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DESPERTAR PARA NÃO ESTAGNAR

A imprudência dos homens tem sido a norma. A crise de 1929, de amplitude mundial, veio como consequência e alerta para a humanidade buscar caminhos estáveis, mas após algum tempo, foi esquecida. Sem correção do rumo, adentramos no século 21 enfrentando múltiplas dificuldades que estão levando o viver aos mais críticos limites já presenciados. A humanidade segue dando trombadas, pois falta-lhe a decisão fundamental de colocar o aprimoramento da espécie como principal meta. Sem isso, vai introduzindo paliativos.

Oitenta anos se passaram do final da Segunda Guerra Mundial, mas as condições de vida na Terra pouco se alteraram para grande parte da população. O modelo da exploração do homem pelo homem é contrário às leis universais da Criação que querem o desenvolvimento e fortalecimento do ser humano para que evolua continuadamente. Até aqui as pessoas, em sua indolência, têm sido empurradas para um viver medíocre, sem aspirações elevadas, incluindo as novas gerações que se afastaram do sistema tradicional das famílias e permanecem sem rumo em seu viver.

Uma nação sem perspectivas. Surge a inflação e seus efeitos O problema é a falta de controle das finanças e os governantes acharem que tudo podem durante seus mandatos, que sempre tentam prorrogar a qualquer custo, e acabam caindo na armadilha da dívida que passa a dominar. A engrenagem financeira aumenta a taxa de juros para 15%. Com a chegada de dólares, o seu preço diminui, consequentemente o preço dos importados também baixa. Qual é o resumo da ópera, quem perde, quem ganha? Quando poderá ser iniciado o ciclo de cortes na taxa de juros?

Os seres humanos se afastaram da espiritualidade e deixaram surgir o descontentamento, o que amplia o impacto das ideologias e a procura por um líder que se diz sensível às dificuldades das pessoas de baixa renda, esquecendo que se deixaram envolver por uma forma de viver errada. A força de trabalho dos chineses atinge a força de trabalho do ocidente. O que não está claro é o efeito da elevação da taxa de juros sobre o consumo dos produtos “made in China”.

Os recursos naturais do Brasil, ou ficam esquecidos como se não existissem, ou ficam no controle de outras nações. Dificilmente se encontram estadistas capacitados que conduzem as nações com êxito. O resultado está visível com a desvalorização da vida. Basta um rápido olhar atento para ver o quão distante estamos de onde deveríamos estar. Essa é a questão fundamental.

Conversando com o Copilot, a IA da Microsoft, perguntei: o mais preocupante é que um planeta com população elevada, com baixo preparo para a vida e economia desequilibrada, fatalmente tenderá para a precarização geral. O que me diz?  Resposta da IA: “Você tocou num ponto que ecoa nas análises mais sérias sobre o século XXI. Quando combinamos crescimento populacional, desigualdade educacional e fragilidade econômica, temos os ingredientes de uma tempestade global — ou, como alguns dizem, de uma crise de civilização. O grande perigo da precarização generalizada não está apenas na falta de empregos ou renda digna, mas na erosão da capacidade das sociedades de oferecer sentido, pertencimento e propósito às pessoas. Quando milhões enfrentam a vida como uma sucessão de lutas diárias, sem horizonte, o risco de descontentamento social, populismos extremos e colapsos ambientais aumenta dramaticamente”.

No atual cenário nebuloso, muitas coisas que estavam ocultas vão surgindo. Muitas rachaduras foram deixadas pela Inglaterra, Europa e EUA, as quais não receberam o tratamento adequado. Agora surgem os Brics, mas o que oferecerão para que ocorram melhoras nas condições gerais de vida?

Se o ser humano deixa de se movimentar e fica esperando por soluções do Estado, ou seja, dos homens que governam, acaba caindo na estagnação. Quanto mais o Estado se posicionar como o condutor, mais frágeis e indolentes os seres humanos se tornarão. Todos devem ter força de vontade e perseverança, e contribuir para o beneficiamento geral, mas se isso não for feito, tudo vai piorando. Em meio a um mundo de fantasias devemos despertar para a vida real e sobreviver de forma digna.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

LIBRA, DÓLAR E DEPOIS?

Dinheiro é vendaval. É poder. Produzir dinheiro é fácil, não tem custo, mas a indisciplina promove a desvalorização, a perda de poder de compra da população, a concentração da riqueza. Governos querem o controle. Banqueiros querem o controle. Produzem muito dinheiro, mas a maioria das nações vive mal e cheias de dívidas. A população, em vez de evoluir, está decaindo; as novas gerações estão desanimadas. A questão do dinheiro do mundo e sua produção é algo que, para ter bom funcionamento, requer seres humanos de qualidade, sérios, empenhados em ampliar o bem geral e as condições de vida.

Como voltar na história para saber em que momento houve equilíbrio nas relações econômicas e financeiras entre os povos? Em que momento a cobiça por poder e riqueza desvirtuou tudo e o ser humano passou a escravizar outro ser humano? O fato é que a humanidade vive isso de longa data sob diversas formas. Nas terras do Brasil, esse regime de trabalho perdurou por mais de 300 anos. Pelo planeta, a massa sempre esteve sob pressão dos dominadores fortes.

A libra, a robusta moeda do império inglês, dominou o cenário nos séculos 18 e 19. No século 20, no pós-guerra, o dólar americano assumiu o comando e reina há 80 anos, mas a economia global se acha desequilibrada. Ouro era a moeda, depois o papel dinheiro dominou, mas agora há desconfiança. A situação do império americano e do dólar estão em xeque. O PIB americano tem dificuldades para se expandir enquanto a dívida tem crescido de forma continuada. A libra cedeu lugar ao dólar, e será que este cederá ao yuan? Pressionado, o presidente Trump adotou o tarifaço sobre as importações, pondo em evidência a fragilidade da economia e finanças globais.

Dinheiro e bens não são para serem desprezados; o errado é o apego, é viver o tempo todo atrás dele como se fosse a finalidade da vida. A pobreza material, mental e espiritual está aumentando de forma escancarada, o que se nota nos textos e vídeos rasteiros que inundam o imaginário das pessoas. Estão ocorrendo muitos e variados acontecimentos desagradáveis afetando tudo, mexendo com todos, inquietando, chamando a atenção para o despertar do espírito. Cada pessoa está seguindo seu caminho, meio atordoada, sem prestar muita atenção ao que está se passando à sua volta. Através da atuação das leis universais da Criação, todos são responsáveis e terão de colher tudo que semearem. Para que haja paz entre os homens de boa vontade é fundamental o reconhecimento da realidade espiritual da vida e, para isso, é preciso sair do marasmo mental e espiritual.

Nos anos 1960, as pessoas começaram a tomar consciência do mal corrosivo da inflação. No Brasil, ocorreram vários movimentos contra a inflação e perda salarial, mas foi no resgate da dívida externa que ela se tornou galopante. Tudo ia embora, ficavam os cruzeiros emitidos para comprar os dólares dos exportadores. E de novo um surto inflacionário de amplitude global que faz o dinheiro evaporar, penalizando a todos que não conseguem recompor a sua renda estagnada.

A possibilidade de criar moeda do nada, sem custo, é o sonho dos tiranos. Poderia ter sido ao contrário, ficando os EUA como credor de todas a nações em vez de ter esse volume de dívida divulgado de 35 trilhões de dólares que assusta? Quanto mais dinheiro é posto em giro, mais ele perde valor e mais concentrado fica, e a miséria aumenta. O problema é a falta de seriedade daqueles que se aproveitam dessa situação para atender suas cobiças de riqueza e poder, sem dar a menor atenção para a real finalidade da vida e para a reencarnação dos espíritos humanos para que possam alcançar a evolução. Mas quem paga é a população. Salários e aposentadorias ficam estagnados. Estamos diante de uma transformação global. Os governos dos países atrasados, como o Brasil, têm de estar atentos para agirem com seriedade e competência na defesa dos interesses da nação para não serem exprimidos, entregando as riquezas em troca de um papel para pagar a dívida.

Estão chegando fortes ventos para trazer renovação. Enquanto os EUA abandonavam a produção fabril para incentivar a pegada financeira, dando espaço para as bolhas, a China se esmerava na questão financeira e aprimorava sua capacidade produtiva, aproveitando-se da mão de obra de baixo custo e outros incentivos para produzir e exportar para todas as nações. Depois de oitenta anos o dólar passou a ter pretendentes fortes para participar dos mesmos privilégios. A economia e finanças chegaram ao desequilíbrio global. A dívida das nações atingiu níveis jamais vistos. Trump introduziu o tarifaço, mas a questão é: como estabelecer equilíbrio econômico e financeiro entre as nações para uma convivência pacífica?

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

O PROVÁVEL PERÍODO DAS VACAS MAGRAS

Na gestão das nações, o imediatismo das decisões tem sido dominante. Chegamos ao grande número de jovens que se acham meio perdidos, sem saber o que fazer na vida, sem força de vontade para achar um caminho no qual encontrem atividades agradáveis e úteis que lhes possibilite uma existência digna, sem ficarem dependentes dos pais e de outros. Faltaram estadistas sábios com olhar para o futuro da humanidade. Estamos numa fase de desorientação geral. O futuro depende do bom preparo das novas gerações. A educação não tem sido voltada para o aprimoramento da espécie humana, mas para manipular o comportamento dos jovens.

Muitas pessoas não sabem o que fazer e devem ser cautelosas em suas decisões. Outros não querem saber de nada, procuram manter distância sem se envolver. Especialistas falam em 289 milhões de jovens com idade para iniciar no trabalho que nem estudam nem trabalham. Além disso, há uma quantidade enorme de jovens com menos de 15 anos que está seguindo na mesma rota. Desse total, 5,3 milhões de jovens estão no Brasil, onde quase um terço da população não consegue ler e interpretar textos simples.

No que se refere ao cenário mundial, China e Estados Unidos permanecem declaradamente numa confrontação econômica e tecnológica. Isso cria embaraços para a economia chinesa. Seu presidente, Xi Jinping, volta as atenções para a coordenação do desenvolvimento e da segurança, considerando os riscos e desafios internos e externos, planejando medidas políticas equilibradas e acessíveis para a subsistência da população. Nos Estados Unidos, aumentam as apreensões quanto à manutenção da renda e padrão de vida. O presidente Donald Trump fala num fortalecimento da nação, precedido por um período de dificuldades.

O que dizer das nações ditas emergentes que nunca evoluem, permanecendo sempre atrasadas e com dívidas elevadas? O dinheiro é drenado pelos juros, sendo que grande parte se acumula nas contas dos grandes controladores, ampliando o seu poder, pois o excesso de dinheiro criado, solto na liquidez, provocaria a hiperinflação como aconteceu no Brasil no esforço para pagar a dívida externa.

A China não produz dólares, mas exporta de tudo. O Brasil exporta minérios e agropecuários. Grande parte da população vive nas cidades. É bom receber produtos de qualidade, pois está chegando muita coisa meio marretada. Os “made in China” chegam baratos e são pagos em dólar. De onde virá a renda da população para sobreviver? O que farão os jovens ao adentrarem na idade de trabalho? Que especialização poderão adquirir?

O Brasil é um dos poucos países que dispõe de água de qualidade abundante. A grande tristeza em relação à água é o desmazelo com que são tratados rios, lagos e mananciais. Os oceanos também estão sendo utilizados como depósito de todo tipo de lixo. Se há proposta de que a distribuição da água seja transformada em eficiente negócio, a sua preservação deveria estar acima de tudo, pois sua composição no corpo humano é de até 75%, e a água é um presente da natureza, algo que o ser humano não consegue criar.

Água é vida. Aqui abro um parêntesis: o rodoanel de São Paulo, mal construído na alça para a BR, em Embu das Artes, se complica por não comportar o grande volume de veículos, com congestionamentos quilométricos retendo-os por longo período. Há projetos tardios que afetarão o remanescente de florestas e o manancial, mas isso teria de ser executado com a máxima responsabilidade para a mínima perda da área de mata e preservação do manancial.

As preocupações com as tarifas se tornam prioritárias, dando uma folga para o dólar, acossado como a moeda de reserva global. Mas para onde iria a economia global, antes das novas tarifas de importação dos EUA? Qual será o impacto sobre a economia e para as condições gerais de vida? Acontecimentos imprevistos poderão surgir, especialmente, o aumento da violência e criminalidade.

Com tantos desequilíbrios na economia global, pode ser que a Terra esteja adentrando num período de vacas magras no qual será difícil manter os preços inflados de ativos. Países capazes de produzir alimentos talvez venham a sofrer menos. Os mercados financeiros estão apreensivos com as incertezas e o aumento da volatilidade. Os investidores estão preocupados e os consumidores assustados. No pós-tarifaço, o que se quer saber é para onde a economia global está indo. Com quem vai ficar a pizza global?

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

DIA ZERO

Nova série na Netflix em seis capítulos

Conceitualmente, Dia Zero se refere à vulnerabilidade de segurança em sistemas de informática que permitem ataques cibernéticos sofisticados por hackers, por meio da utilização de brechas no software antes que possam ser corrigidas, sendo que o desenvolvedor tem apenas zero dia para conseguir eliminá-la.

A série mostra o caos provocado por um ataque cibernético trágico que comprometeu sistemas essenciais, com vidas ceifadas e interrupção das atividades bancárias levando a população a se colocar na porta dos bancos reclamando o seu dinheiro. Robert De Niro interpreta George Mullen, ex-presidente dos EUA que é chamado para comandar a investigação batizada de Comissão Dia Zero, enfrentando muitos opositores, interesses contrários e armadilhas para chegar à verdade.

Em resumo, a série mostra a desordem geral criada pelas lutas pelo poder, as mentiras, o oportunismo daqueles que querem se aproveitar da nação para enriquecer e exercer o poder. Embora um pouco arrastado, visando criar um clima tenso de ansiedade, o enredo mostra a situação da humanidade que poderia ter construído uma forma de viver com muito mais qualidade.

Mullen demonstra seu amor pelos Estados Unidos de forma implacável: “não podemos deixar que esta nação continue afundando”. Ele, inclusive, foi confrontado por sua filha que o considera velho e incapaz de compreender como agem as novas gerações e, por conta disso, deveria renunciar. O fato é que as velhas gerações ainda têm algum ideal, enquanto grande parte das atuais estão voltadas para o dinheiro e prazeres. Um filme realista que foi até onde é possível revelar nas atuais condições geoeconômicas, mas inegavelmente o futuro da humanidade está cercado de incertezas.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

TRUMP OU BIDEN?

As grandes batalhas requerem a arte da sutileza e do sigilo, ou seja, aprender a ser discreto, calado. Ostentar força pode intimidar, mas achar que o outro está intimidado não é argumento para cantar vitória antecipada nesta época com falta de verdade e sinceridade. Um ataque bem planejado, num ponto sensível, provocará reação impulsiva, atabalhoada, consumindo energia e serenidade, revelando pontos vulneráveis. De que valeria recontar votos supostamente fraudados?

Existem técnicas milenares, de Sun Tzu a Machiavel, mesmo assim vaidosos se desguarnecem e quando percebem já estão cercados pelas manobras e avanços do contendor. Essa reflexão mantém proximidade com o embate eleitoral dos Estados Unidos. Na China é mais simples; na prática, tradicionalmente, o presidente indicado é o secretário-geral do Partido Comunista. Não há votos com cédulas, votos pelo correio, ou urna eletrônica – meios passíveis de corrupção.

Trump construiu uma plataforma patriótica visando sair da estagnação econômica interna decorrente da transferência da produção para a China, e também para criar empregos, pois um país que não produz acaba ficando para trás no desenvolvimento técnico. Tarefa difícil em meio à pressão para globalização e concentração das finanças e produção.

A troca de presidente poderá reforçar a onda de globalização da economia e do poder, comprometendo o sonhado padrão de vida americano, que acabou estagnando sem alcançar avanço mais consistente da humanidade, promovendo regressão inesperada. Trump ou Biden? As leis divinas asseguram que serão guindados ao poder aqueles que desencadearão os acontecimentos-chave para a grande colheita da humanidade.

A principal incerteza para os fabricantes está na acirrada concorrência de países que produzem para exportar, fazendo de tudo para reduzir o custo. Tudo dá para contornar, menos a concorrência voraz que destrói fábricas, empregos e renda. Um novo cenário está sendo montado. Pode ser que o conceito de pátria venha a ser profundamente afetado e os EUA deixará de ser aquilo que poderia ser, uma pátria de seres humanos que evoluem. O Brasil também corre o mesmo risco.

Os Estados Unidos deveriam se sustentar como nação modelo, no entanto, transferiram a produção para fora, gerando desemprego. As novas gerações se apresentam com pouco preparo, embora melhor que as do Brasil. Com quase oito bilhões de bocas e natureza esfolada, a miséria se foi espalhando pelo mundo cuja prioridade tem sido o ganho financeiro e poder.

As elites estão vendo que a Terra está nos limites críticos, temerosas de que a população mundial chegue aos nove bilhões. Pessoas imediatistas procuram tirar o máximo proveito de tudo ao seu alcance, sejam os financistas, os capitalistas corporativos ou de Estado, esquerdistas e direitistas, todos buscando o seu quinhão de riqueza e poder, pois percebem que não vai demorar a chegada de um futuro sombrio para a humanidade. Nesse meio, uns poucos heróis se esforçam pelo bem geral na tentativa de ajustar os desequilíbrios.

E, com tantos problemas para resolver, há uma preocupação com a autonomia do Banco Central do Brasil. Urgente mesmo é produzir mais, gerar empregos, renda, consumo, atividades. Sem isso o país vai continuar patinando para trás. A humanidade está no fio da navalha enfrentando uma situação com enormes desequilíbrios de difícil solução. Um desequilíbrio que se quer neutralizar com a uniformização do comportamento da massa para que esta se mantenha nos limites a serem demarcados.

Os seres humanos, hospedados no planeta Terra, viviam na segurança da regularidade dos acontecimentos, pois tudo ocorria como se previa; mas, de repente, tudo mudou e não se sabe mais como será o amanhã, em quem se pode confiar, que dificuldades trará. Como enfrentar esse novo desafio? Os seres humanos mudam de opinião seguindo interesses ou por medo. A serenidade deve surgir da confiança, mas as leis dos homens são movidas por interesses particulares.

A humanidade caminha com cegueira crescente sobre a real finalidade da vida. O desejo de dominar se estende desde as famílias, empresas, religiões, estados. Não há amizade, só interesses econômicos e de poder. Estamos adentrando numa fase crítica. A dominação das trevas alcançará o seu auge antes do desmoronamento da construção sem alma. Sob a pressão da intensificação da Luz, serão desenredados os emaranhados fios dos destinos da humanidade, abrindo o caminho para aqueles que, com sincera humildade, querem evoluir.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

GREEN BOOK

Green Book, filme caprichado, vencedor do Oscar 2019 de melhor filme. Mas deixando de lado a lamentável questão do racismo, vamos olhar para a história apresentada que principia no ano de 1962. Como simples consumidor, percebemos que o filme é uma tentativa de agradar ao público, mostrando a grandiosidade dos EUA, mas apresenta um desfile de modelos para influenciar os seres humanos que pouco pensam sobre o significado da vida além de comer, dormir, trabalhar e satisfazer as necessidades do corpo.

O filme acompanha a viagem do pianista Don Shirley (Mahershala Ali) e seu motorista Tony Vallelonga (Viggo Mortensen) pelo sul dos EUA durante os anos de segregação. E o título refere-se ao guia de viagem que indicava para os afro-americanos os hotéis e restaurantes que poderiam frequentar. É o cenário da vida despreocupada e da busca de prazeres. No enredo, há os malandros, os que se julgam superiores, os trabalhadores que têm de sobreviver e dar sustento para a família.

Tony, o motorista que não larga o cigarro, bom de garfo e de briga, representa a grande maioria da população do planeta. Don, o pianista é o solitário, pensador que se distrai com whisky para amortecer sua indignação e sentimento de exclusão, mas não vai muito longe com suas reflexões. Ninguém pensa na vida e o porquê de ter nascido na Terra.

O ser humano, através de sua essência, pode e deve captar energia espiritual para irradia-la no mundo material; seria como captar um ar mais leve espalhando-o sobre a Terra. Se o espírito se acomoda e se torna indolente vai adormecendo, estagnando, deixa de captar e irradiar essa energia salutar que vivifica as engrenagens da vida. Sem essa energia, tudo vai enrijecendo em decorrência de sua ação puramente intelectiva, sem contar com a participação do espírito. É esse o fenômeno do estresse da vida atual, tudo vai se tornando aborrecido e cansativo pela falta da energia vivificadora que cabe ao espírito humano captar e irradiar, no movimento circular do receber e retribuir através do querer voltado para o bem.

Assim, muitas coisas vão perdendo o brilho, o que facilmente percebemos nas artes, pois poucos têm sido os filmes cujos produtores conseguem transportar para a tela essa energia superior que influencia fortemente a vida, podendo ser reproduzida em obras encantadoras que estão se tornando cada vez mais raras.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

NÃO DÁ MAIS PARA PROTELAR

No embate da guerra comercial mundial, se a China ameaçar sair dos títulos americanos, os juros tenderão a subir como tentativa para compensar a perda. Mas isso vai elevar o percentual do gasto com juros sobre o PIB americano e por certo causará uma complicação em muitos países, como o Brasil, dependentes de dólares. A tragédia brasileira é complexa. Faltam estadistas sérios que busquem o progresso real. As empresas abusam quando podem, sempre usando a fórmula na qual conseguem tirar mais dinheiro do consumidor pelo mesmo produto.

A luta pela conquista do poder tem acarretado o oposto do que se espera das classes política e econômica para assegurar o bem geral. O descalabro atinge as contas públicas. Improbidade institucionalizada. A prática da comissão do comprador se tornou usual; mas comprar o que não será usado, o que já está obsoleto, o que não vai ser utilizado no prazo de validade, tem outro nome muito feio; é um duplo crime, mas são fatos que ocorrem frequentemente na administração pública.

Quando o mercado permite abusos, abre-se espaço aos populistas despreparados e desatentos. Cai a arrecadação. Sobe o dólar, aumentam os juros. Persistem gastos duvidosos do poder público. Aumenta a dívida, desemprego e miséria. A indústria insípida perde espaço diante dos importados com preços inferiores aos custos de produção. O país fica patinando, ninguém abre mão de seus privilégios.

Os especialistas já haviam alertado para as consequências no descuido das contas e para os efeitos dos juros compostos. Não foram ouvidos; a irresponsabilidade e a má fé dominaram. Em menor ou maior prazo, dependendo da taxa de juros, a dívida vai se multiplicando. A dívida mundial pública e privada já alcança 223% do PIB. Com esse elevado nível de endividamento, importa saber quanto disso está comprometido com bolhas de superavaliação, em vez de estar circulando na economia real. Com a tendência desse número se elevar, aumenta o risco de crise, pois numa baixa não haveria lastro para resgate dos empréstimos, os Estados também teriam dificuldades para renegociar as dívidas e tudo seria arrastado ao caos.

Há muita capacidade produtiva ociosa e comprometimento dos recursos naturais dos países, complicando o resgate das dívidas. Então a ordem é cortar gastos e precarizar. Os números da economia mundial estão apresentando alguma melhora, mas encobrem o aumento da miséria decorrente da perda de empregos em geral e de salários mais compatíveis. São muitos fatores, todos eles com uma essência similar: o descuido do homem com o futuro, com seu imediatismo, a cobiça pelo poder e vaidade têm direcionado o mundo para a decadência.

A espécie humana não deveria ter decaído tanto, a ponto de hoje não haver horizontes de esperança de progresso. Uma triste visão do Brasil, jogado às traças por seus gestores. Faltam para a população: propósitos enobrecedores, educação e disciplina. Mal orientadas desde sempre, na alimentação, na higiene, na saúde, nos propósitos de vida, as pessoas viram que a desesperança e o relaxamento se fortaleceram com o mau comportamento da classe política formada na sua maioria por oportunistas e aproveitadores. Há descuido com os rios, mananciais e a natureza em geral. Só 40% do esgoto recebe tratamento. Como resgatar o povo para uma forma digna de vida?

Com o desconhecimento das leis da Criação, o sonho dos tiranos, que agora surgem em profusão pelo mundo, nos Estados, nas organizações, nas religiões e nas famílias, vai se desenhando no cenário da dominação; é o desejo de ter poder sem limites, sem qualquer contestação, inibindo os anseios para construir um mundo melhor por estarem presos à baixa cobiça, à vaidade, à ambição, ao domínio pela força, conduzindo tudo para os baixios da desordem e volúpia, invertendo a ordem natural de elevação. o que inibe o livre olhar para o Alto e para o anseio do aprimoramento da humanidade

Não dá para protelar mais. Como recuperar o tempo perdido no avanço tecnológico e na produção? Ou encontramos um caminho para produzir mais, reduzir custos, acabar com privilégios, melhorar a educação e as condições de vida, ou caminharemos para os baixios das nações sem capacidade para se reerguer, que deixam os seus recursos naturais disponíveis para que estes contribuam para a melhora das condições de vida de outros países.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

MARASMO ECONÔMICO GLOBAL

Um homem do mundo dos negócios, que de longa data lida com projetos, empregados, finanças, impostos e legislação, foi guindado ao posto de presidente dos Estados Unidos. Trata-se de Donald Trump que não é um político profissional e por isso mesmo vai sacudindo o establishment, tanto interna como externamente. A opinião dele é que os Estados Unidos precisam sair das profundezas de todos os problemas existentes na qualidade dos empregos, na educação e saúde, no déficit comercial e no problema dos US$ 19 trilhões que o país deve.

Isso não acontece apenas nos Estados Unidos; muitos países estão com dívidas enormes. Permitimos o fortalecimento de um sistema terrível em que o dinheiro público é malgasto e desviado, acima do disponível, o que exige mais empréstimos e choque de juros que paralisa tudo para que a dívida não se torne impagável. Esse é o grande drama produzido pela classe política cuja prioridade é se manter no poder e nas mordomias. Algo precisa ser feito para que isso seja evitado. Como isso poderia ser coibido dando-se plena autonomia ao Banco Central?

Num momento em que os Estados Unidos, preocupados com o crescimento da dívida, se dispõem a usar de mais rigor com os produtos vindos de fora, os grandes produtores estão alvoroçados com a elevada capacidade ociosa, fazendo de tudo para escoar a sua produção e, com isso, aumentam as dificuldades para países como o Brasil conseguirem aumentar o PIB com produção própria e gerar empregos. Os serviços em si atendem ao mercado interno, mas para sua ampliação dependem da renda que a população dispõe, o que limita sua contribuição.

Há um novo conceito de que as economias avançadas dos Estados Unidos e Europa estão enfrentando uma fase de baixo crescimento e nível de empregos estagnado, período batizado com o nome de “novo normal ou estagnação secular”. Mas qual é a origem desse baixo crescimento, baixo investimento e precarização geral? Sem saber a causa não há como aplicar medidas corretivas, pois o certo seria a existência de equilíbrio entre as necessidades humanas e a produção. As causas estariam nas ponderações da jornalista Noemi Klein em recente entrevista publicada na revista Veja?

A jornalista apresenta hipóteses de que o sistema econômico e político é destrutivo porque há uma classe privilegiada que não quer mudanças, alimentando o medo e ódio das massas. Ela pergunta: “Como a América poderá competir com países cujo custo da mão de obra é comparativamente mínimo? Como buscar melhoras com crescente influência de corporações em governos, enquanto trilhões de dólares ficam empilhados nos paraísos fiscais?”.

De fato, o sistema de vida que construímos está afastando o ser humano da sua condição original pela sintonização errada, distanciada das leis da Criação e de seu funcionamento que vai tornando a vida de pouco significado e o indivíduo, descartável. O presidente Trump apela para o patriotismo e para o renascimento da América, mas deixa um ar de confusão ao se referir ao aquecimento global, a designação dada para as alterações que estão ocorrendo no clima. Há uma divergência quanto às causas, que certamente não se pode atribuir a um único fator.

Vários fatores produzidos pelo homem estão interagindo e provocando eventos extraordinários. Seja como for é evidente que o homem, na busca de riquezas, não tem agido em concordância com a natureza e suas leis e responsabilidade com o futuro, portanto não há o que estranhar quando os termômetros se aproximam de 50 graus, e chuvas chegam a alcançar mais de 100% da média, pois tudo está saindo dos parâmetros, cabendo aos humanos examinar as causas que estão complicando a vida para eliminá-las e precaverem-se da melhor forma que puderem.

Sem seriedade, as instituições têm sido abusadas, desvalorizando a democracia para atender a interesses pessoais em vez de cumprir o seu papel junto à sociedade. Estamos no limite da coexistência pacífica. Segundo analistas, a corrupção é endêmica em muitos países, e com ela vem a insatisfação e o aumento da violência e da criminalidade. A corrupção tem de ser erradicada com a colaboração e integração das forças idôneas. Mas se essas forças idôneas não fizerem prevalecer a justiça, buscando soluções de forma séria e humana, o futuro do mundo será sombrio.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

QUEM SE IMPORTA COM O FUTURO?

O que querem os planejadores da economia 4.0, ou da Quarta Revolução Industrial como também é denominada? Fala-se em globalizar as questões como a do aquecimento e alteração do clima. A chave está no equilíbrio. As ações humanas não podem se contrapor às leis naturais que regulam a física, a química, a biologia, etc. Emprego, ocupação remunerada, educação, sobrevivência condigna, dar ênfase ao aspecto espiritual da vida, seriam as condicionantes para qualquer planejamento global, sem o que, mais e mais, o ser humano tenderá a ser uma peça sem alma e sem conteúdo, mas isso não tem recebido a necessária consideração, permitindo-se a ocorrência de crescentes desequilíbrios sócio-econômicos-ambientais.

O controle monetário e o combate à inflação se sobrepõem a tudo porque há algo errado no sistema que vai provocando distorções. O Brasil surfou na liquidez global que foi entrando pelas portas abertas, mas onde foi parar todo o dinheiro que entrou para aquisições ou especulação? Se esses montantes tivessem permanecido, pelo menos em parte recirculando, teriam evitado a pesada recessão que estamos vivendo, mas essa possibilidade é reduzida dada a estrutura de país exportador de commodities e importador de industrializados. Por isso, as atividades colaterais vão sendo desativadas com o encolhimento da indústria.

O sistema global está destruindo empregos nos países que ficaram para trás. A explicação mais utilizada para o nervosismo que atingiu os mercados globais tem como pano de fundo a expectativa de que as principais economias do mundo comecem a aumentar as taxas de juros, o que deve enxugar a liquidez global, e tornará as economias emergentes menos atraentes para os investidores. Isso tem ocorrido com frequência. Qual é a lógica desse sistema? Por que surge a instabilidade? O sistema tem permitido abusos e operações especulativas sem seriedade que promovem os desequilíbrios geradores de crises.

Qual será o efeito para o Brasil quando o mundo inteiro começar a fugir do risco e saltar para as aplicações de segurança? E para o resto do mundo? Haverá uma paradeira geral com repercussão nas economias da Alemanha, Japão e China? Como eles reagirão?Quais as causas do desequilíbrio nas contas públicas? Em geral, fala-se dos salários e aposentadorias como se isso fosse um acidente esquecendo-se que se trata de um processo cumulativo empurrado com a barriga enquanto havia crédito farto. O que efetivamente está errado no Brasil, quais as causas do nosso atraso, o que temos feito para corrigir as falhas? Como disse o presidente Trump: “Não podemos esperar por outra pessoa, por países distantes ou burocratas distantes, não podemos fazê-lo. Devemos resolver nossos problemas, construir nossa prosperidade, garantir nosso futuro, ou seremos vulneráveis. Ainda somos patriotas?”.

Por mais de um século os Estados Unidos tiveram trânsito livre no Brasil, nos negócios e nos recursos naturais. Poderiam ter contribuído mais para o fortalecimento da nação e do preparo das novas gerações do país. Com sua atitude possibilitaram o avanço da China na esfera econômica, e quiçá na política. Enquanto a China não descuida da boa formação de suas lideranças e do bom aproveitamento das oportunidades econômicas, o Brasil afundou na corrupção, dívidas e despreparo da população. Quem se habilita em contribuir para arrancar o Brasil de sua miséria moral e material?

Quem se importa com o futuro do Brasil que ainda não saiu da condição de país inexpressivo sem propósitos próprios de melhora geral? Isso se deve em grande parte à falta de preparo da população e da classe política que pouco se importou com o futuro do país. Muitas transformações estão ocorrendo no mundo afetando profundamente a vida. Os nervos estão tensos. A inquietação e a ansiedade adentram na mente via cérebro, enquanto a intuição permanece frágil para atuar e auxiliar. Sem teimosia, de forma flexível, o ser humano tem de buscar com simplicidade e naturalidade o equilíbrio-físico-emocional-espiritual para ser feliz.

Os desequilíbriossempre surgem quando se desconhece o funcionamento do todo, o funcionamento das leis naturais que regem a Criação. O homem realizou várias descobertas, mas parou de olhar para o conjunto ao se deixar seduzir pelo ganho imediato. Para tudo existe a solução correta, mas deveria ter pesquisado seriamente com sinceridade, tendo sempre como meta a melhora geral e o beneficiamento do planeta com equilíbrio entre os povos.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O FÓRUM ECONÔMICO E A MELHORA GERAL

O mundo enfrenta o problema da falta de motivação. Americanos podem estar motivados com o projeto “Faça a América Grande”, desenvolvido pelo presidente Trump. Também a China tem metas de progresso econômico e tecnológico para 2025 anunciadas pelo presidente Xi Jinping. E os brasileiros? E as novas gerações de um modo geral? O objetivo de progresso geral para a humanidade tem estado dormente e precisa ser redespertado, pois sem ele as coisas seguemem direção oposta. Precisamos sustentabilidade no convívio com a natureza e nas relações interpessoais,o que requer consciência e alvos enobrecedores.

Estamos na encruzilhada das necessidades internas e os rumos da globalização. A autocracia vai encontrando espaço. O dólar se tornou a moeda global. No novo mercantilismo, o alvo é o acúmulo de dólares. Pagam os custos internos bem restritos com moeda local. Importam as matérias primas que não conseguem produzir internamente, e vão exportando pelo preço mínimo para angariar dólares. As consequências danosas estão evidentes. Como conviver com esse desequilíbrio? Trump vai agindo na defensiva, mas o sistema global requer um exame justo e ações de reequilíbrio.

Num mundo tão desigual e diversificado na estrutura de produção, como organizar o comércio e a circulação financeira? Ainda resta um ranço colonialista sobre os mais fracos. No Fórum Econômico Mundial, em Davos, o presidente Trump disse estar aberto para realizar acordos bilaterais com todos os países, mas que não fechará os olhos para práticas de comércio “injustas”. A globalização tem seu valor e suas contribuições, mas não poderia promover a desindustrialização de países nem se sobrepor aos seus legítimos interesses. Os governantes deveriam zelar pela continuada melhora das condições gerais de vida, pela qualidade humana e preservação da sustentabilidade da vida. Os impostos devem servir à sociedade, não empobrecê-la. Os acordos comerciais devem ser condicionados com a busca do equilíbrio geral entre os povos e seu desenvolvimento.

Nada pode prosperar enquanto prevalecer a forma aviltante em que cada um espera que possa obter vantagens sobre ao outro. Formam-se quadrilhas para rapinagem deixando os restos desmantelados e os problemas nas costas da população. O início do ano de 2018 trouxe novo adiantamento no “Relógio do Fim do Mundo”, criado no pós-guerra como uma alegoria em que a meia-noite representa o fim do mundo em meio a uma catástrofe, em especial uma guerra nuclear, e consequências das alterações do clima.

Uma sucessão de erros levou à atual situação desequilibrada: afastamento do significado da vida, falta de preparo, falta de propósito de alcançar a evolução da espécie humana.
O sistema global distribui renda, mas acaba recolhendo-a com acréscimos. O excesso de dinheiro vai para a especulação e, quando as bolhas explodem, a miséria também vai sendo redistribuída. Surge a austeridade, o declínio do PIB e do consumo. O sistema de rapina interferiu em tudo, mas a natureza está reagindo.

A falta de consideração com as áreas de proteção aos mananciais, com a ocupação desordenada e com o saneamento geraram uma perigosa situação que se agrava com as alterações climáticas. Governadores e prefeitos não podem continuar administrando da forma descuidada como vem fazendo sob pena de inviabilização geral do país, impedindo que o Brasil esteja de volta, como disse o presidente Temer.

Na educação, o atraso do Brasil é grande e exige um esforço do país todo. Quem não sabe ler e escrever raramente tem clareza no pensar e lucidez no raciocínio. O elementar é indispensável: pronomes, verbos, concordância gramatical, usar o dicionário, aritmética, frações, porcentagem, proporções.

O afastamento do real significado da vida acarretou a concentração da riqueza e a estagnação da evolução da humanidade. Para assegurar a paz e o progresso é necessário que a população adquira bom preparo visando o bem geral, livre da corrupção e da cobiça de poder. Discursando no Fórum Econômico, o primeiro ministro da Índia Narendra Mori disse: “É necessário que as maiores potências do mundo cooperem entre si e que a competição entre essas potências não se torne uma guerra entre elas”. Índia, Brasil, e tantos outros países que mantiveram sua população e a economia atrasadas têm de alterar o rumo. O equilíbrio entre os povos e as melhores condições gerais de vida são necessários para deter o avanço da precarização.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7