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OS JOVENS E O DINHEIRO

O dinheiro deve ser gerido em sua criação e distribuição com toda seriedade. Embora não tenha valor intrínseco, o dinheiro é um fator muito cobiçado e propiciador de riqueza, poder e manobras especulativas pelo mundo O Brasil nem sempre fez isso, enganando o povo, favorecendo a especulação. A inflação é o assunto do momento diante da perda do valor de compra do dinheiro – algo criado pelo homem em meio a uma realidade que ele não controla e por isso mesmo pode se tornar um complicador em vez de auxiliador, e até agora não se conhece a fórmula para dar a ele feições humanas de paz e progresso. Em vez disso, muitas vezes provoca guerra.

A decisão do governo Nixon, em 1971, de acabar com a paridade ouro-dólar estabelecida em Breton Woods causou um espanto nas finanças mundiais, deixando a moeda norte-americana em baixa. Mas o acordo firmado em 1973 com a Arábia Saudita, de só exportar petróleo para pagamento em dólares, criou forte procura por essa moeda para pagamento das importações, o que foi ampliado com a alta do preço do petróleo, provocando aumento na criação de dólares pelo FED, ou seja, a liquidez foi engrossando até se manifestar num processo inflacionário que, a partir dos EUA, atingiu o mundo.

Para debelar o surto inflacionário, Paul Volcker assumiu o comando do FED e lascou taxa de juros a 21%, restabelecendo a valorização do dólar, repercutindo gravemente nos países devedores, inclusive o Brasil, cuja espiral inflacionária foi às nuvens, a ainda hoje o país arca com as consequências econômicas e sociais como o atraso e a precarização.

Trabalho é muito importante na vida. O Brasil reage dentro das possibilidades. Os empregos perderam qualidade; falta preparo para a mão de obra e as condições gerais do presente são resultados do futuro mal orientado no passado. O salário mais usual varia entre o equivalente a 250 e 550 dólares, como ocorre nos países atrasados. O Brasil vem decaindo há mais de 30 anos. O plano real dissimulou a crise que estava sendo gerada, adotando a política de valorizar o real para que os importados tivessem preço baixo, o que se constituiu numa grande ilusão que cegou a população.

E novamente o FED se vê diante da necessidade de elevar os juros para combater a inflação e fortalecer o dólar; no entanto, os devedores vão penar. Também não será fácil para países que atraem dólares via taxa de juros, pois a tendência será de fuga. Jerome Powell, diretor do FED, mantém o ritmo de alta dos juros aprovando mais 0,75% de aumento. O dólar forte é um lance desfavorável para a China pelo aumento do preço dos importados.

Os brasileiros da “pátria amada” são resilientes. Os shoppings mais populares estão recebendo bom público; o almoço passou a ser por quilo em vez de a la carte e o atacarejo, com produtos de preços menores, se transformou na opção para abastecer o lar, mas há outras importantes questões para serem solucionadas.

O bom preparo das novas gerações é essencial para o aprimoramento da humanidade. Foram cometidas muitas impropriedades. Os jovens eram motivados para formarem suas famílias, trabalhar e evoluir, buscando a compreensão do significado da vida, e conseguiam refletir de forma intuitiva em propósitos enobrecedores. Isso era uma vez; hoje estão desiludidos com a civilização do dinheiro, descrentes, desesperançados, desmotivados, sem saber o que fazer da vida. Ao longo das décadas, perderam o contato com a alma, que se tornou indolente enfraquecendo a força intuitiva, passando o comando ao intelecto altamente sujeito a influências externas. E isso é um fenômeno mundial.

Em vez de ficar se lamentando, cada indivíduo tem o sagrado dever de contribuir para a construção um mundo melhor. Para isso, tem de se esforçar para compreender as leis divinas da Criação. “Até agora, entretanto, o ser humano ainda não se empenhou direito em compreender a vontade de Deus, em encontrá-la; pelo contrário, tem anteposto sempre a vontade humana, exclusivamente! Vontade essa que se originou dele próprio, como corporificação dos desejos humanos e do instinto de autoconservação, o que está em desacordo com as automáticas vibrações ascendentes de todas as leis primordiais da Criação!” (Mensagem do Graal, Abdruschin, Uma Nova Lei).

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

 

A TAREFA DO SER HUMANO

Qual é a nossa tarefa neste maravilhoso planeta que agora apresenta mostras de estresse e dificuldades para se autorregenerar diante de tantas ações destrutivas praticadas pelos humanos? Deixamos de estudar as leis da natureza que são permanentes e atuam em todo o universo. Passamos a criar leis estúpidas para satisfação do ego. Não fortalecemos a consciência.

É muito importante examinar e compreender como chegamos a atual situação de caos. Enfim, a escola do presente e do futuro tem de formar seres humanos aptos e dispostos a examinar os fatos objetivamente, sem preconceitos, sem dogmas nem misticismos. Percebendo que a construção de um futuro melhor depende de nossa atuação em conformidade com as leis da Criação, não cumprir essa tarefa é ir contra a vida.

As novas gerações precisam saber que temos responsabilidade pela nossa atuação. Por que encher a cabeça das crianças com coisas inúteis? Desde cedo as crianças têm de ser disciplinadas, aprender a viver e a conviver de forma construtiva e a respeitar a lei do equilíbrio, retribuindo o que recebem, em vez de ficarem exigindo tudo sem esforço próprio. Muitos jovens começam a perceber que há algo muito importante para ser vivenciado. A eles pertence o futuro. Necessitam adquirir o movimento certo para uma forma de vida sadia e alegre, despertos e motivados para alcançar a melhora nas condições gerais de vida, buscando a evolução integral. A população também tem de fazer parte dessa onda do bem.

Os seres humanos querem dominar a natureza, mas desconhecem as leis lógicas e coerentes que a regem e cujo estudo é essencial para todos e para as novas gerações, mas não se sabe por que as escolas não se dispõem a levar isso aos estudantes. A época é de dificuldades e as cobiças caminham na frente. As pessoas estão se perdendo pela falta de propósitos, ansiando por novo modo de vida menos desgastante, com mais alegria, que não destrua a natureza e que propicie a evolução real.

A população em geral e as organizações de serviços à comunidade têm de abrir os olhos e ver quantas mazelas podem ser evitadas com um pouco de esforço em grupo, envolvendo-se na vida da comunidade onde vive, agindo e apresentando sugestões de melhoras ao poder público. Precisamos que as elites e a população em geral pensem e ajam para o bem geral, para a melhora da qualidade humana e de vida.

Se tivesse havido maior cuidado com o Brasil no século passado, a situação seria bem melhor. No passado, não construímos um futuro decente e, no século 21, o futuro se mostra comprometido. Especuladores e corruptos se beneficiam. Há o despreparo das novas gerações, pessimismo, indolência, tudo comprometendo o futuro. Temos de colocar o Brasil nos trilhos do progresso.

A displicência com o dinheiro e as finanças acabou repercutindo na economia real. A simples escassez de itens essenciais e o excesso de liquidez criada fizeram o resto, mas se de um lado a inflação corrói o dinheiro, de outro, muitos ativos perdem valor. Como restabelecer o equilíbrio?

Com amor, o Criador concedeu aos seres humanos o planeta Terra como hospedagem temporária para o seu desenvolvimento. O rebelde contra o Amor Divino se opôs e passou a influenciar os seres humanos através do cérebro intelectivo, visando manter inativo o espírito encarnado. Os povos deveriam viver de forma autônoma tendo como denominador as leis da Criação, mas em sua vaidade os homens quiseram impor a própria lei criada na oficina do cérebro sem a participação do espírito, e em todos os sistemas de vida, tudo tendeu à ruína.

Os seres humanos não se esforçaram para fortalecer a própria consciência e com isso perderam o discernimento e o bom senso intuitivo. Agora, em meio ao caos, surgem informações de que seria implantada uma nova forma de viver na qual as máquinas inteligentes controlariam tudo, impondo sobre o querer individual rígidas normas de vida. Mas a reação das leis divinas da Criação, em sua automática atuação, trará a cada ser humano os frutos de suas ações voltadas para o bem, ou mal. Leia mais sobre esse tema no livro Mensagem do Graal, de Abdruschin.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

A SIMPLICIDADE DA MENSAGEM DO GRAAL

A fase atual é crítica como nenhuma outra para a psique humana, sempre habituada a ter uma visão mais definida do futuro, mas a partir da instabilidade criada no enfrentamento da pandemia e contágios, o futuro se tornou incerto, difícil de ser previsto, gerando inquietação e temores. É como se o solo estivesse acidentado, dificultando a movimentação, obrigando as pessoas a se manterem paradas aguardando o que vem pela frente.

A humanidade está cega quanto ao futuro imediato e distante. O que vai acontecer amanhã é a grande questão que tira o sossego de pobres e ricos, de empresários e empregados. No poder, a instabilidade é geral e os incumbidos da administração pública vão tateando inseguros. Estamos no século em que tudo se acelera e nada fica oculto. É preciso enfrentar a realidade, mas também incentivar a sincera vontade de renovar tudo que esteja em desacordo com as leis naturais da Criação.

As pessoas, em geral, foram induzidas a crer que estudar a origem da Criação e da vida é coisa muito difícil e que não vale a pena perder tempo com isso. Ao desconhecimento do passado, a origem, juntam-se as incertezas quanto ao futuro, as transformações universais em andamento. Mas será que estudar o significado e origem da vida é difícil mesmo ou é apenas uma questão de força de vontade?

O conhecimento humano tem sido envolvido com palavras difíceis e explicações complicadas que só os grupos específicos conseguem entender. Por isso já disse João (8.32) discípulo de Jesus: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”. Jesus explicou, para os seres humanos daquela época, o significado da vida e da Criação com palavras simples, sempre comparando os acontecimentos gerais com a natureza.

O espírito humano é como semente que precisa da Terra para se desenvolver e, dotado de livre resolução, terá de colher tudo o que semear. Há um processo de desumanização, pois a nossa espécie não deu atenção ao aprimoramento como requerem as leis da natureza. Há uma nova linguagem para a Palavra de Jesus contida na obra Na Luz da Verdade Mensagem do Graal, de Abdruschin. São os mesmos esclarecimentos dados por Jesus, também com palavras simples, porém adequado ao linguajar atual e ao estágio do desenvolvimento cerebral dos seres humanos.

Trata-se de um livro especial, que desvenda a Criação com toda a naturalidade e obriga o leitor a analisar e refletir, mas é plenamente acessível a todo ser humano que se esforçar para compreender direito a Palavra do Senhor.
https://www.graal.org.br/blogs/o-vaga-lume/livrete-na-luz-da-verdade-mensagem-do-graal-de-abdruschin

Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

CÉREBRO E CEREBELO

Todos nós temos dois cérebros, o grande e o pequeno, também denominados respectivamente frontal e posterior, ou cérebro e cerebelo. Conforme esclarece Abdruschin, no livro Na Luz da Verdade, também conhecido como Mensagem do Graal, o cerebelo é o cérebro da intuição. Recebe os lampejos intuitivos e pelas ligações internas os envia para o cérebro frontal, o do raciocínio ou intelecto, que recebe a informação e a ajusta às condições gerais da vida. O cerebelo também tem a capacitação da reflexão intuitiva que vai além da análise feita com o raciocínio. Se o ser humano cultivar a pureza, sua intuição se tornará mais clara e firme, dando mais força à sua vontade interior na condução das ações.

Mas se o ser humano tiver força de vontade preguiçosa, o raciocínio vai tomando conta para assumir o controle, impedindo que a intuição se manifeste e conduza. O cérebro do raciocínio é um mecanismo susceptível a manipulações e vem sendo estudado por psicólogos e outros cientistas, desde Charles Darwin, que percebeu que o ser humano, assim como os animais instintivos, se deixa levar pela imitação e associação de ideias.

Os intelectivos só acreditam nas coisas materiais e no raciocínio que silenciou a intuição. Hoje em dia a manipulação da mente dos seres humanos, através do raciocínio, se tornou uma arma poderosa com a utilização das novas tecnologias associadas à psicologia das massas que teve impulso no século 20 com o advento do rádio e do cinema. Com isso, muitos hábitos intuitivos, nobres e sadios, foram substituídos por outros, introduzidos na mente através do cérebro do raciocínio para subordiná-la a interesses externos que vão subjugando o ser humano que acaba abdicando de suas capacitações e individualidades para agir de forma enrijecida como máquina sem flexibilidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A ENCRUZILHADA

“O livre-arbítrio! É algo diante do que até mesmo seres humanos eminentes se detêm pensativamente, porque havendo responsabilidade, segundo as leis da justiça, também deve haver incondicionalmente uma possibilidade de livre resolução.” – Abdruschin, Na Luz da Verdade

Diante de uma encruzilhada, que oferece várias direções, ficamos parados. Parados e pensativos: Qual caminho percorrer? O próximo passo nos levará a certas paisagens, experiências e também às consequências decorrentes do percurso escolhido.

A imagem da encruzilhada é comumente usada como metáfora para um ponto crítico na vida, um cruzamento de caminhos em que é preciso tomar uma decisão. É um encontro com o desconhecido, e esse senhor nos intimida. Mas uma encruzilhada pode também simbolizar esperança, uma nova possibilidade de escolher um caminho bom. “Que suas escolhas reflitam suas esperanças, não seus medos”, dizia o estadista Nelson Mandela.

Diante dos diferentes caminhos, muitos se questionam: O que nos impulsiona a enveredar por uma rota específica? Existe o livre-arbítrio? Qual a sua relevância, se consideradas variáveis como a genética, o destino, o carma e, ainda, os experimentos da neurociência? Pressionado adicionalmente pelo materialismo, pelas artimanhas de todo tipo de marketing e pelas avançadas tecnologias que pretendem determinar impulsos de compra e opiniões, o livre-arbítrio parece bem tolhido no tempo presente.

Podemos tomar como premissa que uma parte das questões que nos afetam no presente já tenha sido determinada por nossa livre vontade em épocas passadas e agora consiste em destino ou carma. Podemos assumir também que somos influenciáveis em muitos aspectos.

Mas, por baixo das camadas materiais, há algo que pulsa no âmago de cada ser humano. Um anseio que, por vezes, brota antes da consciência e pode ir, inclusive, contra sua própria racionalidade. Em situações inusitadas ou exigentes, podemos reagir de formas diferentes daquelas que imaginávamos e chegamos a ficar surpresos com nossa própria maneira de ser. Somos indivíduos.

Talvez só seja possível admitir a existência do livre-arbítrio ao constatar que o ser humano é algo mais do que matéria: “O livre-arbítrio, que sozinho atua tão incisivamente na verdadeira vida, de modo que se estende para longe no mundo do Além, que imprime seu cunho à alma, sendo capaz de moldá-la, é de espécie totalmente diferente. Muito maior para ser tão terrenal. Por isso não está em nenhuma ligação com o corpo terreno de matéria grosseira, portanto, nem com o cérebro. Encontra-se exclusivamente no próprio espírito, na alma do ser humano”, escreve Abdruschin em Na Luz da Verdade.

Atualmente, escutar o livre-arbítrio não é processo instantâneo e nem fácil. Um tanto sufocado por conta de uma longa história de cultivos materiais em detrimento de aprofundado trabalho interior, o arbítrio talvez não esteja tão livre quanto seria desejado. Mas isso não significa que absolutamente tudo seja predeterminado e que somos apenas previsíveis fazedores de coisas.

Questionar-se sobre o alcance do próprio livre-arbítrio é o começo para instigar a forma individual e particular de se expressar e de fazer escolhas. O que nos limita? Correntes criadas por nós mesmos e outras que nos amarram aos outros? Carência e necessidade de aprovação? Imersão demasiada em grupos e na família, causando quase uma dissolução do “eu”? A soberania que ofertamos a um prazer cotidiano até que ele cresça senhor de nós?

Exercer a livre decisão é resgatar uma parcela de liberdade e de responsabilidade para si, cultivando a autonomia. Para tanto é preciso religar as conexões com a voz que vem de dentro. Escutar a voz da alma e libertar o que oprime, oferecendo voo às asas. Cada um como ser único, singular, capaz de frutificar em cada nova encruzilhada que a vida puder ofertar.

Publicado originalmente em O Vagalume, Literatura do Graal
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A VOZ QUE NÃO QUER CALAR

Quando o ser humano encarnou na Terra, para que a semente espiritual pudesse se tornar o autêntico ser humano, tudo já estava pronto sem que ele tivesse contribuído em nada; mas, com o correr do tempo, foi deixando de seguir cuidadosamente as leis da Criação com humildade perante o Senhor de Todos os Mundos, acarretando o surgimento da aspereza, miséria, brigas e guerras, inveja, cobiça de poder e ódio, e foi paulatinamente perdendo a condição de ser humano que ouve a própria consciência, o verdadeiro eu, passando a forjar a caótica situação atual, em vez de, beneficiando tudo, erigir na Terra uma cópia do paraíso celeste.

Vamos olhar para as criaturas que queriam ser os donos do mundo, julgando-se superiores a tudo o mais. São pessoas cujo espírito está adormecido e dominado pela própria vontade intelectiva que só enxergam o mundo material visando alegrias e prazeres terrenos, incluindo-se nisso o desfrute do poder como recompensa pela sua astúcia, e por isso querem que todos se curvem sob a sua vontade. O ser humano deveria preservar a humildade espiritual para manter a percepção mais ampla da vida, ouvindo o íntimo e a sua consciência intuitiva que o admoesta sempre que suas ações se contrapõem às leis do Criador. A livre resolução não poderia acorrentar o próprio espírito ao corpo terreno perecível, pois a vida vai além do mundo material onde o viver se tornou luta renhida pela sobrevivência.

A escuridão era tanta, o viver dos seres humanos era tal que restavam poucos vestígios da generosidade e bondade na face da Terra, a não ser da parte de uns poucos que ansiavam pela vinda do Messias. Se não ocorresse uma intervenção do Criador restabelecendo a Luz da Verdade na Terra, a humanidade teria decaído tanto que se autodestruiria antes do término do prazo para o julgamento de seus atos e de como aproveitou o tempo concedido para desenvolver os talentos espirituais.

Há um único Criador, mas os seres humanos criaram religiões que separam os homens em vez de uni-los em torno dos corretos propósitos de vida. Será muito difícil que os humanos, habituados ao dogmatismo há séculos, entendam o significado da encarnação do Verbo. Teriam que examinar objetivamente os fatos e refletir intuitivamente com o próprio espírito que, acomodado, não analisa nada na ilusão cerebrina de tudo saber. A Luz da Verdade desceu para a humanidade afastada da Luz, mas tem sido recusada no passar dos séculos pela sua mania de saber melhor e por não procurar entender por que se encontra conscientemente na bela Criação.

Nos anos 1930, Abdruschin se ocupava em relatar a trajetória espiritual da humanidade desde os primórdios da Criação e suas leis até os dias atuais. Como Jesus, também se defrontou com muitos obstáculos, principalmente daqueles que queriam calar a sua voz esclarecedora como já tinha ocorrido com o Enviado de Deus. Abdruschin se defrontou com todo tipo de vilezas tendo sido preso, suas propriedades foram confiscadas, e o impediram de falar em público e publicar os seus escritos. Em 1939, eclodiu a Segunda Guerra Mundial, a maior tragédia produzida pelos seres humanos. Abdruschin faleceu em 1941 em prisão domiciliar.

Tudo parecia perdido, mas no pós-guerra sua esposa Maria e seus amigos conseguiram liberação para editar e divulgar a obra para as pessoas saudosas da Luz que procuram incansavelmente conhecer a verdade e se libertarem. O livro Na Luz da Verdade Mensagem do Graal conduz ao reconhecimento da nossa responsabilidade sobre nossas resoluções e ações, pensamentos, palavras e na formação do destino.

“Escrevi a Mensagem do Graal, que eu ansiava trazer à humanidade. Essa Mensagem contém o saber da atuação completa da Criação, sem lacunas. Nela os seres humanos reconhecem os caminhos que devem seguir, a fim de alcançarem a paz interior e com isso uma atividade alegre já aqui na Terra. Meu alvo é de espécie espiritual. Não trago uma nova religião, não quero fundar uma nova igreja, tampouco uma seita qualquer, mas sim dou, com toda a simplicidade, um quadro nítido da atuação automática da Criação que encerra a Vontade de Deus e onde o ser humano pode reconhecer claramente os caminhos que são bons para ele”. (Abdruschin)

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

VIETNAM: ECONOMIA DE MERCADO

A República Socialista do Vietnam tem um só Partido, o Comunista. Em 1976 o país foi reunificado após a divisão do país entre o Norte e o Sul. A capital sulista, Saigon, foi denominada Ho Chi Minh City em homenagem ao líder revolucionário, que morreu seis anos antes. Saigon atualmente é um bairro de Ho chi Minh, enorme cidade com 12 milhões de habitantes e 8 milhões de motocicletas, tendo o país cerca de 95,5 milhões de habitantes (2017).

Os recursos naturais do país são: Petróleo, Alumínio, Carvão, Água, Solo muito fértil, entre outros. Em 1979, os habitantes foram submetidos a racionamento de comida, quando então, cada cidadão recebia 2Kg de arroz e 200g de carne por mês, quando o Partido antes havia prometido 17Kg de arroz não processado e não tinha conseguido alcançar esta meta (Alphahistory.com – Post-War Vietnam). O Partido Comunista procurou fazer uma Reforma Agrária, mas acabou desistindo, pois só colheu muito poucos produtos agrícolas e safras irrisórias.

No meio dos anos 80, foi permitida a operação de pequenas fábricas e serviços industriais visando lucro, o que permitiu um substancial crescimento econômico e possibilitou uma melhor qualidade de vida. Observando o crescimento da vizinha China, a partir de 1986 o Vietnam começou a progredir tornando-se capitalista e orientado ao mercado, a despeito de ter o partido único comunista. A fome dos habitantes acabou desde então.

Apesar dos investimentos financeiros externos, grandes bancos internacionais tem suas agências no território vietnamita, altas grifes luxuosas da moda estão presentes e vendem bastante, shoppings centers e grandes malls coexistem com pequenos e micro comerciantes, veículos Toyota e televisores são montados no país e a rush hour em Ho chi Minh é semelhante a de New York, mas o Governo e o Partido não usam o adjetivo “Capitalista” quando se referem ao Vietnam, mas sim a expressão “Economia de Mercado”, que no fundo significa a mesma coisa. A produção de energia elétrica própria, produzida nas hidrelétricas, nas geradoras térmicas, eólicas, solares, biogás e a carvão, juntamente com a energia importada da China suprem 100% da população (2018 – energypedia.info – Vietnam Energy Situation).

O Porto de Ho chi Minh está aparelhado com o que há de melhor e mais moderno em equipamentos de movimentação de containers, liberando os navios muito mais rápido. O desemprego é da ordem de 3,18% (2017), mesmo sem o Governo computar os filhos de produtores agrícolas que trabalham nas terras da família. A renda per-capita do país pulou de US$ 96.34 em 1989 para US$ 2,342.24 em 2017.

“Assim também as pessoas com pensamentos ideais comunistas, no fundo das coisas, são nocivas à humanidade, porque a concretização deles só acarretaria algo de insano, apesar de, em seu modo de ver, quererem o bem. Assemelham-se a construtores que montam cuidadosamente na oficina uma casa para outro local. Ela parece vistosa e bonita… na oficina. Mas transportada para o terreno verdadeiro, é pouco firme e torta, de modo que não pode ser habitada por ninguém, porque o chão é desigual e não foi possível nivelá-lo, apesar dos maiores trabalhos e esforços. Os construtores esqueceram-se de levar isso em conta. Não consideram a avaliação certa do existente, essencial e inalterável para essa construção! Isso alguém que realmente aspira por ideais não faz!
As ideias comunistas não podem, em sua execução, crescer do solo, tampouco nele serem ancoradas ou, aliás, a ele ligadas, visto que esse solo, isto é, os seres humanos, a ele nem se ajustam! É demasiadamente desigual e assim permanecerá sempre, porque não é possível se conseguir um amadurecimento uniforme de todos os seres humanos na Terra.”
Na Luz da Verdade, Mensagem do Graal de Abdruschin.

Em 1989, caiu o muro de Berlim e logo após, a União Soviética tornou novamente Rússia. A China hoje em dia é uma potência comercial e industrial, por causa da “Economia de Mercado”. Cuba e Venezuela, Bolívia e Uruguai em muito menor escala, estão se deteriorando economicamente, de forma crescente a Venezuela, cujo povo passa fome e foge para os países vizinhos, enquanto os apagões elétricos não param.

O socialismo e o comunismo só dão vez à cúpula administrativa do país e aos seus amigos empresários, drenando as riquezas nacionais para seus bolsos, com discursos fajutos e enganadores para as massas que os apoiam. Com este paradoxo econômico vietnamita, em que comunismo e capitalismo coexistem, o que acontecerá no futuro a médio e longo prazo? É o que muitos cidadãos se perguntam.

José Guimarães Duque Filho é Engenheiro Civil, Mestre em Edificações.

O QUE É A MENSAGEM DO GRAAL

“Escrevi a Mensagem do Graal, que eu ansiava trazer à humanidade. Essa Mensagem contém o saber da atuação completa da Criação, sem lacunas. Nela os seres humanos reconhecem os caminhos que devem seguir, a fim de alcançarem a paz interior e com isso uma atividade alegre já aqui na Terra. Meu alvo é de espécie espiritual. Não trago uma nova religião, não quero fundar uma nova igreja, tampouco uma seita qualquer, mas sim dou, com toda a simplicidade, um quadro nítido da atuação automática da Criação que encerra a Vontade de Deus e onde o ser humano pode reconhecer claramente os caminhos que são bons para ele”. (Abdruschin)

Na Luz da Verdade Mensagem do Graal conduz à percepção de que podemos participar ativamente tanto de acontecimentos próximos quanto distantes que ocorrem em nosso planeta, no presente e no futuro, contribuindo, dessa forma, para a evolução do Universo. Passamos, a partir disso, a compreender a importância dos pensamentos, das palavras e das ações na formação do destino.

O PAI NOSSO

“O momento em que o sentimento de gratidão transborda em grande alegria, bem como a intuição da mais profunda dor no sofrimento, formam a melhor base para uma oração de que se possa esperar sucesso. Em tais momentos a criatura humana está traspassada por uma determinada intuição que sobrepuja nela tudo o mais. Eis por que é possível que o principal desejo da oração, seja de agradecimento ou pedido, receba força sem turvação. ”

“A oração que o Filho de Deus deu aos discípulos! O ser humano não deve esquecer-se de que numa oração ele tem de buscar, na realidade, somente a força, para poder ele próprio realizar o que pede! Assim deve orar! ” (Mensagem do Graal, Abdruschin)

São apenas poucas as pessoas que procuram conscientizar-se do que querem na realidade, quando proferem a oração “Pai Nosso”. Menos ainda as que sabem realmente qual o sentido das frases que aí estão recitando. Recitar decerto é a única expressão adequada para o procedimento que o ser humano, nesse caso, chama de orar. Quem se examinar rigorosamente a tal respeito terá de concordar, ou então testemunhará que passa toda a sua vida de idêntica maneira… superficialmente, não sendo, nem jamais tendo sido capaz dum pensamento profundo. Existem nesta Terra muitos desses que sem dúvida se levam a sério, mas, pelos outros, mesmo com a melhor boa vontade, não podem ser levados a sério. Exatamente o começo desta oração desde sempre é intuído erroneamente, conquanto de modos diversos.

As pessoas que procuram proferir com seriedade esta oração, isto é, que nela se empenham com uma certa boa vontade, sentirão, logo após ou durante as primeiras palavras, um certo sentimento de segurança surgir em si, de tranquilização anímica! E tal sentimento nelas permanece predominante até alguns segundos depois de orar. Isso explica duas coisas: primeiro, que quem reza só pode manter sua seriedade durante as primeiras palavras, através do que se desencadeia tal sentimento, e, segundo, que justamente o desencadeamento desse sentimento prova quão longe se acha de entender o que com isso profere! Mostra com isso, nitidamente, sua incapacidade de manter a profundidade do pensar, ou também sua superficialidade; porque, do contrário, com as palavras que se seguem, imediatamente devia surgir outro sentimento, correspondente ao conteúdo alterado das palavras, tão logo elas se tornem nele realmente vivas. Portanto, permanece nele apenas o que as primeiras palavras despertam. Entendesse ele, porém, o sentido correto e o significado verdadeiro das palavras, estas teriam de lhe despertar intuições muito diferentes do que um agradável sentimento de segurança. Pessoas mais presunçosas veem por sua vez na palavra “Pai” a confirmação de descenderem diretamente de Deus, e assim, num desenvolvimento acertado, tornarem-se, por fim, até mesmo divinas, já trazendo, porém, categoricamente, algo divino dentro de si. E ainda existem muitos outros erros entre os seres humanos quanto a esta frase. A maioria, contudo, considera-a simplesmente como a invocação na oração, o apelo! Aí necessitam pensar de modo mínimo. E correspondentemente é recitada sem reflexão, quando exatamente na invocação a Deus devia residir todo o fervor de que uma alma humana, aliás, possa ser capaz.

Mas tudo isso esta primeira frase não deve dizer nem ser; o Filho de Deus, contudo, inseriu na escolha das palavras simultaneamente a explicação ou a indicação da maneira pela qual a alma humana deve encaminhar-se para a oração, de que modo pode e deve apresentar-se perante seu Deus, se sua oração deva ser atendida. Diz exatamente qual a disposição que ela deve possuir em tal momento, como tem de ser seu estado de pura intuição, quando quiser depor seu pedido nos degraus do trono de Deus.

Assim, a oração toda se divide em três partes. A primeira parte é o entregar-se totalmente, a rendição da alma perante seu Deus. Falando figuradamente, ela se abre de todo diante Dele, antes de se aproximar com uma súplica, dando testemunho assim de sua própria capacidade de boa vontade pura. O Filho de Deus quer com isso deixar claro qual deve ser a intuição para formar a base de uma aproximação de Deus! Por isso apresenta-se como um grande e sacrossanto juramento, quando no início se encontram as palavras: “Pai nosso, que estás no céu!” Considerai que oração não tem a mesma significação que pedido! Do contrário, não haveria orações de agradecimento que não contivessem nenhum pedido. Orar não é pedir. Já aí o “Pai Nosso” tem sempre sido incompreendido até agora, por causa do mau hábito do ser humano de nunca se dirigir a Deus a não ser para esperar alguma vantagem ou mesmo exigir, pois no esperar já se encontra o exigir. E aí a criatura humana realmente sempre espera algo, isto ela não pode negar! Mesmo falando em traços gerais, que exista nela apenas o sentimento nebuloso de receber remotamente um lugar no céu. O ser humano desconhece a jubilosa gratidão de usufruir de modo alegre a existência consciente que lhe foi dada, coparticipando na grande Criação para o bem de seu ambiente, assim como é desejado por Deus ou por Deus com razão esperado! Tampouco pressente que é justamente isso, e somente isso, que contém seu próprio e verdadeiro bem, seu progresso e sua ascensão. Em tal base desejada por Deus, porém, encontra-se em verdade a oração “Pai Nosso”! De outra forma o Filho de Deus nem poderia tê-la dado, pois apenas desejava o bem dos seres humanos e isso só se fundamenta na observação e no cumprimento certo da vontade de Deus!

A oração dada por ele é, portanto, tudo, menos um pedido, mas sim um grande juramento do ser humano abrangendo tudo, o qual, nisso, se prostra aos pés de seu Deus! Deu-a Jesus aos seus discípulos, que estavam dispostos naquele tempo a viver em pura adoração a Deus, a servir a Deus com seu viver na Criação e com esse servir honrar Sua sacrossanta vontade! A criatura humana devia pensar bem e maduramente se pode atrever-se, apesar de tudo, a se servir dessa oração e a pronunciá-la; devia averiguar severamente se, enunciando-a, não procura de certa forma enganar a Deus! As frases introdutórias advertem com clareza suficiente que cada um deve se examinar, se também é realmente assim como nelas se apresenta! Se com isso ousa se aproximar sem falsidade diante do trono de Deus! Se, contudo, vivenciardes em vós as três primeiras frases da oração, então elas vos conduzirão aos degraus do trono de Deus. Elas são o caminho para isso, quando numa alma chegarem a um vivenciar. Nenhum outro leva até lá. Mas este, seguramente! Não vivenciando essas frases, nenhum dos vossos pedidos poderá chegar até lá. Deve ser uma invocação dedicada, e, contudo, jubilosa, quando ousais proferir: “Pai nosso que estás no céu!” Nessa exclamação repousa a vossa sincera afirmação: “A ti, ó Deus, dou todos os direitos de Pai sobre mim, aos quais quero submeter-me com obediência infantil! E reconheço com isso também Tua onisciência, Deus, em tudo o que Tua determinação trouxer, e peço que disponhas de mim como um pai tem de dispor dos seus filhos! Aqui estou, Senhor, para te ouvir e te obedecer infantilmente!”

A segunda frase: “Santificado seja o Teu nome!” Esta é a afirmação da alma em adoração, de quão sincera é em tudo quanto ousa dizer a Deus. Que acompanha com plena intuição cada palavra e pensamento, não abusando com superficialidade do nome de Deus! Pois o nome de Deus lhe é sobremaneira sagrado! Considerai bem, todos vós que orais, o que com isto prometeis! Se quiserdes ser inteiramente sinceros convosco, tendes de reconhecer que vós, seres humanos, até agora, justamente com isto, tendes mentido diante do semblante de Deus; porque nunca fostes tão sinceros na oração conforme o Filho de Deus, pressupondo, estipulou nessas palavras como condição! A terceira frase: “Venha a nós o Teu reino!” novamente não é nenhum pedido, mas apenas uma promessa a mais! É um prontificar-se de que através da alma humana tudo deve tornar-se aqui na Terra tal como é no reino de Deus! Por isso a expressão: “Venha a nós o Teu reino!” Isto quer dizer: queremos chegar também aqui na Terra a tal ponto que o Teu reino perfeito possa estender-se até aqui! O solo deve ser preparado por nós de modo que tudo viva apenas segundo a Tua santa vontade, isto é, cumprindo plenamente as Tuas leis da Criação, de maneira a tudo se realizar tal qual é em Teu reino, o reino espiritual onde se encontram os espíritos amadurecidos e livres de todas as culpas e cargas, que apenas vivem servindo à vontade de Deus, porque somente no cumprimento incondicional desta surge algo de bom, pela perfeição nela latente. É, portanto, a afirmação de querer tornar-se assim, para que também a Terra, mediante a alma humana, venha a ser um reino do cumprimento da vontade de Deus! Tal afirmativa fica ainda reforçada pela frase seguinte: “Seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no céu!” Essa não é apenas uma declaração de se prontificar a enquadrar-se inteiramente à vontade divina, mas encontra-se também nela a promessa de interessar-se por essa vontade, de esforçar-se com toda a diligência para reconhecer essa vontade.

Tal esforço tem de preceder, sim, a uma adaptação a essa vontade, pois enquanto a criatura humana não a conhecer direito, não estará apta a orientar sua intuição, seu pensar, falar e agir de acordo com ela! Que tremenda e culposa leviandade não é, pois, a de cada ser humano que nunca cessa de fazer essas afirmativas ao seu Deus, sempre e sempre de novo, quando na realidade nem se interessa de como seja a vontade de Deus, que se acha firmemente ancorada na Criação. O ser humano mente, sim, em cada palavra da oração, quando ousa proferi-la! Com isso, encontra-se como um hipócrita diante de Deus! Junta sempre novas culpas por cima das antigas, sentindo-se por fim digno de lástima, quando ele em matéria fina tiver de sucumbir no Além sob este fardo. Somente quando essas frases tiverem sido cumpridas realmente por uma alma, como condição preliminar, é que ela poderá continuar a dizer: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje!” Isso equivale a dizer: “Se eu cumprir aquilo que afirmei ser, deixa então que a Tua bênção paire sobre a minha atuação terrena, a fim de que disponha sempre de tempo para conseguir meu necessário sustento de vida na matéria grosseira, para poder viver segundo a Tua vontade!” “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores!”

Nisso jaz o conhecimento dos efeitos retroativos incorruptos e justos das leis espirituais que transmitem a vontade de Deus. Simultaneamente também a expressão afirmativa de plena confiança nisso, pois o pedido de perdão, isto é, de remição das culpas, baseia-se estritamente no cumprimento anterior, pela alma humana, do próprio perdoar de todas as injustiças que os semelhantes lhe fizeram.

Quem tiver sido capaz disso, quem já houver perdoado tudo ao seu próximo, ficará de tal forma purificado, que nunca virá a cometer intencionalmente nenhuma injustiça! Com isso também estará livre de todas as culpas perante Deus, uma vez que só é considerado como injustiça o que tiver sido feito intencionalmente de má fé. Só assim é que vem a ser uma injustiça. Há nisso uma grande diferença com relação a todas as leis humanas e conceitos terrenos atualmente existentes. Assim, pois, nessa frase, também como base, encontra-se novamente uma promessa perante seu Deus de cada alma que almeja a Luz. Declaração de sua verdadeira vontade, para cuja realização, aprofundando-se e ficando esclarecida sobre si mesma, espera receber força na oração, que, numa sintonização certa, também receberá, segundo a lei da reciprocidade. “E não nos deixes cair em tentação!” É um conceito errado da criatura humana querer ler nessas palavras que seria tentado por Deus. Deus não tenta ninguém! Trata-se nesse caso apenas de uma tradição incerta que escolheu inabilmente o termo tentação. Seu sentido correto deve ser classificado no conceito de errar, perder-se, isto é, andar errado, procurar erradamente no caminho ao encontro da Luz. Equivale a dizer: “Não nos deixes tomar caminhos errados, procurar erradamente, não nos deixes perder o tempo! Desperdiçá-lo, malbaratá-lo! Mas retém-nos à força, se necessário for, inclusive se tal necessidade nos tenha de atingir como sofrimento e dor.” Esse sentido o ser humano também tem de entender por intermédio da sentença seguinte, e de acordo com o teor diretamente ligado a ela: “Mas livra-nos do mal!”

Esse “mas” mostra bem nitidamente a unidade da frase. O sentido equivale a: Faze-nos reconhecer o mal, seja qual for o preço que isso venha a nos custar, mesmo com o preço da dor. Capacita-nos para tanto por intermédio de Teus efeitos recíprocos em cada uma de nossas faltas. No reconhecer encontra-se também a remição para aqueles que tenham boa vontade para isso! Com isso termina a segunda parte, o colóquio com Deus. A terceira parte constitui o remate: “Pois que a ti pertencem o reino, a força e a magnificência por toda a eternidade! Amém!” É uma confissão jubilosa do sentimento de ser acolhido na onipotência de Deus através do cumprimento de tudo aquilo que a alma na oração lhe deposita aos pés como juramento! Esta oração dada pelo Filho de Deus possui, por conseguinte, duas partes. A introdução, ao aproximar-se, e o colóquio. Por último, adveio por Lutero a confissão jubilosa do conhecimento do auxílio para tudo aquilo que o colóquio encerra, do recebimento da força para o cumprimento daquilo que a alma prometeu ao seu Deus. E o cumprimento terá de levar a alma ao reino de Deus, ao país da alegria eterna e da Luz! Assim, pois, o Pai Nosso, quando realmente vivenciado, torna-se o apoio e o bastão para a escalada ao reino espiritual! O ser humano não deve esquecer-se de que numa oração ele tem de buscar, na realidade, somente a força, para poder ele próprio realizar o que pede! Assim deve orar! E assim também é constituída a oração que o Filho de Deus deu aos discípulos!

Cada amanhecer traz uma nova oportunidade de decidir. Os seres humanos com o eu interior desperto, estão percebendo que há algo mais a ser buscado na vida. Eis o que procurais… Mensagem do Graal https://www.youtube.com/watch?v=n8kThZj-bRo

 

A REVOLUÇÃO DE JESUS

Existem muitas histórias sobre Jesus, porém pouco se sabe sobre a verdade. Jesus pertencia à classe média, nunca tendo passado por necessidades. Ademais, mantinha relações de amizade com muitas pessoas ricas e cultas. Quando adulto, era proprietário e gerente de um próspero negócio de carpintaria, com vários empregados, o qual havia herdado de José. Quando foi ter com João Batista, a fim de ser batizado por ele, este lhe disse: “Senhor, eu é que deveria pedir batismo a vós”. Ao reconhecer a sua missão, Jesus entregou os negócios para sua família terrena e partiu. Note, ele não a repartiu com os pobres.

No entanto surgiu a ideia de Jesus ser um revolucionário político. Para a humanidade que havia se afastado da Luz da Verdade, a Mensagem de Jesus foi tida como revolucionária, pois colocava em cheque os pressupostos estabelecidos e indolentemente aceitos. Jesus não se interessava pela política, como era o caso de Judas Iscariotes, nem pelo poder que se concentrava nas mãos das autoridades religiosas. Mas opunha-se frontalmente ao sistema de vida restrito ao puramente material, gerador da miséria, como alvo prioritário da humanidade cuja antena para o espiritual havia sido baixada pelo raciocínio supercultivado.

A espada que Jesus empunhava era a Palavra oriunda da Luz que desfazia os mitos e as falsas interpretações, mas o legado de Jesus ficou prejudicado por incompreensões e erros na transmissão, dando margem às interpretações erradas aceitas sem serem examinadas seriamente, até que o escritor alemão Abdruschin fez a reconstituição na Mensagem do Graal, obra ainda pouco pesquisada pelos estudiosos de temas religiosos. Como não conseguiam fazer calar a sua voz vibrante, ele foi capturado, torturado e executado sem que pudessem imputar-lhe qualquer ato culposo. Pilatos, num gesto de incompreensão, lavou as mãos.

Segundo Abdruschin, “é um grande erro as criaturas humanas acreditarem que pela morte na cruz esteja garantido o perdão de seus pecados… As explicações de Jesus que tudo abrangia mostram, em quadros práticos, a necessidade de observar e dar apreço à vontade divina, que se encontra nas leis da Criação, bem como aos seus efeitos, na obediência e na desobediência. Sua obra libertadora consistiu em trazer essa explicação, que devia mostrar as falhas e os danos das práticas religiosas, pois ela trouxe em si a Verdade, a fim de iluminar a escuridão crescente do espírito humano… Uma grande lacuna na possibilidade de compreensão de tudo isso advém apenas da circunstância de os seres humanos ainda não haverem procurado essas leis de Deus na Criação, não as conhecendo, por conseguinte, até hoje, tendo apenas encontrado aqui e acolá pequenos fragmentos disso, onde justamente tropeçaram”.

Somos cidadãos do Cosmos, porém ainda não compreendemos como surgiu a Criação e o porquê. O ateísmo se tornou uma prática entre os pesquisadores, o que é lamentável, pois tudo evidencia a existência de uma ordem na Criação orientada pela Vontade do Criador. Os pesquisadores sinceros poderiam se esforçar mais no sentido de compreender a Criação e suas leis cósmicas. Qual a finalidade de nossa existência? De onde viemos e para onde vamos? Por que existe tanto sofrimento na Terra? Quais são as leis que regem o mundo?

Não é por acaso que as leis da natureza funcionam em rigorosa lógica. Como Jesus explicava, a matéria surgiu como o grande campo para o cultivo da semente espiritual para que pudesse desenvolver seus talentos, retornando à casa como o filho pródigo, deixando para trás tudo quanto é material. As religiões dogmatizaram tudo, gerando, no inconformismo dos pesquisadores, a ideia do ateísmo. No entanto, a pesquisa sincera dos fundamentos das leis da natureza deveria levar ao saber oposto a isso.

No Universo existem sistemas que podem ser reconhecidos por todos e são chamados pelos estudiosos de Leis da Natureza. Essas leis são encontradas na simplicidade de cada dia, como no dar e receber, no plantar e colher. Entre elas, podemos destacar a lei da gravidade, a lei do movimento, a lei da atração, a lei da ação e reação. Na Mensagem do Graal, Abdruschin discorre sobre o funcionamento das chamadas Leis da Natureza ou Leis da Criação, evidenciando sua relevância para o entendimento do Universo e do cotidiano de cada um, dando as bases para uma construção duradoura. A Mensagem mostra o caminho para que o ser humano possa atingir vibrações mais altas por meio de suas intuições, seus pensamentos, suas palavras e ações, promovendo harmonia em nosso ambiente tão nefastamente influenciado pelos maus pensamentos.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7