ALGO VAI ACONTECER?

Os seres humanos receberam a Terra para um tempo de aprendizado, para fortalecer o espírito. Reconheciam a natureza como doadora e os entes da natureza, servos do Criador. Predaram a natureza, fonte da riqueza, criaram o dinheiro de papel e dominaram o planeta achando que estavam no comando, mas a natureza e seus entes agora mostrarão a sua força.

A situação mundial é grave, pois estamos diante de uma fase de transformações aceleradas e é triste ver o despreparo de grande parte da população induzida a um viver puramente instintivo: comer, beber, se divertir, afastado da verdadeira essência humana. Falta o preparo para um viver compatível com a espécie humana, situação que vem se agravando, uma vez que as pessoas estão se afastando da realidade da vida. “Os maus, sem dúvida, compreenderam algo que os bons ignoram”, segundo o cineasta Woody Allen. Mas isso não os livrará da colheita de tudo que semearem.

Ao antigo sistema de trocas foi introduzido o dinheiro intermediando, dando impulso ao comércio e produção visando ganhos. Moedas metálicas e papel moeda. Se o metal limitava a produção de moedas, o papel moeda é maleável em sua fácil impressão. Aqui o diabo fez a festa ao se produzir dinheiro do nada, um maravilhoso privilégio. Mas, por conta disso, surgiram vários inconvenientes, a começar pela inflação que é a perda do valor de compra, e a ampliação na desigualdade de participação no bolo, dando margem ao surgimento da pobreza absoluta e ao desequilíbrio monetário. O instrumento empregado para corrigir é a taxa de juros, que inibe o aumento da inflação, mas também causa desequilíbrios. Vamos tentando até encontrar melhor solução.

Quando se abate uma desgraça, geralmente rola o dinheiro público. Um maná de riqueza que vai para mãos duvidosas. O que farão? Atenderão às necessidades prementes da população, ou darão um jeito? Demonstrativos, comprovantes, podem ser obtidos. Quando há dinheiro extra tudo se facilita, gerando o desapontamento com gestões maldosas e oportunistas.

Irresponsavelmente os seres humanos querem levar vantagens causando prejuízos a outros. Um acúmulo de erros que ocorre não só no Brasil, ou seja, a secular displicência com as contas públicas, falta de seriedade, gastos inúteis não prioritários, desperdícios e desvios. Chegou no ponto crítico, já que a dívida se sobrepõe e não cede. Esse é o ponto a ser tratado objetivamente. Muita teoria nada resolve. O mundo está cheio de defeitos criados pelos homens. Por quê? Porque não percebem como a nossa passagem é efêmera, e como as condições do corpo e da mente se alteram com o passar do tempo; mesmo assim raramente buscam se inteirar do real significado da vida e das leis que a regem.

O futuro sempre deveria ter sido de progresso pacífico e evolução. A paz entre os homens depende da boa vontade, aquela que quer viver respeitando a lei máxima de não causar danos a outros seres humanos para satisfazer as próprias cobiças. Somos todos peregrinos em busca da Luz, algo esquecido pelos milênios de vaidades.

Uma das consequências desse modo de agir e pensar é o conflito entre Ucrânia e Rússia que se alonga mais do que se podia esperar. Além disso, há várias questões pendentes: o dinheiro, o trabalho, a educação, o sistema eleitoral. Na confusão existente parece que há uma perda de controle. Tudo no mundo ocorre de forma imprevista. O que será que vai acontecer no sistema eleitoral? E com o dinheiro, a renda, o trabalho?

O Brasil está recebendo uma enxurrada de dólares, seja pela taxa de juros, ou pela especulação com ativos que ficaram abaixo do valor, mas será terrível se resolverem ir embora todos ao mesmo tempo. Há muito burburinho sobre o dólar americano, a moeda reserva. O que vai acontecer com ele? Será confrontado por alguma moeda nova? Será substituído pela implantação da moeda mundial? Resistirá e permanecerá como a moeda que faz girar a economia mundial desde o pós-guerra?

Vale lembrar que o dólar de prata foi instituído pelo governo americano em 1792. Depois veio o FED, em 1913. No pós-guerra, a libra foi substituída pelo dólar Breton Woods, que permaneceu dominante pelo mundo mesmo após a ruptura de 1971. O dólar americano poderia ser uma moeda permanente, mas abusos do governo ocorreram pelo relaxamento com o crescimento da dívida e formação de bolhas especulativas que fizeram tremer os alicerces. Falam em nova moeda, mas com isso os Estados Unidos passariam a ser uma nação dependente como as demais? Quem controlaria a moeda a ser criada? Que condições imporiam à humanidade? Seja como for, o que todos necessitamos é de uma visão de melhor futuro compartilhada por todos os povos.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

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