UMA VIDA SÓ OU VÁRIAS REENCARNAÇÕES?

Para compreender a reencarnação é indispensável que o espírito que habita o corpo temporariamente possa se manifestar livremente. A palavra “reencarnação” deriva do latim, que significa literalmente “entrar na carne novamente”, ou ressurreição na carne.

A semente espiritual inconsciente tinha o impulso para se tornar consciente; para isso, teria de se afastar até onde poderia atuar exercendo o seu querer, tomar contato com o ambiente, se fortalecer e retornar à casa como espírito forte e autoconsciente. Para isso, recebeu um corpo material e a possibilidade de várias encarnações, exercendo seu livre arbítrio. Mas no mundo material, em sua indolência, o ser humano se deixou atrair por vibrações baixas e foi esquecendo e se afastando de sua origem, permitindo que a vontade mental prevalecesse sobre o querer do espírito, destruindo o canal por onde a energia espiritual flui para a matéria, enobrecendo-a.

Desde o nascimento, os seres humanos têm um tempo limitado em sua encarnação. O relaxamento com o próprio corpo e o modo de vida podem encurtar esse tempo, mas não dá para alongar. O que é da terra, à terra será devolvido, mas a alma segue os caminhos que ela traçou em vida. A alma é a vestimenta do espírito, assim como o corpo é a vestimenta do espírito encarnado.

No passado remoto, os seres humanos sabiam das múltiplas existências terrenas como meio para o fortalecimento do espírito para retornar consciente à sua origem. Com a progressiva dominação do querer cerebrino, sufocando o espírito, surgiu a crença na vida única, gerando uma sintonização errada, afastada do real significado da vida e das leis que a regem.

No tempo em que Jesus viveu, o saber das reencarnações já se achava meio encoberto, mas alguns judeus e outros povos tinham a consciência das sucessivas reencarnações, a qual todos os seres humanos estão submetidos como oportunidade dada ao espírito para alcançar o desenvolvimento pleno e integral. Quando nasce uma criança, se diz dar à luz, ou seja, dar à vida a um espírito que estava na matéria fina, ansioso por reencarnar na Terra e ter uma nova oportunidade para o seu aprimoramento.

No Concílio de Constantinopla (ano 553 d.C.) as autoridades religiosas reunidas baniram a crença na preexistência da alma como sendo fantasiosa. A crença numa vida só aumentou ainda mais a indolência dos seres humanos, que deveriam estar despertos, atentos e vigilantes na busca da compreensão do sentido da vida, conforme Jesus tantas vezes havia recomendado, como sendo a premissa básica do desenvolvimento da humanidade.

Os seres humanos foram dotados de capacitações que permitiriam alcançar a consciência plena e o autoaprimoramento, construindo na Terra um paraíso de paz e felicidade. Em vez disso, regrediram, sufocaram a essência espiritual, construíram e continuam construindo péssimo futuro, tendo como modelos: degenerados, corruptos, sádicos, traficantes e drogados. Forjaram o caos e a miséria. Acorrentaram-se ao perecível mundo material, e não se preocupam mais com a possibilidade da morte espiritual.

A progressiva perda de discernimento pelos indivíduos faz com que as autoridades intervenham para corrigir falhas, geralmente criadas por elas mesmas, introduzindo normas rígidas. A pandemia e uma nova guerra geraram escassez e inflação. A receita das autoridades tem sido a elevação dos juros visando que as famílias gastem menos, que os preços dos ativos se elevem, e que a moeda se fortaleça, seja o dólar ou o real.

Para o cidadão comum de bom senso intuitivo, o importante é a liberdade de crença, além do emprego, saúde, educação e renda suficiente para uma forma condigna de viver, questões nem sempre priorizadas pelas elites, o que está provocando o aumento da precarização no mundo.

O viver áspero produzido pela sintonização errada dos seres humanos ao crerem cegamente numa só vida provoca o desânimo, o oposto da palavra ânimo, que significa a boa disposição produzida pelo querer do espírito forte. Há que se fortalecer o espírito para atuar de forma grata e alegre. A reencarnação se constitui na grande oportunidade que o Criador e suas leis ofertaram aos seres humanos.

Escrita por Abdruschin, a Mensagem do Graal apresenta para a humanidade o saber da atuação completa da Criação, sem lacunas. Nela, os seres humanos reconhecem os caminhos que devem seguir, a fim de alcançarem a paz interior e a espontânea alegria de viver.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

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