A INVENÇÃO DO DINHEIRO

Com a invenção do dinheiro, a natureza e suas leis universais ficaram esquecidas. O dinheiro quer comandar, por isso não aprecia poder centralizado que olha para a nação como um todo e que busca sempre a melhora das condições gerais de vida. Conveniente é a balburdia de partidos brigando entre si na disputa por dinheiro e poder, mesmo com a perda do equilíbrio e abandono de metas para humanizar o sistema.

Estamos num momento complicado na economia global agravado por crise financeira, ambiental e superpopulação. Há uma abundante oferta de produtos nem sempre essenciais, enquanto faltam moradias, saneamento, alimentação adequada, educação que prepare as novas gerações para uma forma de viver humana. Houve alguma melhora, porém não se trata só de dinheiro, mas de gestão dos recursos com eficiência e equilíbrio, muitas vezes comprometida por incompetência e falta de seriedade.

No passado, diziam que quanto mais houver interferência dos governos e do poder financeiro em atendimento a interesses particulares de grupos, mais a economia perde a naturalidade, menos funciona, mais a população padece. Há no Brasil muitas regiões de baixa escolaridade, vida difícil, sem liberdade, que se formaram desde 1889 com moradias precárias, dominadas mediante imposições e violência. O ser humano se tornou o causador de danos a outros para satisfazer a própria cobiça. Pouco se pensou em buscar soluções duradouras e o resultado é a dívida financeira e o déficit social.

No mundo governado com pouca responsabilidade quanto ao futuro formou-se uma grande massa de pessoas com pouco preparo para a vida e o trabalho. A questão exige ações competentes, pois se for deixada dessa forma logo chegaremos ao caos social com aumento da criminalidade. Não basta só ficar distribuindo auxílios; é preciso ação recuperadora desses grupos e, principalmente, das crianças para que recebam preparo que as capacite a atividades que propiciem renda para que possam crescer e viver normalmente, constituindo famílias, fortalecendo as nações.

O Brasil precisa entrar no rumo certo. Chega do imediatismo secular que tem caracterizado a administração pública. O gasto do dinheiro público deve promover o progresso real. Os países têm sido geridos com desvios e desequilíbrio geral, nas contas internas, externas e na balança comercial. Durante décadas temos sido expostos ao pior negativismo, gerando apagão mental e perda do bom senso.

A estagnação econômica avança pelo mundo, deixando mais difícil sair do subdesenvolvimento. Faltam estadistas sérios e competentes e melhor preparo das novas gerações para conduzir o Brasil ao lugar que lhe cabe. No entanto, o presente é consequência de ações passadas e sem mudança do querer para o bem, a má colheita será irrevogável.

Por que a economia tem de seguir em ciclos de alta e de baixa produção? Não seria mais adequado que houvesse uma linha natural de estabilidade que fosse acompanhando o crescimento da população? Por que tem de ficar sujeita a impulsos abruptos para logo cair na retração?  No momento, há a elevação do preço da energia, escassez de alimentos e falta de disciplina monetária. Faltou responsabilidade para preparar futuro decente, digno da espécie humana.

O que fazer agora com oito bilhões de almas encarnadas na Terra? A população precisa de trabalho e renda. A educação é um ponto que requer atenção, caráter, bom senso, clareza mental e propósitos enobrecedores para impedir que as drogas destruam as novas gerações.

O mundo entrou em fase de restrição monetária, não se sabe quanto isso vai durar. É o estágio da economia lenta, em oposição ao estágio de aceleração. Com economia restrita, há muitas perdas; na acelerada, alguns ganham muito, mas as engrenagens se movimentam de forma febril, até que emperrem. Algum dia o mundo verá uma economia estável cujo crescimento acompanha o aumento da população. Quando as cidades serão ordenadas dispondo de abastecimento de água e saneamento? Quando haverá educação para a vida e o trabalho, e evolução?

Os seres humanos receberam a Terra para um tempo de aprendizado para fortalecer o espírito. Reconheciam a natureza como doadora e os entes da natureza como servos do Criador.  Sufocaram o espírito. Predaram a natureza, fonte da riqueza; inventaram o dinheiro de papel para dominar o planeta, mas a natureza está mostrando a sua força.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

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