ECONOMIA E VIOLÊNCIA

Com os desequilíbrios mundiais, cresce a violência. Dentre os inúmeros desequilíbrios, o econômico é fundamental. Mexe com todas as coisas. A desigualdade tende a aumentar, seja no bom preparo para vida, assim como na renda. A pressão vai aumentando: desemprego, catástrofes naturais, tensões sociais, alimentos caros e escassos. A falta de bom preparo para a vida e o aumento da desigualdade são questões que podem levar à agitação social e atos de violência. A precarização da renda poderá se tornar fator desencadeante.

Como surgiram tantos fatores contrários à melhora geral das condições de vida? Surgiram com a falta de consideração entre as pessoas que se afastaram do real significado da vida. Empresas, governos e população em geral têm de examinar isso e buscar soluções apropriadas a bem da espécie humana.

Os jovens vulneráveis perdem espaço no mercado de trabalho, o que aumenta a desigualdade, algo que ficou bem difícil de resolver pela falta de escolaridade e de bom preparo para a vida, e isso poderá trazer consequências danosas para a segurança. Falta trabalho e renda estável; importantes tarefas são remuneradas precariamente. O trabalho deveria ser atividade prazerosa para o bem pessoal e geral, mas acabou se tornando mercadoria, perdendo o aspecto humano. Quem quer trabalhar?

Muitas nações exportam as matérias-primas, mas não melhoram as condições de vida da população; aumentam o PIB, mas reduzem a participação daqueles que trabalham nos resultados. No Brasil, pouca coisa evoluiu desde a abolição do regime de trabalho escravo e atualmente mais de 10 milhões de jovens estão sem estudo, sem trabalho; são pessoas vulneráveis com baixo preparo, o que é uma lamentável situação que requer programas especiais para melhora das condições gerais de vida e que ataquem a raiz do atraso. Fica bem claro a causa: administração displicente, oportunistas sugando o dinheiro público, déficits nas contas internas e externas forçando a elevação da taxa de juros.

Faltam oportunidades. Os jovens não evoluem. Máquinas vão assumindo as tarefas. Empregos desaparecem. Trata-se de uma situação complexa que exige soluções apropriadas. O que fazer com essa população, que soluções adotar? São pessoas que têm de sair da indolência e a sociedade precisa encontrar atividades produtivas que possibilitem uma sobrevivência adequada, humanamente condigna.

Havia na periferia de São Paulo várias indústrias que tinham conseguido sobreviver, mas nos anos 1990 tombaram, já que o preço dos importados bateu no custo; assim, uma a uma, todas foram fechando, e o consumo das famílias caindo, atingindo inclusive as pizzarias. O economista Bresser Pereira critica a valorização artificial do real como responsável pelo declínio.

Além disso, continua difícil o transporte público; na hora do aperto, a condução própria se torna o grande anseio, mas as ruas e avenidas travam com o mar de carros e caminhões como na Rodovia Regis Bittencourt, na proximidade do Rodo Anel, em que se verifica um mar de veículos em dados momentos. As crises vão avançando pelo mundo. São as consequências de governos anteriores. No Brasil, há muitos problemas. A maioria dos municípios estão deficitários.

Em meio às turbulências, cansadas com a luta pela sobrevivência, ao chegar em casa as pessoas precisam de momentos leves de distração benéfica. O cinema se tornou a integração das artes, com imagens, sons, cores, beleza, palavras, histórias. Exerce forte influência sobre as pessoas. Tanto pode motivar para o bem como criar revolta. Das grandes salas pelo mundo, o cinema agora tem lugar nas salas das moradias ou em qualquer lugar nos portáteis. Onde está a responsabilidade pelas imagens? As pessoas se habituam, se viciam. Antes, novelas de trocentos capítulos. Agora, seriados. Antes, ações íntimas levemente insinuadas; agora, escancaradas. E a violência? Cerca de 80% estão nas categorias: sexo, violência, palavreado baixo, uso de drogas.

Apesar de tantas cacetadas, o touro da economia brasileira tenta reagir. Um desperdício geral do capital natural e do humano. As nações se digladiam. Não está dando para aguentar; o essencial é assegurar que possamos sair dessa situação que está conduzindo as novas gerações para o cadafalso. É preciso substituir a corda da morte pela corda do resgate.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

 

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