumo perdido, e de forma velada vão surgindo ideias de pôr fim às liberdades, colocando tudo sob rígido controle, do dinheiro à saúde, ao filtro das informações; ninguém se locomoverá sem que esteja sendo registrado pelos sistemas de controle facial.

O ano 2021 chegou, algo benéfico precisa ser feito com urgência. O dinheiro está curto. O isolamento fez as pessoas reverem seus itens de consumo. O comércio perdeu quase 300 bilhões de reais de faturamento. O desemprego tende a aumentar. O dinheiro foi direcionado principalmente para alimentação fazendo os preços subir.

Não basta a vacina para fortalecer a imunidade contra a covid-19; é preciso que haja um despertar da alma adormecida com as lantejoulas do materialismo, para adquirir o brilho vivo do saber do significado da vida. A humanidade caminha com cegueira crescente sobre a finalidade da vida. Estamos adentrando numa fase crítica. O intelectualismo calculista e o materialismo estão próximos do auge, mas também do desmoronamento da construção sem alma.

No Brasil e no mundo há uma crise de confiabilidade exacerbada pelas lutas por poder. Há descrédito no autoritarismo, nas leis e no poder público e privado. As pessoas acabaram descrentes dos governantes e de tudo o mais, inclusive da religião. Erodiu-se o conceito do bem comum. É cada um para si. A vida espiritual da sociedade humana tende a zero, nada mais é sagrado, as pessoas querem o prazer momentâneo, custe o que custar. Tudo está sendo permitido, mas não há como fugir das consequências, nas quais já adentramos com toda a virulência, acarretando dramas e tragédias de toda espécie.

As sementes do querer e das ações dos seres humanos se acham como se estivessem numa estufa que agora impulsiona a colheita. Uma coisa acontece após a outra sem intervalo, e sem que toda a tecnologia possa atenuar ou retardar, pois se trata da atuação das leis naturais da Criação que foram postas de lado, mas não há como interromper a sua ação automática e incorruptível.

Os alunos precisam visualizar adequados modelos de comportamento, até que, com seu próprio discernimento, assumam as atitudes que julgarem mais apropriadas. Eis aí a grande importância dos professores sábios: eles devem ser capazes de mostrar a sua humanidade através das atitudes, pois máquinas para ensinar e entreter as crianças já existem aos montes. Ao lado dos computadores, a presença do professor é indispensável, pois é sempre útil observar as pegadas de quem abriu os caminhos do saber. Os dedicados professores merecem todo respeito e justa retribuição; quando isso falta, as novas gerações são prejudicadas e a nação se enfraquece.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

VIDA AUTÊNTICA

O mal-estar da civilização avança pelo mundo, da Europa à China, do Canadá ao Chile. Qual é a origem? Facilmente as pessoas encontram justificativas para explicar a miséria, a precarização e o sentimento generalizado de insatisfação. Capitalismo, comunismo, neoliberalismo, são rótulos, mas por trás está o ser humano e sua despreocupação em causar danos ao próximo para satisfazer a própria cobiça.

Para entender os problemas que afligem o mundo é preciso buscar as causas espirituais. O ser humano se entregou ao materialismo e para isso teve que sufocar a espiritualidade, mas o mundo material criado pelo intelecto é frio e áspero, rouba energia, enfraquece e acarreta doenças.A depressão se tornou a grande epidemia que mostra os seus efeitos no cérebro, porém mais do que doença mental, é uma doença da alma.

Os seres humanos estão perdendo a naturalidade agindo de forma performática como se estivessem representando um papel aparentando ser o que não são. O problema é que não sabemos mais qual é a finalidade da existência nesta Terra em que tudo foi preparado pela natureza para uma vida de trabalho e progresso. Mas o ser humano quis dominar tudo, esquecendo que sua vida é uma passagem; quer comer, beber, se divertir, quer tirar o máximo proveito de tudo e sempre obter ganhos e, com isso, fez da vida, que deveria ser bela, um inferno na Terra.

Bebida, exibicionismo, sexualidade embrutecida, maconha e outras drogas. Ricos e pobres pouco pensam na seriedade da vida e vão gerando filhos que mantêm essa conduta da mesma forma errada. Poucos se ocupam em como poderiam melhorar as condições de vida tornando-a mais bela.

A insatisfação e a desesperança levam ao medo; este ao ódio, e este abre as portas para as “fúrias” – as constelações de sentimentos e pensamentos de revolta e vingança que se opõem às “benévolas” – as formas que visam a paz e a harmonia. É dolorido observar a realidade e a prevalência dos interesses de políticos e grupos que querem levar vantagens, enquanto as cidades ficaram abandonadas. Mas a situação ficou ainda pior, pois todos os efeitos negativos de gestões asquerosas estão em cena, ampliando a insatisfação e abrindo espaço para as fúrias e seus ataques.

Em muitas organizações, públicas ou privadas, evita-se indicar pessoas ativas e competentes que queiram concertar o que está errado para o bem geral. Ao contrário, escolhem pessoas mornas, sem muito empenho, dóceis, de intuição fraca, e que não representam uma ameaça para a preservação do poder na mão dos dirigentes interesseiros.

Uma nova ética deverá ser alcançada com o reconhecimento das responsabilidades individuais de não causar danos a outros para satisfazer a própria cobiça, e que leve ao reconhecimento das responsabilidades individuais para que o homem deixe de ser o lobo do homem.

A partir dos anos 1980, após a concentração financeira global e a centralização da produção industrial na Ásia com o consumo globalizado no ocidente, verificou-se no planeta a implantação do maior desequilíbrio econômico jamais existente com o avanço do desemprego, queda na renda e aumento da precarização. As nações perderam o pouco que mantinham de autossuficiência e se tornaram extremamente dependentes.

Com a crise econômica e seus efeitos que a tudo atingem, e devido ao declínio civilizatório, aumentam as ansiedades e depressões. As novas gerações não estão recebendo o adequado preparo para a vida, o que se agrava com a falta de responsabilidade de homens e mulheres na geração e preparo dos filhos. A decadência está penetrando também por meio da falsa cultura, uso de drogas, artistas que defendem uma vida desregrada e promíscua, desvalorizando a mulher, a mãe, e que zombam da beleza genuína.

A situação atual do planeta atesta a incompetência administrativa e o despreparo geral. Os jovens precisam conhecer a trajetória espiritual da humanidade com seus erros e acertos. A prioridade para fortalecer as novas gerações e o país está no bom preparo para a vida. As crianças devem, desde cedo, entender que sem educação e consideração não conseguirão progredir na direção de seres humanos de valor, espiritualmente fortes e responsáveis, benéficos a si mesmos e ao planeta. Para formar gerações fortes e sadias de corpo e alma, a prioridade básica está no bom preparo para o viver autêntico.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

AS GOLPISTAS

A respeito do filme “As golpistas”, que conta a história de um grupo de dançarinas de strip-tease que se unem para aplicar golpes em seus clientes – executivos de Wall Street – o que se poderia dizer? Para Destiny (Constance Wu) e sua “mentora” pessoal e profissional, Ramona (Jennifer Lopez), “o mundo é uma boate de striptease”, e na realidade é isso mesmo que está acontecendo, acabando com o pouco de dignidade humana. As mulheres tiram a roupa e mostram seu corpo, embrutecendo os homens. Na vida real, os homens tiram a máscara e mostram a sua hipocrisia e vileza para atender à própria cobiça. Uma meleca que muitos não conseguiram ver por inteiro, retirando-se da sala, desapontados.

Modernismo não é a pregação da libertinagem e comportamento desenfreado. O século 21 apresenta as incoerências da civilização materialista que forjou a economia da cobiça, do acúmulo e controle do dinheiro, que se sobrepõe às ideologias de direita e esquerda, colocando o dinheiro acima de tudo o mais, provocando aumento da miséria e precarização geral. Nesta Terra desolada e cercada de asperezas, uma sensação de tristeza invade os corações.

Falta um sentido elevado e a espontânea alegria de viver. As massas estão confusas, envolvidas por um sentimento de frustração diante das crescentes dificuldades e da enxurrada de informações contraditórias. Estamos enfrentando um grande declínio civilizatório que traz a marca da crise econômica com seus efeitos que a tudo atinge. Uma crise civilizatória avança pelo mundo, nitidamente visível no Brasil devido à falta de adequado preparo para a vida, que se agrava com a falta de responsabilidade de homens e mulheres na geração e preparo dos filhos. A decadência está penetrando também pela falsa cultura, uso de drogas, intelectuais que insistem em justificar a destruição, artistas que defendem uma vida desregrada e promíscua desvalorizando a mulher, a mãe, e que zombam da beleza genuína.

CIVILIZAÇÃO EM MARCHA RÉ

Estamos enfrentando um grande declínio civilizatório que traz a marca da crise econômica com seus efeitos que a tudo atinge. Uma crise civilizatória mundial, nitidamente visível no Brasil devido à falta de adequado preparo para a vida, que se agrava com a falta de responsabilidade de homens e mulheres na geração e preparo dos filhos. A decadência está penetrando também pela falsa cultura, uso de drogas, intelectuais que insistem em justificar a destruição, artistas que defendem uma vida desregrada e promíscua desvalorizando a mulher, a mãe, e que zombam da beleza genuína.

O Neoliberalismo comprometeu a cultura e as individualidades. Nos regimes de Estado forte ocorreu o mesmo com sufocamento das individualidades, embora tenha havido alguma trava no avanço da libertinagem e declínio da moralidade. A causa essencial dessa decadência não está nos sistemas, mas sim na humanidade que os criou com as imperfeições decorrentes de não terem se orientado pela naturalidade da Criação, e sim pelas teorias engendradas pelo cérebro humano, divorciado das leis naturais da Criação.

A ecologia deveria convergir para o estudo da natureza e suas leis para que os homens, em suas atividades, não criassem com o seu lamentável imediatismo o caos nos continentes e nos oceanos como ocorreu no grande mar de lixo que se formou no Caribe, mostrado na reportagem da BBC. Isso é consequência da falta de planejamento e do divórcio da humanidade com as leis da natureza da Criação.

Pesquisadores como Daniel Goleman já perceberam que não basta ter cultura e bom raciocínio; é preciso lucidez, inteligência emocional, intuição, vivências; sem isso não é possível ser bom estadista, contornar as insatisfações gerais e gerar progresso. Macri descuidou-se e está colhendo o resultado. É preciso que a equipe do governo tenha o mesmo objetivo visando o bem geral do país que deve estar acima dos interesses particulares e das vaidades pessoais.

A globalização, por sua vez, colocou em confronto direto as economias capitalistas de livre mercado com o capitalismo gerido pelo Estado forte afetando toda a estrutura de produção e salários. Esse fato somado ao açambarcamento das riquezas da natureza por uma minoria gerou o agravamento da desigualdade como em nenhuma outra época. Produzir é o que gera atividades, empregos, renda, circulação de dinheiro. Mas o capitalismo de livre mercado foi buscar a mão de obra mais barata do capitalismo de Estado com câmbio administrado, e no Brasil deu a confusão agravada pela corrupção.

A intervenção dos burocratas do Estado na economia sempre acarreta consequências negativas para o futuro. Como reativar a economia na atual matriz produtiva global desequilibrada? Os incentivos ao consumo que o governo tenta pôr em prática, acabam transferindo empregos e divisas para os países que fabricam produtos industrializados, sem impulsionar as indústrias locais, que foram detonadas pela abertura comercial desordenada, juros elevados, câmbio valorizado. O desequilíbrio na produção, nas contas públicas e na dívida explosiva têm de ser equacionados ou a tendência de precarização geral permanecerá em curso.

Há elevada liquidez no mercado global e muitas indagações. O que impulsiona os juros para baixo se em geral os detentores de dinheiro querem renda? Se os juros tendem a zero, qual será o movimento do dinheiro? Imóveis, Bolsas, ou o que? Há risco de os ativos escaparem da realidade indo para o alto, ao contrário dos juros? As pessoas que possuem dinheiro consumirão mais? Os governos tomarão mais empréstimos?

O Brasil enfrenta as consequências da abertura comercial atabalhoada, da política de juros elevados, educação em declínio e expansão do uso de drogas, resultando na desvalorização dos ativos, valorização do real, importação de tudo, desindustrialização, perda de empregos e renda. A desigualdade nunca foi enfrentada desde 1889. O que poderemos fazer para educar melhor, produzir mais, progredir de fato?

Temos de sair da estagnação. A desfaçatez tomou conta do país e a decadência se infiltrou. Poucos querem enxergar a triste realidade. Desvia-se a atenção do caos deixando o barco afundando. A perda da idoneidade no setor público e na humanidade em geral é um fato inegável, arruinando países em suas contas e na ampliação da degradação moral e material. Em décadas de irresponsabilidades e paliativos, a reparação está difícil e há risco de volta da balbúrdia.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A DECADÊNCIA DA CIVILIZAÇÃO DEMOCRÁTICA

O que mais afeta as democracias é que elas não estão proporcionando os frutos esperados pela população. Mesmo países que tinham conquistado altos níveis na educação e saúde, com setor privado diversificado, estão sendo submetidos à tendência de precarização geral e consequente aumento de insatisfação, abrindo espaço ao autoritarismo como alternativa de populações desesperançadas e jovens sem ocupação. As democracias permitiram a displicência da classe política e a liberdade está ameaçada.

No Brasil, prefeitos e governantes precisam saber que há auditoria séria sobre os gastos do dinheiro público. E lá foram os prefeitos ceder as praças para orgias desenfreadas no carnaval de rua, sem oferecer estrutura nem quantidade suficiente de sanitários. As garotas iam nas praças e se abaixavam para esvaziar a bexiga, depois voltavam para a festa das ruas.

Com tantas coisas por fazer, falta imaginação a esses prefeitos e governadores para encontrar atividades remuneradas para esses jovens temerosos do futuro, os quais têm de alcançar melhor aproveitamento das instalações das escolas e de professores colocados à sua disposição.

Nas repúblicas tudo ficou tão contaminado pelas articulações que os globalistas querem mudanças no jeito de administrar os estados. Diz-se que o anormal é quando não há corrupção nos gastos e investimentos públicos. Há muitos interesses. Quando a situação aperta, as elites no poder tentam uma união para algum propósito, mas falta uma união sincera visando a melhora das condições gerais de vida no Planeta Terra.

Incêndio na Catedral de Notre-Dame, seria mais um golpe do destino? Ou o quê? Conseguiremos conhecer as causas desse acontecimento dramático no coração da Europa? O ano de 2019 tem sido denso na ocorrência de eventos fora da rotina. Os problemas se avolumam pelo mundo. Governantes, empresários e população devem acalmar os ânimos e buscar soluções com serenidade.

O poder caminha ao lado do dinheiro e este se aninha nas entranhas dos BCs e junto a quem os comandam. Há atividade de produção, emprego e consumo, mas também há as operações especulativas, jogos de apostas e oportunidades de ganhos sem que se produza um alfinete. Mesmo que os governantes parassem de gastar o que não tem, criando dinheiro ou tomando empréstimos, o dinheiro vai crescendo separadamente da economia real ao ser criado pelos BCs ou por bancos privados através do crédito que muitas vezes não é destinado à produção de bens, e fatalmente se depreciará. Já se fala na necessidade de reformas do sistema capitalista.

O comportamento se mecaniza. As pessoas têm de se movimentar para não perder a individualidade e o raciocínio lúcido. A humanidade se acomodou afastando-se do significado da vida e vai perdendo o sentido. As teorias economias continuam as mesmas, os tempos mudaram. Em muitos países a desindustrialização está acarretando redução de produção e mudanças na estrutura de empregos e salários. Há total descoordenação das atividades humanas. A natureza ofereceu os recursos, mas os controladores do dinheiro se sobrepuseram.

O mundo tem de encontrar uma forma de equilibrar a crescente desigualdade na distribuição da renda. De que vale ao país ser rico em recursos naturais, mas ostentar grande miséria geral? A desigualdade e precarização global tem a ver com a partilha das riquezas naturais, que exploradas de forma imediatista deixam um rastro de destruição, mas face à conivência governamental a maior parte geralmente fica lá fora beneficiando outros.

O Brasil ficou cheio de dívidas, do poder público, de empresas e pessoas. Os números de fevereiro confirmaram que a paradeira na economia está forte, a agravada com a crise global. Com a herança da dívida, o governo está amarrado, e não se sabe como aumentar a produção e empregos. No governo Dilma, ocorreu elevado carregamento de juros e perdas em swap cambial. É preciso encontrar os meios adequados para reverter essa recessão.

Há algo sinistro na civilização humana. Todas as criaturas são vivificadas pela energia do Criador, mas os homens agem egoisticamente como se não fossem seres humanos. Muitas coisas no relacionamento humano poderiam ser bem diferentes. A época é difícil porque de todos os lados surgem informações negativas, alarmistas. Falta transparência; névoas escuras de interesses se antepõem à verdade. Há muitas coisas confusas sem explicação. Faltam propósitos enobrecedores, a generosidade e a bondade espiritual.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O FUTURO E OS EMPREGOS

Por que estamos diante de democracia desarranjada no Brasil e em outros lugares? No Brasil houve muitos abusos; o drama não está na democracia, no capitalismo, ou na igreja, mas no ser humano e no seu modo de ser que progressivamente se afastou das boas influências da alma, tendo como leme apenas o corpo e as vísceras. E o que se poderia esperar disso? Um mundo hostil e perigoso, que não sabe para onde vai, uma Babilônia onde ninguém se entende.

A sina do Brasil, desde tempos dos ciclos do ouro, açúcar, café, tem sido o menosprezo com a renda da população obreira. A riqueza não recirculava, indo, em grande parte, para o exterior. Assim, o mercado interno não evoluiu, nem a indústria, nem a educação. Hoje continuamos com dificuldades. Poucos produtos ostentam o “made in Brasil”; há desemprego, baixo consumo, escola deficiente, desânimo. Ocorreram, por séculos, e na República também, por políticas econômicas inadequadas, déficits e endividamento. Faltava vontade forte da classe política de se dedicar seriamente ao país. Que não ajude se assim o ditar a sua falta de patriotismo, mas que também não atrapalhe. Quem sabe poderemos sair da lama.

Nos descaminhos trilhados pela humanidade, coisas ruins aconteceram. Falsos líderes deixaram que faltasse comida e que a insatisfação aumentasse para dirigir o futuro. Mas o futuro não é arbitrário, sempre traz a colheita do que foi semeado no passado. A humanidade inteira entra numa fase de colheita acelerada. Quem tiver lançado boas sementes não tem o que temer, isso é decorrente das leis da natureza, tão mal estudadas por homens que se julgavam aptos a estabelecer as próprias leis para o mundo – caro engano que logo se evidenciará.

É preciso que a população e as autoridades queiram formar gerações fortes, com discernimento, aptas a conduzir a própria vida. Viver, aprender e fazer bem feito exige paciência e perseverança, atributos que os seres humanos estão deixando escapar. A escola e a família têm a responsabilidade de gerar e formar seres humanos fortes, de qualidade, que respeitem as leis da natureza. A atividade sexual faz parte da natureza, mas foi reprimida por séculos até explodir no extremo oposto da libertinagem e irresponsabilidade. É necessário eliminar a gravidez precoce de adolescentes ainda não prontas. Evidentemente as crianças terão de aprender, de forma adequada, como é a reprodução, mas também a responsabilidade de gerar filhos. Mas o que está por aí é o descalabro moral.

Mitigar a intervenção do Estado na economia é importante, assim como despertar a economia brasileira adormecida em berço importado. Estamos adentrando numa fase complexa da civilização com o propalado fim dos empregos e apagão mental pela pouca disposição de viver e aprender continuadamente. Os avanços tecnológicos e a indústria 4.0 têm de ser acompanhados por evoluções na qualidade humana. Não podemos decair aos tempos da Revolução Industrial em que as pessoas trabalhavam 14 horas por dia para ter pão.

O Brasil reduziu a produção e a educação, e aumentou a dívida. Em lojas de qualquer ramo há poucos produtos fabricados no Brasil. Isso significa que as engrenagens da produção e circulação da renda ficaram emperradas. Sem produção não se vai a lugar nenhum e tudo o mais é supérfluo. Países que prosperaram tiveram a produção de bens como base, mas como conseguiram isso: com mercado interno, câmbio, impostos, concorrência com importados, que são os fatores que requerem ajustamento coordenado.

Em 1996, o escritor norte-americano Jeremy Rifkin já anunciava que as inovações tecnológicas modificariam profundamente a civilização no século 21. E, de fato, o processo está em andamento, mas algo que ele não mencionou foi o apagão mental. Grande parte da população é pouco letrada e possui dificuldade para ler e escrever. O homem se tem afastado do seu eu interior, a garantia do bom senso, mas permitiu que seu cérebro passasse a agir sem acolher as boas influências provenientes da alma, passando a praticar atos inesperados. Rifkin deixou em aberto a grande questão da humanidade alertando que o fim dos empregos pode constituir o colapso da civilização como a conhecemos, ou assinalar os primórdios de uma grande transformação social e um renascimento do espírito humano.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7